Panic attack

1.6K 136 8
                                    

Maya pousou delicadamente a criança de cabelos loiros na cama que era coberta por uma colcha repleta de caminhões de bombeiros. Ela sentou-se com cautela ao lado da cama e inclinou o corpo para beijar o topo da cabeça da menininha. Ainda demorou-se um instante sentindo o cheiro delicado de seus cabelos. Tão pequena e tão amada. Sua menina. Não deixaria que nada nem ninguém a ferisse.

Maya levantou o rosto e sua expressão agora era triste. Seu coração parecia ser esmagado por uma mão invisível aquele dia e aquela estranha sensação de que está prestes a sufocar vinha a sua garganta.

Ela observa a menininha dormindo abraçada com a sua naninha de carneirinho. Aquele havia sido uma das primeiras compras de Carina quando descobriram o bebê. "Andrea tinha uma parecida com essa quando era piccolino", ela disse com lágrimas nos olhos com o objeto em mãos.

A médica estava em plantão àquela noite, mas ligara a pouco para se certificar de que Maya realmente colocaria a filha na cama na hora certa e não deixaria que ela brincasse até tarde. Ela imediatamente notara o engasgo na voz da esposa.
Dissera "Está tudo bem, bambina?", com um tom um pouco preocupado. A bombeira desconversou. Garantiu que tudo estava. Mas... Não estava.

Flashback

"Ei, você quer ir no balanço?", Maya disse olhando a menininha que segurava sua mão ao adentrar o parque.

"Sim, mommy", a garotinha deu um pulo de alegria fazendo com que seus cabelos voassem brevemente no ar.

Maya posicionou a menina no balanço e se colocou atrás dela para empurra-la.

"Você pode me empurrar bem alto, mamãe?", a menina disse segurando-se.

"Okay, segure firme", a mulher instruiu. O balanço foi e voltou seguidas vezes enquanto a menina gargalhava.

O seu telefone tocou em seu bolso.

"Oh, bebê, você pode esperar só um pouquinho. Mamãe só precisa atender o telefone", a bombeira informou a menina enquanto tirava o aparelho do bolso. "É a sua mama", ela abriu um sorriso.

MAYA: Oi, meu amor.

CARINA: Buongiorno, mia bambina. Eu tive que sair correndo para uma cesárea de emergência de madrugada. Vocês estavam dormindo tão bonitinhas que nem tive coragem de acordar vocês. [Carina encostou-se na parede atrás de si.]

MAYA: Oh, babe. Eu tomei um pequeno susto quando não encontrei você na cama, mas peguei o seu recado pela manhã. No entanto, tive que chantagear um certo alguém que acordou perguntando pela sua "mama" com lágrimas nos olhos. [ Maya apontou com o olhar na direção da filha.]

CARINA: la mia povera, piccolina. Sinto tanta falta dela. Me deixe vê-la.

MAYA: ei, baby. Fale com sua mama. [A bombeira virou o telefone na direção da menina enquanto se abaixava para ficar da altura da menina.

Carina falou com a filha por um instante prometendo a ela um dia especial das duas após o fim de seu plantão. A menina aceitou até dizer "agora eu preciso brincar, mama", e entregar o celular rapidamente para a mãe antes de sair correndo na direção da caixa de areia.

CARINA: Você viu isso? [ A morena disse impressionada.]

MAYA: sim, eu vi. [ A bombeira riu.]

"Doutora Carina DeLuca, comparecer à obstetrícia", o auto falante soou no fundo.

CARINA: Eu tenho que ir agora, bambina
Mas prometo que chego a tempo de acordar você com um beijo pela manhã.

MAYA: Vou esperar por você. [Maya riu para o telefone enquanto recebia um beijo da esposa.]

Home│a series of Marina One shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora