Olho a paisagem pela janela do carro enquanto papai dirige a caminho do colégio.
O fim de semana passou voando, e agora só tenho mais essa semana de aula para, enfim, ter boas semanas de férias.
Meu pai estaciona em frente ao colégio e eu desço do carro.
— Até mais tarde – ele diz, abaixando o vidro para me olhar.
— Até, pai. – Aceno a mão em despedida e me afasto do carro, que logo volta a ser ligado e segue pela rua.
Estou quase chegando ao portão do colégio quando levanto os olhos e, então, eu o vejo.
Theodoro está a apenas uns três metros à frente, de costas para mim, parado ao lado de um carro preto, conversando com Samantha, sua mãe.
O universo gosta mesmo de me sacanear! Tentei evitar pensar nele o fim de semana inteiro e agora o encontro bem de frente.
Eu jurava que ele não voltaria para o colégio até o fim das férias de julho, já que sua perna ainda está machucada, mas parece que eu me enganei. Theodoro preferiu vir para o colégio usando um par de muletas ao invés de ficar em casa.
E eu não sou a única a notá-lo. Uma olhada ao redor e percebo que todos os alunos que ainda estão do lado de fora o olham, curiosos. A única coisa boa nisso é que, provavelmente, eu não serei mais o centro das atenções do colégio.
Sem querer esperar até que Theodoro também me veja aqui, no meio dos alunos que o assistem como se ele fosse um Marciano na Terra, decido entrar no colégio e ir direto para minha sala.
Mas, antes que eu obtenha sucesso no meu plano, Samantha levanta o olhar, me vê e acena com uma das mãos em minha direção, chamando a atenção de Theodoro, que, curioso, olha por cima dos ombros na minha direção.
Ele abre um meio sorriso ao me ver. De forma súbita, meu coração acelera e por alguns segundos pareço ter perdido os cinco sentidos. Mas logo me recupero e cumprimento os dois ainda de longe, acenando levemente com a mão, e volto a acelerar os passos para dentro do colégio.
Só quando estou sentada na minha cadeira, no conforto da sala de aula, que finalmente solto o ar ruidosamente pela boca.
Não sei qual é o meu problema, mas tenho que parar de sentir isso o mais rápido possível.
Se meu coração continuar reagindo assim a cada vez que ver Theodoro, batendo enlouquecidamente como se não houvesse amanhã, ele não vai durar muito tempo.
•••
— A Cris faz falta, não é? – Heloísa questiona, tomando um gole do seu suco.
— Faz mesmo – concordo. — Ainda bem que ela chega hoje.
— Ainda bem. Eu estou louca para saber tudo sobre a viagem. Pelo que ela nos contou, deve estar sendo super divertido.
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Outra Vez o Amor Acontece | Amores Platônicos 02
Ficção AdolescenteO que você faria se tivesse que conviver com a pessoa que mais odeia? Não é segredo para ninguém que Alice não suporta estar no mesmo ambiente que Theodoro Alves. Mas o motivo por trás disso é mais doloroso do que ela deixa transparecer. É fresco e...