O que você faria se tivesse que conviver com a pessoa que mais odeia?
Não é segredo para ninguém que Alice não suporta estar no mesmo ambiente que Theodoro Alves. Mas o motivo por trás disso é mais doloroso do que ela deixa transparecer.
É fresco e...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Faz quase uma semana que não escrevo nada pra você. Não sei o que está acontecendo comigo. Ultimamente ando pensando se essa coisa toda de bilhete foi mesmo uma boa ideia. Como vou te conquistar se você nem sabe quem eu sou? Essa ideia pareceu boa no começo, mas agora eu acho que foi péssima! Tudo o que quero é falar para o mundo inteiro o quanto eu te amo.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Paro em frente a casa e levanto a mão fechada para tocar a campainha, mas hesito por um segundo.
O que eu pretendo com isso?
Eu não poderia só ter dado o moletom ao Diogo, esquecer que aquele fim de semana aconteceu e seguir com minha vida?
Não, você não poderia, meu subconsciente contesta. E ele está certo.
Não vou conseguir voltar para minha vida normal sem ter concluído este capítulo que ficou aberto há tantos anos. Preciso matar o bichinho da dúvida que está me martirizando.
Aperto o moletom e o caderninho contra o peito, respiro o ar frio e úmido de junho e finalmente toco a bendita campainha
Será o que o universo quiser que seja! Ele já me trouxe até aqui...
Sou atendida por uma senhora usando farda de empregada, que me recebe com um sorriso ensaiado e polido.
Explico brevemente quem sou e o motivo da visita (como planejado, usei o moletom e o caderno como desculpa), e ela não demora a me deixar entrar.
É claro que eu não teria nenhuma dificuldade, afinal, "famoso" do jeito que é, o Theodoro já deve ter sido visitado por dezenas de garotas do colégio. Eu sou só mais um rosto que essa senhora está vendo.
Ela anda por alguns corredores, comigo a seguindo logo atrás. Alguns metros depois ela para de andar e bate com o punho fechado em uma porta branca.
— Quem é? – a voz rouca de Theodoro questiona do outro lado da porta, e eu começo a sentir um reboliço no estômago.
Passamos quase dois dias juntos naquela caverna e depois disso não o vi mais. Não consigo deixar de pensar que deveria ter continuado assim: cada um para o seu lado, sem nunca mais tocar nessa história.
