Capítulo 10

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Novembro de 2021, San Francisco, CA.

Anahí não conseguia dormir, a cabeça doía tanto que ela não conseguia nem mesmo fechar os olhos sem sentir dor. Alfonso no quarto ao lado, fazendo ela sentir-se sufocada. De repente tudo que ela queria era que ele fosse embora, voltasse para o México, voltasse para Diana e a esquecesse. Era mais fácil lidar com amá-lo e não tê-lo do que tê-lo e sentir medo de perder tudo. Ela estava apavorada. Tinha medo de que na hora de escolher ela não fosse a opção. Tinha medo de seu temperamento complicado ser um problema para ele.

Ela não conhecia Diana, sabia sobre ela o pouco que Poncho havia falado durante os anos. E o que dizia Maite, que por sinal tentava evitar esse assunto, pois ela era fiel à Poncho tanto quanto era fiel à Anahí. Aparentemente, Diana era gentil, delicada e tranquila. Era fácil de conviver e não era do tipo que comprava brigas. Anahí por outro lado era impaciente, mandona e não sabia levar desaforos para casa. Era a diferença entre uma lagoa, tranquila e um mar de tempestade.

Anahí tinha certeza de que ela não seria a opção dele. Mesmo que todas as atitudes dele apontassem para o contrário. Em sua cabeça cheia de traumas ele estava apenas se aproveitando dela, como havia acontecido antes com Manuel. Era um passatempo, uma distração. Ele era homem e precisava de sexo, mas no final ficaria com a garota equilibrada e sem tantos problemas. E ela? Ela voltaria para sua solidão, de onde nunca deveria ter saído.

Já era quase de manhã quando o sono a venceu. Ela acordou com batidas na porta de seu quarto. Era Poncho. Ela resmungou que ele poderia entrar. Ela continuou de olhos fechados quando sentiu o colchão afundar ao seu lado, ele sentou-se na cama.

– Bom dia, você está melhor? – Ele perguntou baixinho, acariciando a mão dela

– Sim, só não estou pronta para acordar ainda – Ela virou-se para o outro lado, ficando de costas pra ele e puxando a coberta por cima da cabeça.

Poncho puxou a coberta de cima dela a descobrindo. Ela usava um short de algodão muito curto, a polpa do bumbum aparecendo. Ele sorriu e ela esperneou, tentando puxar a coberta de volta.

– Não! Você me prometeu um tour pela cidade. Até saiu sol! – Anahí desistiu de puxar a coberta e olhou para ele, a cara amassada de sono.

– Você vai se arrepender de ter me acordado. – Ela levantou da cama indo em direção ao banheiro. Poncho deu risada.

– Não vai me convidar para o banho? – Ele gritou ainda de dentro do quarto.

Ela não respondeu, apenas trancou a porta do banheiro. Ele riu outra vez. Seria um longo dia.

xXx

Tomavam café-da-manhã em silêncio quando Poncho decidiu falar.

– Ok, tem algo te incomodando e você não quer falar sobre isso. – Anahí o olhou, tomando outro gole de café-com-leite. – Eu tenho uma proposta: Temos três dias até eu ter que voltar para o México. Porque não aproveitamos esses três dias e esquecemos do mundo? Só eu e você, mais ninguém. Sem problemas, sem preocupações, sem medos. E quando o final de semana acabar conversamos sobre o que te incomoda e esclarecemos tudo.

Anahí ficou em silêncio, um pouco pensativa.

– Não tem uma segunda opção? – Ela perguntou.

– Eu pego minhas coisas e fico em um hotel e deixo você ter o espaço que você talvez precise. Sem guardar ressentimentos.

– Quando foi que você se tornou tão compreensivo? Você costumava fazer birra quando eu fazia birra. – Ele sorriu e sacudiu a cabeça.

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