O que você faria se tivesse que conviver com a pessoa que mais odeia?
Não é segredo para ninguém que Alice não suporta estar no mesmo ambiente que Theodoro Alves. Mas o motivo por trás disso é mais doloroso do que ela deixa transparecer.
É fresco e...
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Você sabia que faz meu coração tremer toda vez que passo por você? Eu penso em você todas as noites quando vou dormir, e às vezes até perco o sono.
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Passo pela porta e quase choro de emoção por finalmente estar em casa.
É tão bom olhar para algo que não seja paredes de pedra numa caverna no meio do mato. Observo tudo ao meu redor como se fosse a primeira vez: a pequena sala com paredes amarelas recheadas de fotos minhas, do meu pai e da minha mãe me segurando quando eu ainda era um bebê de colo. Também passo pelo sofá cama confortável, a TV enorme onde já assisti e resistir aos meus filmes favoritos e a poltrona de descanso do papai mais ao canto – lugar em que eu já passei horas e horas lendo livros de ficção maravilhosos.
Nunca achei que a visão da sala de casa me traria tanta emoção e conforto assim.
"Não há lugar melhor que o lar", ouvir isso uma vez e a frase nunca fez tanto sentido como agora.
— Quer que eu prepare alguma coisa para você comer? – papai pergunta atrás de mim. Saio do meu momento "lar doce lar" e me viro para olhar seu rosto.
— Não. O café da manhã no hospital me deixou de barriga cheia.
— Tá bom. Então vou colocar essas roupas sujas para lavar – ele diz, apontando com a cabeça para a mala em sua mão, que contém roupas e material de higiene que usei no hospital. — É melhor você descansar um pouco, não?
Eu aceno com a cabeça, super aceitando a ideia e ele se afasta, seguindo em direção ao quintal. Dormi por horas na cama do hospital, mas nem parece, pois meu corpo ainda está completamente esgotado.
Ando em direção ao meu quarto, louca para tomar um banho e capotar na cama pelo resto da manhã (ou do dia, dependendo do quanto o meu corpo aguente dormir).
Mas assim que chego no quarto reparo em duas coisas na mesinha de cabeceira ao lado da minha cama. A primeira é o meu celular, mas não me foco muito nisso, e sim no obejeto que está debaixo dele: o caderninho de capa preta de Theodoro. Papai deve ter achado ele na bolsa e presumiu que era meu.
