2 - Sangue de Rosas de Fogo

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- Mark on-

  - Essa é a última Mark! - Assentiu Alícia, tomando a rosa vermelha da minha mão e ligando o isqueiro embaixo dela, para que a mesma começasse a queimar. Logo em seguida a lançou no meio da palha espalhada pela areia do mar, cheia de corpos. Foi então que pude ver que finalmente nosso trabalho bem feito havia terminado.
  Estavam todos mortos.
  Mallya, Jimin, Taehyung, e enfim Kook. Finalmente havia terminado. E nem aquela vampira e nem mesmo aquele biscoito iriam encostar em nenhum fio da minha amada. Agora que todos estavam mortos ninguém iria me separar dela. Seria só nós dois para sempre e Helltown iria queimar junto com os corpos de todos eles. Não resisti ao sorriso que se alargou em mim de orelha a orelha, era hora de comemorar.
  Abracei ela, inundando meu nariz com o cheiro de seu cabelo, um misto de morangos com hortelã. E então relaxei. Agora não faltava mais nada para sermos felizes. E o melhor de tudo, Alícia entendia que para nossa felicidade, era necessário abrir mão deles. Foi o que fizemos.

- Alícia on-

  - Tem capuccino no balcão! - Gritei do banheiro enquanto tentava mais uma vez secar o cabelo na toalha, depois de perceber que ia demorar mais do que previ, pendurei a toalha na porta e peguei uma faca, passando pelos meus fios, até que ficasse na altura do queixo. passei os dedos apressadamente pelos fios curtos e então olhei no espelho. Dá pro gasto!
  E então sai correndo pra cozinha, Levi já estava de pé, a blusa azul vestida pela metade e sua calça preta toda aberta enquanto aqueles olhos vermelhos de cansaço sofriam ao tentar tomar um café.
  - Você tá parecendo um zumbi kkkk. Falei que você tava velho demais pra aguentar. - Dei risada roubando um gole do café dele e desviei o olhar pra garrafa, o que eu não daria por um capuccino. Ia ser tão eficaz pra acordar da noite da caçada, se bem que eu durmi por duas horas, diferente de Levi que passou a noite inteira acordado vigiando, como sempre. Pelo menos a primeira etapa da missão havia sido concluída, agora só faltava completar o plano, tínhamos conseguido matar gnomos e duendes o suficiente da costa da praia, isso facilitaria nossa entrada na cidade, e enfim estaríamos todos juntos novamente.
  - Você está falando da trepada ou da caçada? Porque você sabe muito bem que não aguenta nem duas horas comigo em cima de você! - Levi abriu um sorrisinho manhoso pra mim e eu engasguei com o capuccino, reparando na tatuagem no seu braço, no abdômen sarado por baixo da camiseta que ele estava acabando de vestir... Eu tinha que parar de ficar com ele, estava sempre na cara que não passavam de "ficadas" por que éramos os poucos seres vivos que tinham sobrado no barco depois do massacre dos duendes. Esses sonhos eróticos de que iríamos ficar juntos no final só bagunçam mais a minha cabeça. Estava na cara que eu estava me apaixonando sozinha.
  - Por que você não vai se foder? - Dei risada, esfregando os olhos num impulso nervoso, e tomei mais um gole do conteúdo no copo, torcendo milhões de vezes que ele não reparasse nas minhas bochechas avermelhando. Tentei mais uma vez afastar os pensamentos, essa manhã seria turbulenta pelo visto, mas do que durante a última noite correndo atrás dos Gnomos pra Jong Up separar as criaturas o bastante para que se esquecessem de observar a Mallya.
  - Você tava fazendo aquilo de novo... - Levi começou e então parou de engolir o capuccino pra me encarar com um pouco de desdém e provocação. Analisava de forma precisa cada pedacinho do meu rosto, do meu cabelo recém cortado. Mas não ousou dizer nada do novo estilo.
  - Aquilo o que? - Me fiz de desentendida, engolindo em seco achando que ele iria comentar das minhas bochechas, será que tinha ficado tão evidente assim?
  - Você roubou meu travesseiro! - Ele resmungou abrindo um sorriso torto e eu engoli em seco o capuccino quente que restou do meu copo. - Você tem que parar de fazer isso, eu fico com dor no pescoço! Eu fiquei a noite inteira acordado por sua causa.
  - A culpa não é minha que você não roubou um pra você quando fomos invadir o mercado semana passada. E eu já falei que eu não divido o meu travesseiro e que quando estou transformada em lobo também não sou um travesseiro macio pra você repousar seu pensamentos, mesmo que você é velho, a gente tá no mesmo barco, não vou te dar preferência! - Dei risada da cara dele e recebi uma careta, os olhos claros seduzentes me perseguindo com preguiça pela cozinha enquanto eu abandonava o copo sujo na pia, eu sabia que ele estava olhando pra minha bunda, mesmo de uma forma respeitosa até. Se é que isso fosse possível.
  - Eu sou maduro, velha é você que baba enquanto dorme. - Ele deu risada e eu mostrei o dedo do meio pra ele.
  - Vamos trabalhar vovózinha temos mais vidas pra resgatar, cada segundo que passa mais gente morre! - Me encostei na pia cruzando os braços sob o busto, e observei ele levantar o dedo do meio pra mim, ocupado demais para me chingar porque bebia seu capuccino.
  - Vamos nenê de colo! - Ele bateu o copo no balcão, levantando uma sobrancelha loira meio duvidosa pra mim - Sua amiguinha nos aguarda pro resgate!
  No mesmo instante fiquei séria e meu coração deu um sobressalto só de imaginar se ela estava bem. Mallya...

Prison IVOnde histórias criam vida. Descubra agora