51 - Amor Por Quem?

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  - Esse gatinho... Ele é a prova de que você gosta mais do psicopata que matou sua mãe do que do outro lobisomem que é tão perigoso quanto o seu ex namorado psicopata! - Minha mãe começou a ponderar enquanto tomávamos café da manhã na mesa, não havia mais encontrado Levi depois do que houve, quase a manhã inteira o caçando para finalmente perceber que ele não queria ser encontrado. Depois de um breve surto o que me restava era chorar, ou vir atrás da Mallya tomar café da manhã e pedir conselho, quem tinha um relacionamento duradouro de nós era ela, não eu. Naturalmente quem teria alguma conselho para me dar seria ela.
  Infelizmente para meu azar, minha mãe quis me aconselhar primeiro. Não ajudou muito Mark ter chegado a mesa e meu gato sem vergonha ter ido direto para o colo dele. Como se um psicopata doente fosse seu humano preferido.
  Eu era uma idiota, como pude tocar o paraíso e deixar tudo isso escapar por causa de um flerte? Eu não sou uma vagaba, mas cada hora que passa... Me sinto mais imbecil.
  Levi vai embora mais cedo ou mais tarde, e eu vou ficar só. Eu não sei o que será de Mark após tudo isso, mas sei que o que nós sentimos um pelo outro... Não é real.
  É tudo parte de um plano fajuto e maldito orquestrado pelo Mark. Que usa a nossa ligação como algo fundamental para tudo dar certo. Eu era só uma ferramenta no joguinho de Mark.
  Já Levi...
  Levi com aquela maravilhosa voz grossa, e aquelas mãos enormes no meu corpo...
  Ele não era apenas músculos, tinha um homem incrível por baixo daquele corpo. E uma fera por trás daqueles olhos.
  - Para de babar, sua mãe vai perceber que você tá lembrando do Levi e não prestando atenção na bronca dela. - A Mallya soltou uma risadinha em meio ao cochicho e eu dei uma cotovelada nela. Ela estava certa. Apesar de eu não admitir.
  - Certo mãe, eu gosto do Mark, você tá certa, gosto tanto que deixaria ele te matar de novo se quisesse. - Retruquei a minha mãe e ela me fuzilou com os olhos. Enquanto meu pai se engasgava com o pão.
  - Filha tenha respeito pela sua mãe, ela acabou de voltar dos mortos! - Meu pai me deu uma bronca, mas começou a rir também junto com a Mallya e eu levantei os braços para o teto pedindo uma trégua enquanto tentava não rir. Cedo demais para piadas de funeral.
  - Eu estou conectada com um psicopata. Não é voluntário o meu interesse, eu garanto em alto e bom som a todos vocês. Assim que a ligação se romper de novo, meu coração estará livre de qualquer influência maligna daquela coisa do mal. E então eu vou ficar só, completamente sozinha. - Falei apontando para Mark como se ele fosse um objeto e ele bufou, sem tirar os olhos de Suguinha enquanto acariciava os pelos do gato.
  - Vocês sabem que eu estou aqui, e ouvindo tudo, não sabem? - Ele indagou desviando por um breve instante os olhos da linda pelagem do felino e então seus olhos se cruzaram com os meus, o cabelo avermelhando de leve. Ele soltou um breve sorriso charmoso na minha direção, que me fez fingir ânsia de vômito.
  - Que bom! - Minha mãe descruzou os braços satisfeita e voltou a passar manteiga em uma torrada.
  Foi quando eu percebi que estava sendo uma imbecil maior ainda por não ir me explicar pra única pessoa que realmente importava pra mim. Discutir com a minha mãe ou Mark não resolvia meus problemas. Quem importava era a única pessoa que não me enganou e nem matou nenhum parente meu.
  - Vai atrás dele. - Mallya sorriu cúmplice na minha direção e eu apertei a mão dela em confirmação, grata por não apenas ter uma melhor amiga com quem contar o tempo inteiro, mas uma irmã. Aquela que eu nunca tive, mas que sempre esteve lá por mim. Demonstrei o máximo de gratidão que consegui através de um último olhar quando olhamos uma para a outra e então sai correndo da mesa do café da manhã.
  - Alícia você não comeu direito! - Chiou mamãe, mas eu já estava dando um drift para fora do salão de jantar. As sapatilhas escorregando no piso conforme eu saia as pressas do corredor para dar de cara com as portas principais para sair da fortaleza.
  Eu não ia jogar fora minha melhor chance de felicidade. Se Levi quisesse ficar comigo, eu iria para onde ele quisesse.

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