Soccer

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Quando Carina estacionou o carro já era possível ouvir os gritos animados no estádio. Um pequeno campeonato acontecia na escola de Oliver aquele dia e Carina chegara um pouco atrasada por causa de uma cesariana de última hora.

Ela rapidamente apanhou sua bolsa no bando do passageiro e correu o mais rápido que conseguiu até atingir um lugar nas arquibancadas. O salto  lhe atrasava um pouco, mas mesmo assim ela ainda pôde assistir um gol que o filho marcara naquele mesmo instante. Ela gritou animada com a plateia com o coração cheio de orgulho:

"Sei mio bambino. Esse é o meu filho."

"Ele marcou outros dois", Alice, a mãe de uma das colegas de classe de Oliver informou.

Carina levou a mão à boca pasma.
"Ele é realmente filho de Maya Bishop, pois eu sou um terror nos esportes", as duas mulheres riram enquanto voltavam a sentar após a comemoração.

Pouco tempo depois o juiz apitou o fim da partida.

Carina levantou-se e foi na direção do lugar onde a esposa se encontrava ao lado do campo dando high-fives e nos pequenos jogadores e em seguida colocando uma medalha sobre o pescoço deles. Ela se juntou com os outros pais tentavam fixar o momento em vídeos e fotos. Maya estava tão concentrada que nem viu a esposa no meio dos outros.

A loira agora ajudava os pequenos a se posicionarem um duas filas de frente para o campo para que o time todo saísse na foto.
Oliver, o artilheiro da partida, ficara com o troféu na frente.

Ao finalizar Maya virou-se e agarou o pequeno menino de cabelos bagunçados dizendo:
"Você foi incrível, meu amor. Não apenas porque vencemos, mas porque você deu o seu melhor."

Ela roçou o nariz no do filho.

Agora Carina chegou perto dos dois.

"Onde estão meus campeões?"

"Mamma", Oliver disse pulando no colo da mãe.

"Você viu que eu foz três gols, mamma? Três?", ele disse animado.

"Meu desculpe, mas eu não consegui chegar a tempo para os três, tesoro, mas grutei bastante no último", a mulher explicou.

"Esta bem , mamma. O importante é que você está aqui", ele apertou os braços os redor dos ombros da mãe.

Os olhos de Carina se encheram. O filho sempre dizia coisas que lhe impressionava. Maya que apenas observava a cena aproximou-se e juntou-se ao abraço apertando a família nos braços.

"Nós podemos colocar a minha medalha em um quadro como a da minha mãe?"

"Lógico que podemos", Carina riu apoiando a cabeça na do menino.

Eles se soltaram e Carina colocou o menino de volta no chão.

"Então, vamos para casa?", Maya disse chamando a atenção da família para ela.

"Nós podemos tomar um sorvete no caminho?", o menino juntou as mãos na frente das mães.

"Siiii", Carina deu um sorriso aberto na direção do menino.

Ele comemorou com um soquinho no ar e correu na frente das mãos na direção da saída.

"Então vamos treinadora?", Carina mordeu o lábio inferior enquanto passava os braços por sobre o ombro da mulher para seguirem até o carro.

Agora em casa já a noite, aconchegadas no sofá, após colocar as duas crianças na cama, as duas aproveitavam um tempo sozinhas.

"Eu vi o meu pai em mim hoje...", Maya disse quebrando o silêncio confortável do momento. Ela estava pensativa desde cedo.

"O que aconteceu?", Carina ajeitou-se no sofá para ficar de frente com a mulher.

"Oliver errou alguns passes e eu fiquei muito frustrada", Maya parou um instante e mordeu o interior da bochecha. "Eu estava a ponto de dar uma bronca nele ali mesmo. Eu só conseguia pensar no quanto havíamos treinado e que aquilo parecia ter sido tempo perdido", os olhos da loira estavam marejados.

Carina não disse nada apenas apertou o braço da mulher sobre o encosto do sofá. Sabia o quanto ela ficava frustrada por ter esses sentimentos.

"E... e... ele é só uma criança... e ele estava se divertindo tanto, mas eu fiquei chateada porque ele errou alguns passes em um jogo de crianças", agora as lágrimas rolavam pelas bochechas da mulher.

"Você gritou com ele? Puniu ele de alguma forma?", Carina falou quando Maya já soluçava.

"Não", Maya respondeu cabisbaixa entre soluços.

"Você faria ele caminhar até em casa como punição se o seu time tivesse perdido?"

"Não, Carina. Você sabe que eu nunca faria isso", Maya disse agora com raiva. Não entendia o porque de todas aquelas perguntas.

"Sim, eu sei que você nunca faria isso porque você não é como o seu pai, Maya. Você nunca vai ser como ele", a italiana levou a mão até o rosto da mulher que agora estava vermelho e molhado de lágrimas.

Maya suspirou.

"E o que você fez?"

"Primeiro eu fiquei frustada comigo. Então eu respirei fundo e o chamei como faço com todos. Ele pediu desculpas antes que eu pudesse falar. Então ajoelhei no chão para ficar da sua altura, segurei os seus ombros e disse a ele que não precisava pedir desculpas que o mais importante era que ele estava se divertindo, mas que poderiamos mudar algumas coisas para melhorar. Apontei na direção do campo o movimento que ele deveria fazer e ele observou concentrado enquanto os outros tomavam água. Ele disso "obrigada, mamãe" e voltou para o campo correndo e fez três gols no time adversário", Maya explicou com o olhar distante. Parecia que ela visualizava exatamente aquela cena. "Ele é o melhor do time, meu amor. Eu juro. E não é porque ele é meu filho... Eu só tenho medo de ser dura demais com ele. De pressiona-lo. De transformar isso em um peso como o atletismo foi se tornando para mim por causa do meu pai", a bombeira disse com o rosto entristecido.

"Ei, você tem direito de ter orgulho do seu filho. De achar que ele é o melhor... Ele gosta de ser o melhor como você...", Carina levantou o rosto da esposa. "Eu tenho orgulho de vocês...Muito orgulho", a morena abriu um sorriso na direção da mulher fazendo com que ela também sorrisse e depois a tomou nos braços aconchegando a no seu colo confortante.

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