30 - Beco da Morte

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  Quando começamos a nos distanciar do fogo e do perigo, e Jimin deu risada quase comemorando que tínhamos ganhado tempo de fugir com as chamas que se levantaram, Suguinha apareceu, numa figura grande e forte cheia de dentes afiados debaixo dos pêlos negros. Estava correndo ao nossos lado, pegando Arak com a boca como se o pequeno duende fosse um filhote de onça e desatando a acelerar, correndo mais e mais rápido. Por um momento de fraqueza, quando pensei que meus pulmões iam começar a explodir de verdade por estar correndo de forma desenfreada antes mesmo de amanhecer, não parecia que tínhamos acordado agora e sido pegos de surpresa. Parecia que estávamos fugindo a séculos, correndo como lunáticos de forças poderosas a nossa espreita.
  Meu coração já estava dando solavancos nas costelas quando paramos, exasperado e apoiando as costas em pinheiros altos. Quanto tínhamos corrido? Alguma metros? Dava quase para ver os carros na clareia.
  Será que morreriamos mesmo?
  Quando vi que Suguinha tinha chegado bem ao nosso lado, meu sorriso se desmanchou assim que um dos grande gnomos veio rugindo pra cima de mim, um de cada lado das árvores de onde eu estava apoiado. As garras certeiras vieram de encontro a minha garganta e eu abaixei depressa caindo de bunda no chão e começando a rolar pra baixo depressa.
  Mal deu tempo de fugir e Suguinha foi recebido por uma paulada. O horror que estampou meu rosto pela bela criatura indefesa ter sido recebida daquela maneira devia ter sido grande porque assim que o gnomo se voltou pra mim parecia impressionado. Não fazia ideia de onde aquele gnomos transformados em lobo gigante tinha retirado aquele pedaço de tronco, mas usou força o bastante para fazer a pantera cair no chão a bons metros de distância de mim, choramingando e Arak cair logo em seguida indefeso no chão depois dele. As folhas secas se encheram de pés, fazendo barulho, quando Jackson nos alcançou, não estava ofegante como nós, mas estava determinado. Ele mesmo catou o pobre Arak nas mãos e passou uma adaga de uma orelha a outra na garganta do pobre gnomo. Rasgando seu pescoço. Sangue começou a espirrar nas folhas aos seus pés e ele abriu um sorriso vitorioso na minha direção. Largando o pobre bichinho pra morrer engasgando no próprio sangue aos seus pés.
  - NÃO! - Gritei furioso e avancei, o facão empunhado nas duas mãos e fui agarrado por garras. Ao longe o berro de Mark foi auditível, olhei ao redor procurando por Jimin e Kook, mas me surpreendi quando os encontrei caídos no chão, apagados e com sangue na cabeça e no rosto. Apenas eu e Mark ainda estávamos acordados, porém Mark parecia estar levando uma surra encolhido no chão enquanto recebia pontapés da cabeça até as costelas. Huoyan estava no chão sendo amarrado por correntes pesadas pelos elfos que até então não tinham se manifestado até atacar a fera gigante para aprisiona-lo. Enquanto jogavam uma rede de pesca em Suguinha como se ele fosse selvagem e não um gato indefeso. Capturados, todos temiam. Alguns apanhando, outros chorando, alguns inconscientes. O pânico e o terror se apoderaram de mim. Estavam todos indefesos.
  Eu urrei de nervoso começando a chutar o ar, foi o bastante para os gnomos me soltarem e eu recebeu um belo chute no rosto.
  - Você não vai sair impune, a Mallya vai nos achar e ela vai matar você e seu rei de merda! - Berrei entre dentes sentindo o gosto de terra do sapato de Jackson que tinha acabado de conhecer a minha cara misturado com o gosto do meu sangue na boca. E recebi um chute na cara, agora o joelho de Jackson quem tinha feito as honras de se apresentar. Jackson não havia poupado seus esforços, depois disso, ele mesmo, nem esperando eu me recuperar do primeiro golpe, enquanto estava atônito e tentando engatinhar pra me afastar do perigo, pediu que os gnomos ao meu lado me segurassem, um de cada lado enquanto eu ficava com o peito exposto no meio deles, com dor e um pouco de dormência nas pernas eu olhei em volta mais uma vez, queria ajuda, mas o máximo que consegui foi sentir os olhos inundar de água ao ver o rosto de Arak contorcido de horror, estava quase morto e sufocava baixinho com o sangue na garganta o engasgando, enquanto o rei de merda me usava como saco de pancadas, me fazendo ficar de frente para Arak que estava gorgolejando sangue no chão. Morrendo lentamente.
  Quando achei que não aguentaria mais nenhum soco, Jackson parou por um instante, para olhar para os elfos atrás de si, que já tinha tudo e todos sob controle com os animais das rainhas.
  - Avancem alguns quilômetros e tirem um dos veículos da clareira e cubram com folhas o bastante para esconder, bem longe. Todos tem que achar que tudo saiu como o planejado. O irmão de Valentin e nem as meninas podem desconfiar que seus amiguinhos foram capturados, senão o plano todo de destruir o acampamento das rainhas com o veneno da bruxa vai por água abaixo. - Ele saiu apontando para a clareira onde nossa liberdade estava tão perto e tão impossível de ser alcançada e então voltou seus olhos para mim de novo.
  - Levem os outros, esse daqui deixem para trás que vou cuidar dele primeiro. - E então ele sorriu, um sorriso angelical demais para um demônio desgraçado, e começou a vir na minha direção enquanto meus olhos começavam a fechar de dor, sonolento demais para me aguentar até mesmo acordado. Ainda conseguia ouvir sua voz me dizendo enquanto perdia os sentidos - Você acredita no céu Jong Up? Vou te fazer acreditar no inferno!

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