O que você faria se tivesse que conviver com a pessoa que mais odeia?
Não é segredo para ninguém que Alice não suporta estar no mesmo ambiente que Theodoro Alves. Mas o motivo por trás disso é mais doloroso do que ela deixa transparecer.
É fresco e...
Esse bônus será curtinho, e vai servir apenas para que vocês compreendam melhor o que está acontecendo com os outros personagens enquanto a Alice e Theodoro estão perdidos.
E também serve como um agrado para quem está com saudade de um capítulo narrado pela Helô :)
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Heloísa Narrando
Vejo outro carro de viatura chegar pela janela do quarto do meu alojamento. A chuva interminável continua a cair lá fora.
Faz mais de 24 horas desde que a Alice desapareceu, sem deixar nenhum vestígio além do livro de capa dura que está no meu colo nesse momento.
Encontrei esse objeto numa cadeira do lado de fora da casa ontem. Naquele momento, enquanto Cristine e eu estávamos atrás dela, achávamos que não era nada demais e que ela logo iria aparecer. Mas, quando as horas começaram a passar e ela não estava em canto nenhum, presumimos que havia algo errado.
E estávamos certas.
Nossa amiga sumiu como fumaça. E o mais estranho nisso é que ela não é a única do nosso grupo de alunos que está desaparecida. Theodoro, o garoto que ela evita a todo custo, também sumiu.
No começo, quando tudo não passava de uma mera preocupação que eu achei que os professores não demorariam a resolver, pensei que os sumiços não estivessem interligados. Mas quando todos os alunos começaram a dar depoimentos e depois que ficou comprovado que os dois foram vistos pela última vez praticamente na mesma hora ficou difícil não associar os casos.
Eu só não entendi ainda como isso é possível.
— Esse é o livro da, Ali? – A voz de Cristine me tira do torpor. Olho em silêncio enquanto ela senta ao meu lado na cama com sua mala gigante a tiracolo.
— É – eu afirmo, enfiando o objeto da minha mochila. — Achei melhor guardar para devolver quando ela voltar. – Cristine acena lentamente com a cabeça.
— Tem razão. Vou tentar pegar as coisas dela no outro quarto enquanto nosso ônibus não chega – Cristine se levanta e eu faço o mesmo. Ao mesmo tempo, vejo um ônibus amarelo estacionar do lado de fora. Nossa carona chegou.
— Eu guardo nossos lugares enquanto você pega a mochila da Ali – eu falo e ela assente, se adiantando para sair do quarto. Eu faço o mesmo, fazendo um verdadeiro malabarismo carregar minha mochila e a mala pesada de Cris, ao mesmo tempo em que passo pelos alunos desesperados para voltar para casa.
•••
Assim que paro na fila do meu ônibus e de Cris, Diogo aparece ao meu lado.
