Capítulo 26 - Por que tinha que ser ele?

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— O que vocês vão fazer nas férias? – Heloísa pergunta para eu e Cristine

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O que vocês vão fazer nas férias? – Heloísa pergunta para eu e Cristine.

Estamos as três sentadas na mesa de sempre (acho que até já podemos chamá-la de nossa), e esse é o último dia de aula do semestre. Nem dá para acreditar que o tempo está passando tão rápido! 

— Meu plano é descansar bastante, pois nos próximos meses vai ser só correria – respondo. E é a mais pura verdade. Durante o resto desse ano eu terei que enfiar a cara nos livros de estudo, fazer cursinhos, prestar vestibulares, me preparar para o Enem e, no próximo ano, estarei na faculdade. 

Pelo menos agora eu sei que tem uma grande chance do meu pai ter a companhia de alguém quando eu estiver morando num alojamento de alguma faculdade. O encontro dele com a Gisele foi ontem a noite e, pelo sorriso que o seu Geraldo ostentava hoje de manhã enquanto tomávamos o café da manhã juntos, tenho certeza que tudo foi tudo muito bem.

— E você, Cris? – Helô pergunta. Cristine tira os olhos da tela do seu celular e a encara, e eu quase posso ver uma grande interrogação na sua testa.

— Hãn? Eu o quê? 

— Eu estava perguntando sobre as férias. O que você pretende fazer? – ela volta a questionar, já que a loira parece estar no mundo da lua.

— Ah... Acho que eu vou ficar em casa a maior parte do tempo – Cristine responde, encolhendo os ombros e abrindo um sorriso que não chega nem perto de ser verdadeiro.

A Cris tem andado assim, meio desligada e para baixo, desde que voltou de viagem. Eu bem sei o motivo, mas não deixo de ficar preocupada com ela. A Cristine é a pessoa mais animada e falante que eu conheço, e ver ela desse jeito chega a ser até triste. 

— Olá meninas! – Carol, a vice-presidente do grêmio estudantil do colégio, para ao lado da nossa mesa com uma prancheta na mão, me tirando dos meus pensamentos. — Estou convocando alguns alunos para ajudar na arrumação do ginásio para a festa de amanhã a noite. Vocês topam participar?

— E o que a gente tem que fazer, exatamente? – questiono.

— Só ajudar na decoração ou limpeza – explica Carol. Ao ver nossa cara de quem claramente não vai aceitar, ela acrescenta, em tom cúmplice: — Quem ajudar, não vai assistir as últimas aulas do dia…

— Eu topo – Helô diz prontamente. — Qualquer coisa é melhor do que duas aulas seguidas de química! – Sua resposta faz nós três darmos risadas. A Helô não é muito fã de química, e é menos fã ainda do professor que dá essa aula.

— Por mim, tudo bem. Posso ajudar numa boa – eu respondo.

— Pode ser divertido – Cristine murmura.

— Obrigada meninas! Vou colocar o nome de vocês na lista. – Ela rabisca alguma coisa na prancheta em sua mão rapidamente e logo depois nos encara. — Podem ir para o ginásio depois que o sinal do fim do intervalo tocar. Vou estar esperando por vocês. – Ela se afasta da mesa antes que possamos dizer algo, se encaminhando para uma mesa a alguns metros de distância da nossa.

Outra Vez o Amor Acontece | Amores Platônicos 02Onde histórias criam vida. Descubra agora