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Family potrait

20 de março

CARINA: Buongiorno, Bambina. [Carina falava ao telefone enquanto andava quase correndo no hospital.]

MAYA: Bom dia, meu bem. Você está ocupada agora?

CARINA: Eu estou saindo da emergência e estou correndo para o andar da obstetrícia porque a minha paciente está com quase 9 centímetros de dilatação. Como foi a sua noite? Você conseguiu dormir?

MAYA: Pra falar a verdade foi bem cansativa, mas eu precisava falar uma coisa importante com você...

CARINA: Aconteceu alguma coisa, Maya? Diga de uma vez, Maya Bishop. É algo com Lucy? Ela está bem? [Carina cortou a fala de Maya]

MAYA: Meu amor, calma. Lucy está bem. Eu acabei de falar com a minha mãe. Pegamos ela depois da soneca.

CARINA: Ai, que bom. Estou tão atarefada hoje que não tive tempo de checar como está a minha própria filha. [Carina disse bufando]

MAYA: Está tudo bem, meu amor. Daqui a pouco estaremos com ela.

["Segure para mim", Carina disse a um interno para não perder o elevador e correu um pouco para alcança-lo a tempo.]

CARINA: Mal posso esperar. Mas você queria dizer algo... Você tem exatamente cinco minutos.

MAYA: Como eu estava dizendo, eu não consegui descansar porque tivemos esse chamado bem difícil. Acabamos perdendo dois membros de uma família de três pessoas. O único sobrevivente foi menino de 4 anos chamado Oliver.

CARINA: Nossa, isso é tão triste, meu amor.

MAYA: E ele não entende muito o que está acontecendo, mas ele está assustado e então ele grudou em mim. Eu o peguei no colo desde cedo. Acalmei ele como acalmamos Lucy e ele dormiu um pouquinho no sofá do lounge. Agora ele está agora brincando na minha sala. Me segue por todo lado e não deixa que outras pessoas fiquem com ele. A assistente social disse que não há como conseguir uma família temporária para ele hoje, já que ele não tem nenhum familiar disponível, então ele teria que seguir para um abrigo até que isso fosse providenciado e ... ele está tão assustado, meu bem. E...

CARINA: Diga...

MAYA: Eu estava pensando se não poderíamos ficar com ele só por hoje. Ele passou por um trauma tão grande.

CARINA: Podemos sim, Bambina. Lucy adora outras crianças e ele pode se distrair um pouco com ela. Ele vai precisar de algo?

MAYA: Não foi possível recuperar nada da casa dele. Ele só tem esse dinossauro de pelúcia que leva para todos os lados.

CARINA: Okay, eu vou arrumar roupas e tudo mais. Depois do meu parto estou livre. Certifique-se de que ele coma algo agora. Em casa eu preparo um café da manhã especial. Agora eu preciso ir. Tenho um bebê nascendo nesse instante. Te amo. Ciao. [Carina disse tentando falar tudo o que tinha a dizer para Maya de uma vez já com a mão na porta para entrar para se preparar para o seu parto.]

MAYA: Bom trabalho. Te amo. [Maya desligou o telefone e apoiou se na mesa atrás de si com um sorriso no rosto na direção do menino que brincava no chão da sua sala.]

Mas tarde no mesmo dia:

— Essa é a nossa casa, Oliver. – Carina disse abrindo a porta para o pequeno parado atrás de Maya meio que escondido. O menino de olhos verdes e cabelos castanhos ondulados que caiam sobre o seu rosto viera o caminho todo em silêncio.

O menino andou um pouco e entrou no apartamento, observou tudo ao redor por um instante. Andou mais um pouco e parou na frente da estante da tv. Ficou observando as fotos. Ele ficou fixado um instante em uma foto de Lucy junto com Maya e Carina.