- Mallya on-
Alguém estava sufocando, de longe eu não conseguia ter certeza do que acontecia, mas podia quase ter certeza de que alguém estava se engasgando com alguma coisa. Tentei sair de onde estava escondida e escutei a voz de Jimin, estava implorando por alguma voz. De repente Hein apareceu na minha frente, estava com hematomas e escoriações por todo o corpo, parecia ter levado uma surra e as suas roupas tinha se tornado farrapos comparado ao que vimos da última vez quando eles saíram do barco naquela última manhã. Tentei dizer alguma coisa, mas a voz não saiu.
Eu não conseguia entender o que estava acontecendo, mas parecia ter alguma coisa muito errada por ali.
Quando achei que ficaríamos naquela mesma situação, Jimin pelo que pareceu uma eternidade segurou o meu queixo e me fez olhar para o lado, onde eu pressentia que tinha alguma coisa errada. E dito e feito.
Arak, o pobre delator de Jackson estava borbulhando entre sangue e tripas. O corpo magro e esverdeado se contorcendo entre convulsões e espasmos enquanto o último sopro de vida dele escapava pelas fendas em sua garganta. Mais sangue caiu e uma última lágrima escorreu pelo seu rosto antes do gnomo desvanecer o último suspiro.
A vida não estava mais ali, mas o corpo permaneceu, imóvel e assustadoramente parado.
Quis chaqualhar ele, começar a gritar. Meu coração estava chegando a mil já. E mesmo assim a única coisa que consegui fazer era escutar.
- Conte a alguém... - Jimin implorava, eu não conseguia ver onde ele estava e nem mesmo de que lado vinha aquela voz, mas o desespero em sua voz era alarmante - Conte a alguém...
E então tudo desapareceu e eu fiquei sozinha no escuro.Arquejei, puxando com toda força qualquer resquício de ar que pudesse escapar de meus pulmões e sentei de uma vez. Chegou a doer a forma abrupta que voltei a respirar. Não sei se pela adrenalina que percorria as minhas veias, ou pela sensação inquietante de que mil agulhas estavam penetrando a minha pele, mas eu senti tudo escurecer de novo. A visão falhou e logo em seguida consegui me recuperar. Sentindo as mãos de Tae me agarrarem de repente.
Não estava mais lá. Onde quer que os outros ou eu mesma estivesse naquele sonho eu não estava mais lá. E o pânico aterrorizante de que alguma coisa tinha acontecido com eles e ninguém podia fazer nada se apoderou de mim.
- Tae... - Consegui pronunciar depois de recuperar as palavras, a muito custo consegui desviar as vistas da porta da barraca para observar ele, ofegando e angustiada pela camada fina de suor gelado que estava se acumulando no meu pescoço eu gaguejei - T-Tae tem algo de e-errado.- Alicia on-
Durante a noite sonhei com a ponte no começo da floresta, que ela havia se quebrado enquanto eu a atravessava, e a sensação de não conseguir chegar do outro lado e cair na escuridão fez meu coração superar o ritmo cardíaco que eu achei que fosse possível. Quando me mexi na cama, quase pronta pra despertar, sonhei mais uma vez, um rosa branca que escureceu completamente quando encostei nela começou a preencher minhas mãos de sangue e desintegrar as pétalas enquanto eu podia jurar que Mark estava por trás de alguma coisa.
Pensei que tinha dormido demais, na verdade o sono tinha sido tão leve que eu sentia que tinha sido em vão ficar deitada aquele tempo todo. E então, quando acordei de verdade, percebi que se passavam das três da manhã ainda era muito. Levi estava na entrada da barraca vigiando como uma sentinela, a cortina estava levemente aberta e do lado de fora a lua que lembrava o sorriso daquele maldito gato da Alice no país das maravilhas estava se pendurando entre as estrelas.
Suspirei de alívio quando Levi invadiu as cobertas deixando de lado o seu posto de guarda por uns instantes e veio me acalmar. Não sei como ele fazia isso, mas fazia eu me sentir segura de verdade a ponto de não ter medo de voltar a dormir de novo para ter mais pesadelos.
O que não foi o que eu fiz já que estava desperta demais com o terror das rosas para pegar no sono outra vez.
- Não sei como você consegue voltar a dormir depois de tudo isso. - Ele comentou, apoiando um dos cotovelos na lateral do corpo para ficar de lado olhando para mim, e eu coloquei as mãos atrás da cabeça para olhar para o teto. As armações da barraca se conectavam com maestria. Era estranho como um bando de varas podiam se conectar e firmar uma estrutura onde você joga um pano por cima e diz que é uma barraca. Era tão simples, e mesmo assim protegia bem demais do frio. Pena que o calor passava batido. Que era o nosso caso hoje.
- Eu acostumei. Parece que não, mas a gente aprende a se adaptar com muita coisa. - Ponderei de volta e a noite passada invadiu as minhas lembranças, Levi falando da mãe. A sensação de que seria capaz de fazer qualquer coisa por ele. Meu coração começou a bater mais forte.
Parecia tão errado lembrar disso e pensar em como ele me considerava talvez, pelo menos como uma amiga... Constrangida eu tentei manear a cabeça para afastar o pensamento.
Levi estava tão perto, o corpo dele quase sobre o meu. Dessa vez não mantive àquela sensação de receio, que talvez fizesse eu desistir da ideia e roubei sua boca num beijo demorado, sentindo cada pedacinho da sua boca carnuda na minha, embebida de calor. E senti cada parte dos meus lábios formigarem em resposta quando o mesmo retribuiu com um sorriso espertinho e devorou minha boca também.
E então fomos os dois pro rio, largando as roupas pelo caminho entre beijos e carícias até rindo e fazendo o mínimo de barulho possível. Afinal não queriamos mais companhia além da nossa.
Até que caímos os dois na água. Refrescar as ideias e tirar o suor frio e colento que ensopou as minhas costas durante a noite seria uma boa ideia naquele momento.
Perdemos o foco, assim que a água invadiu cada parte do meu corpo despido e fez eu começar a estremecer e começar a tremer, Levi se aproximou, se encaixando entre as minhas pernas com facilidade enquanto eu me apoiava nas pedras atrás de nós. Estávamos bem longe da cachoeira, enquanto Levi mordia meu pescoço e se enterrava em mim com gosto. Cada parte do meu corpo correspondia naquela borda do rio. Estava entregue outra vez, sabia disso. O frio na barriga me extasiava.
Ele tinha um magnetismo sobre mim que fazia eu me entregar por completo e esquecer completamente o que quer que fosse que aconteceria depois.
O perigo e a sensação de que talvez pudéssemos morrer amanhã ou depois só fazia eu me sentir mais extasiada.
Tinha que aproveitar cada segundo dele. Da sua pele, do seu cheiro. Me agarrei a Levi quando senti ele estocar com mais cuidado. Estava com medo de me machucar. Sempre era cuidadoso e aquilo me fez gemer em seu ombro. Enterrando minhas bochechas vermelhas em seu pescoço enquanto ele aumentava o ritmo logo em seguida.
- Ah Levi. Não faz assim que você sabe que eu não aguento... - Gemi mais e Levi me segurou pela coxa, me apertando forte contra seu corpo. Meu seios se apertaram contra o seu peito forte e eu comprimi os lábios numa tentativa quase falha de segurar um gemido.
Quando Levi gemeu, um som gutural e indefeso escapando de sua boca eu não resisti, estava com as bochechas queimando e o corpo todo formigando de desejo. Aquilo era demais. Minha cabeça estava entrando em colapso.
Arquejei, agarrando as unhas nas suas costas e encolhi os dedinhos dos pés o máximo que pude, podia sentir ele vindo, a sensação inebriante e quase lúcida do orgasmos devastando meu ventre. Relaxando cada músculo tenso no meu corpo...
Tudo aquilo serviu de distração o suficiente para não notarmos que ao longe o sol já estava se pondo, e a Mallya e o Tae estavam saindo de sua barraca para ver o dia nascer. E que bela cena eles encontraram quando deram de cara com nós dois pelados e um em cima do outro bem na beira do rio.
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Prison IV
Mistério / SuspenseO pior dos piores, o fim dos tempos. Nada vai poder mudar o que aconteceu, e sobreviver é mais necessário que viver. Agora mais do que nunca a Alícia e a Mallya vão ter de se unir contra todos, ninguém mais escapa dos monstrengos que assolam a c...