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Hurt - part 2

Carina's p.o.v

Carina ouviu o toque de seu celular enquanto ainda conversava com Bailey, Jo e Richard à frente da clínica de fertilidade. Já que não foi possível realizar a abertura naquele dia. O chefe sugeriu que elas entrassem e ajudassem a receber os feridos da tempestade.

As mulheres seguiram o homem até a emergência. Nesse instante Carina conseguiu alcançar seu telefone no bolso do grosso casaco.

Ela parou um instante para ler a mensagem. Maya lhe pedia desculpas pela forma como agira pela manhã.

Carina ficou pensativa encarando o telefone. Queria tanto que tudo aquilo fosse exatamente como ela imaginou. Queria tanto ser mãe e queria tanto a sua bambina de volta.

Carina respirou fundo. Não adiantava ficar com raiva e brigar com Maya agora. Ela também se sentia culpa por ter feito o teste sem a esposa. Por mais que estivessem passando por tudo aquilo era o seu bebê também. Carina estava ferida por dentro. A cada nova tentativa frustrada, a cada novo teste negativo ela sentia a seu ânimo info embora. E agora Maya estava naquele estado. E aquilo demandava sua paciência, mas ela estava tão cansada.

Carina encostou se na bancada e discou o número da esposa. Estava disposta a esquecer a discussão que tiveram pela manhã. Queria apenas ouvir a voz dela. Queria sentir-se amada por ela. Mesmo encoberta por aquela nuvem negra ainda era a sua bambina ali. A mulher com quem havia casado. A mesma que entrava em casa na ponta dos pés para ir acorda-la com um beijo e carinho. Sentia falta daquilo. Nos últimos tempos, quando Maya dormia em casa, elas pareciam duas estranhas dividindo a mesma cama.

O seu telefone tocou até que a italiana ouvisse o som indicando a secretaria eletrônica.
"Ela deve estar em uma chamada", Carina pensou lembrando que lá fora o vento forte balançava as árvores e raios cortavam os céus de Seattle.

"Vamos, Deluca, nós temos uma grávida precisando de ajuda", Bailey chamou a atenção da mulher já vestida em seu scrub azul.

"Hm... Eu... eu só preciso em trocar. Um segundo", a morena enfiou o celular funso no bolso e seguiu até o vestiário. "Quando tudo ficar mais calmo ligo para ela novamente", a mulher pensou.
Carina continuou checando o seu celular após o primeiro atendimento. Nada de Maya.

Ligou novamente. Sem resposta.

Ligou para Andy. Sem resposta.
Se Andy não respondeu elas estão em um chamado.

De repente Travis e Ben entram no hospital empurrando uma maca. Carina vai na direção deles.

"Maya estava no chamado? Está tudo bem?", ela disse quase sem respirar.

"Ela não estava", Ben disse baixando a cabeça.

"Como?"

"Ela não apareceu na hora do alarme", ele explicou.

"Isso é estranho. Maya nunca se atrasariam para um chamado. Ela me deixou no meio da inseminação da última vez", a mulher falava apertando os olhos.

"Sim, eu me lembro disso" o homem disse envergonhado por ter encontrado a italiana nua no banheiro com as pernas no ar.

"Eu estou tentando ligar, mas ela não me atende", Carina encarava o celular.

"Talvez ela foi até a academia. Ela tem passado bastante por lá nos últimos meses", Ben fez uma leve careta.

"Eu me preocupo porque... nós... ela não está bem e... eu me preocupo com ela", a voz de Carina adquiriu um tom preocupado.

"Eu tenho certeza que daqui a pouco ela retorna", Ben apoiou a mão no ombro da mulher . "Eu preciso ir agora. Nós temos mais vítimas para trazer", o homem se despediu de Carina e seguiu seu caminho deixando a italiana pensativa para trás