50 - Liminar de Êxtase

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- Alícia on-

Por cerca das oito da manhã eu resolvi levantar e deixar a Mallya na cama, tínhamos posto o papo em dia por incrível que pareça. E depois de uma guerra de travesseiros acirrada, ela ficou para dormir mais um pouco enquanto eu levantava para tomar um banho.
Estava morrendo de fome, mas estava pingando de suor por ter lutado com a Mallya e levado a maior parte das travesseiradas. Então o melhor a se fazer era tomar um bom banho primeiro.
Cacei pacientemente o banheiro no meio daqueles vastos corredores da fortaleza, até finalmente encontrar um. Que era tão grande que parecia até um quarto. Tinha uma jacuzzi nele e uma.banehira enorme, mesmo assim ainda tinha dois chuveiros com box de vidro fumê preto e quatro pias de porcelanato vermelho com armários pretos sobre elas. Era bem bonito até.
Percebi que estava morrendo de fome quando comecei a tirar a bermuda e meu estômago roncou. Junto com um chuveiro que ligou sozinho.
Dei um pulo e pensei na minha arma, quando tateei o quadril percebi que minha defesa tinha ficado para trás no quarto da Mallya.
Eu não era tão inocente assim, e já conhecia aquela brincadeira de "quem está aí" e quem responde é a morte ou um fantasma, em ambos os casos eu não q seria descobrir o que era, comecei a vestir a bermuda de volta, decida a fugir primeiro e perguntar depois, quando de repente a portq de um dos box preto de vidro se abriu e um loiro sarado e musculoso olhou para mim com aqueles olhos dourados. Secando cada canto das minhas pernas desnudas e da cor da minha calcinha.
Não sabia se me sentia aliviada por não ser um fantasma ou com tesão por Levi estar nu a menos de um metro de mim e sorrindo daquele jeito cafajeste que eu mais amava.
- Precisa de convite? - Ele indagou abrindo uma brecha para eu passar pela porta e eu continuei me despindo enquanto o encarava de volta na mesma intensidade.
- Você precisa aprender a trancar a porta. - Resmunguei pra ele e recebi uma piscadinha enquanto aquele deus grego maravilhoso mordia o lábio inferior e sorria mais abertamente na minha direção.
- Esse é o banheiro mais isolado do lugar e eu tive a sorte de você ser uma boa detetive e entrar nele antes que eu fosse surpreendido por outra pessoa... - Levi me chamou com um aceno e eu fui ao seu encontro, agora toda nua da mesma forma que ele.

- Ah Mark nem começa!
- Vamos, admite que você está tão obcecada que está até tentando disfarçar! - Mark cuspiu a frase me olhando nos olhos firme, os cabelos vermelhos dele chamuscavam e eu estava pronta para apalpar sua cara com a minha mão com força o bastante para derruba-lo. Mal tinha saído da cama da Mallya, ainda estava morrendo de sono e não eram nem mesmo dez da manhã, e esse maluco já tinha me encontrado na saída da fortaleza que dava para o jardim e estava tentando me confrontar?!! O pior era como ele tinha se regenerado tão rápido? Achei que ia ficar um mês em coma depois da surra que Levi lhe deu!
Levi! Mais essa, ele estava saindo do banheiro quando o deixei, disse que ia me encontrar do lado de fora para tomarmos café juntos e que tinha algo para me dizer. Depois de tudo que ele fez no meu corpo com aquelas mãos eu acredito em qualquer coisa que ele disser.
- Eu nem sei do que você está falando seu psicopata imbecil! E é claro que não estou!- Rebati entre dentes negando de pé junto e ele se aproximou o bastante para que sua boca ficasse quase colada a minha orelha, por algum motivo meu corpo relutou quando deu um empurrão no ombro dele, o que mal surtiu efeito já que ele não se mexeu. A minha respiração entre-cortada estava se misturando lentamente com a dele naquele momento. E uma velha chama que eu pensei que nem mais existia retornou com euforia dentro do meu corpo. Essa não... eu ainda gostava daquele canalha...!
- Está tão desesperada que todo mundo já está vendo suas fraquezas querida, só você ainda não viu isso! - A brisa quente do hálito mentolado de Mark atravessou minhas narinas, eu quis atravessar minha mão dentro dele, estava ficando com ódio, não queria sentir mais aquela sensação de amor e ternura por uma pessoa que não entendia e nem mesmo merecia isso.
- Você não sabe nem da metade, a única pessoa que está procurando fraquezas pra me atingir aqui é você Mark. - Afirmei com amargura. Ah como eu queria arrancar seu coração e mastigar a pele macia com todos os dentes que eu tinha. O lobo já estava devasso, urrando por dentro pedindo por sangue, mas ao invés disso, Mark que já estava perto, eliminou o último espaço de dez centímetros que havia entre nós e me beijou antes que eu pudesse fazer qualquer coisa para assimilar o que tinha ocorrido, o sangue ferveu nas minha veias, correndo mais rápido como se tivesse eletricidade no lugar do líquido efervescente. E eu correspondi!
- Como eu senti sua falta Alícia...! - Mark gaguejou entre um gemido gutural e voltou a roubar minha boca.
Com volúpia e um desejo que eu nem sabia que estava ali. Mark depois de ter percebido que eu não relutaria agarrou meu quadril me prensando contra seu corpo, como se tivesse a capacidade de nos fundir em um só, enquanto sua boca se aprofundava na minha.
Não resisti e abri a boca, devorando seus lábios, sua língua invadiu a minha boca e eu arfei, só agora notando o que eu tinha acabado de fazer. Foi o bastante para eu entender que minha cabeça estava confusa de novo. E eu não sabia mais se era por minha causa ou pela conexão. Aquela maldita conexão sempre se metia nos meus sentimentos e bagunçava tudo!
Mark pareceu ter sentido minha rigidez quando eu congelei, e me agarrou mais forte para evitar eu me afastar, mas não foi suficiente, eu o empurrei, cambaleando alguns passos curtos para trás, e então o estalo soou.
E Mark ficou vermelho de raiva, me fitando com as marcas vermelhas dos meus dedos em sua bochecha. Os olhos cheios de água, como se fosse humano o bastante para eu ter magoado os seus sentimentos.
- Eu sabia. Eu sabia o tempo todo. - Meu sangue congelou e meu coração falhou uma batida quando ouvi aquela voz. A dor que rasgou meu peito logo em seguida como se pudesse arrancar meu coração pelas minhas próprias costelas me fez sentir as lágrimas nos olhos dessa vez aí da mesmo antes que elas estivessem lá. Me virei para o lado e eu e Mark nos deparamos ao mesmo tempo com Levi, com um buquê cheio de orquídeas colhidas a mão. O sorriso que um dia fez parte daquele rosto dourado agora havia se afugentado. E com uma expressão amarga Levi soltou as flores no chão e saiu. E eu tive que me conter para não ir atrás dele. Eu queria, mas eu sabia que a merda já estava toda feita. Não tinha como voltar atrás mais.

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