Back at work

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Passado algum tempo desde a notícia do afastamento de Maya do posto de Capitã da Estação 19 o processo contra ela foi realmente aberto e julgado pelo SFD. A bombeira ficara suspensa do trabalho no decorrer do processo. Nesse meio tempo, Carina teve que lidar com uma Maya bem irritada e emotiva.

Certa vez, durante uma discursão, Maya jogou algo com força sobre a pia arrependendo-se no momento seguinte. Odiava quando não conseguia controlar seus impulsos. A italiana ficou um instante assustada e em seguida abraçou a forte a mulher que começou a chorar imediatamente.

"Tudo vai ficar bem, bambina. Tudo vai ficar bem. Eu estou aqui", ela disse enquanto sentia as lágrimas da esposa encharcando o ombro da sua blusa. Carina ficava com o coração partido quando ela ficava assim.

Todo o desgaste emocional trago pela suspensão de Maya inevitavelmente atingiu o casamento e elas tiveram que conversar várias vezes sobre como isso estava afetando o relacionamento. A italiana entendia que ficar sem trabalhar, sem fazer o que mais amava era duro para Maya, mas ela não podia deixar que toda a raiva e tristeza por causa disso as afastasse.

No julgamento final, a sentença determinou que fosse retirado o título de Capitã da bombeira, mas que ela continuaria a atuar na Estação 19 mantendo o título de Tenente. Depois do veredito do processo Maya se sentiu aliviada. Ela estaria de volta a ação e sentia falta disso. A bombeira não costumava reclamar, mas o trabalho de capitã por vezes era mais sobre papeladas, relatórios de incidente e aquisição de equipamentos dos que sobre a ação em si. Ela sentia falta do calor do interior dos prédios, de correr dentro deles, de salvar pessoas, de sentir a respiração pesada e o corpo cansado ao terminar de apagar um incêndio. A sensação de cansaço junto com a sensação de trabalho cumprido era uma das coisas que lhe faziam ser apaixonada pela profissão. Ela ansiava por aquilo.

A decisão, no entanto, não agradou muito a Carina visto que ela ficava assustada só em pensar em Maya correndo dentro e prédios em chamas. Até o final do processo a italiana tinha esperanças de que elas vencessem e a esposa voltasse ao antigo posto de Capitã. Infelizmente, as coisas correram diferentes do esperado e agora ela teria que se acostumar com a ideia de que sua esposa voltaria a combater incêndios pelo lado de dentro.

O fato de Maya ser bombeira nunca fora uma grande questão na relação delas. Desde o inicio Carina sabia os riscos da profissão, mas Maya como Capitã atuava pelo lado de fora comandando a equipe no combate dos incêndios. Maya não precisa entrar nas cenas, não precisava correr riscos todos os dias. Agora tudo seria diferente. A italiana sabia que a sua esposa era a melhor, mas isso não evitava que ela sentisse medo.

Aquele seria o dia do retorno de Maya ao trabalho. A loira estava no banheiro em frente ao espelho encarando o seu reflexo perdida nos pensamentos. Carina entrou fazendo com que ela abandonasse o estado de transe em que se encontrava. A morena posicionou-se atrás da bombeira cruzando as mãos sobre a barriga dela, apoiando o queixo no seu ombro e a cabeça na sua.

" Nervosa?", a morena disse entredentes olhando a esposa pelo espelho.

"Só um pouco. É uma mistura de nervosismo com felicidade que me deixa um pouco confusa", a loira disse enquanto também olhando para Carina pelo espelho. "Mas eu estou bem. Estou animada. Sinto falta disso", ela continuou dizendo enquanto virava o corpo na direção de Carina e levava os braços sobre os ombros dela. A loira disse isso como forma de tranquilizar um pouco a esposa.

A bombeira apenas fechou os olhos e descansou a testa na da mulher a sua frente roçando os seus narizes delicadamente enquanto tinha um sorriso no rosto. Ela ficaria ali por horas sem se cansar do toque da pele de Carina, do cheiro dela e da sensação boa que ela lhe causava.

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