Maya's p.o.v.
A porta atrás de mim se fecha eu sigo pela calçada com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa. Os meus cabelos são levemente bagunçados quando o vento bate neles. Não ando mais do que doia passo quando alguém me chamando.
"Maya..."
Congelo um instante antes de virar e dar de cara com a mulher mais linda do mundo parada a frente da entrada do café a espera da minha resposta. Ela tem uma expressão de tristeza.
"Você não precisa ir por minha culpa." ela diz gesticulando na minha direção. Eu praticamente não entendo o que ela diz. Meu olhos fixam os seus lábios e aquele sotaque atinge os meus ouvidos me fazendo ficar hipnotizada. Quando percebo que a estou encarando volto os olhos para o chão.
"Você chegou aqui primeiro. Não é justo que você vá.", Ela continua a dizer.
"Não, você e sua amiga podem ficar.", me seguro para não dizer "sua namorada", pois estou morrendo por dentro para saber se aquela mulher com ela é apenas sua amiga, mas não digo. "Além do mais, esse lugar combina mais com você do que comigo. Eu estava apenas andando a esmo e resolvi parar.", falo sentindo o meu coração acelerando e as minhas bochechas esquentando. Tenho os olhos inquietos. Tento não olhar diretamente para ela. Não parecer uma pessoa louca encarando-a.
"Eu realmente gosto daqui. Eu já vim aqui algumas vezes. E eu trouxe a minha amiga Gabriella pra conhecer.", ela diz com um sorriso tímido espremendo os olhos. Não consigo evitar e deixo escapar um sorriso quando ela diz "minha amiga". Isso me deixa feliz. Significa que provavelmente ela não está com outra pessoa ainda.
"Realmente me lembrou de você...", eu digo sentindo as minhas mãos suarem. "Droga, eu não deveria ter dito isso.", penso um instante depois.
"Sério?", ela diz surpresa com um sorriso agora aberto. Ela não tem noção de como eu fraquejo diante daquilo.
"Sim, a decoração, as flores, as cores...", digo voltando os olhos para a vidraça do Café. É engraçado lembrar disso. Lembrar das coisas que ela gosta e de estar completamente apaixonada por cada traço da personalidade forte, mas tão amorosa dela. Eu lembro de, às vezes, me perder nos pensamentos lembrando de momentos nossos. As coisas estavam ficando sérias entre nós. Nada típico da Maya que eu era, mas tudo estava acontecendo tão naturalmente que eu nem havia me dado conta de quanto tempo estávamos passando juntas, de como o meu primeiro pensamento do dia era ela ou quantas vezes ela dormia comigo no meu apartamento e quantos dias de folga passamos juntas.
Ela também volta os olhos para a vidraça do estabelecimento e dá um sorriso de canto de boca.
"Você pode ficar. Não vá por minha causa. Isso me faz mal.", ela diz pesarosa voltando a me olhar colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
"Eu não posso...", enfim digo.
"Por quê?", ela me encara.
"Porque eu não posso ficar perto de você, Carina. Não é fácil e talvez nunca será.", eu digo fixando os olhos nos dela e em seguida o chão.
"Olhe para mim, Maya.", ela diz e dá um passo à frente.
Eu imediatamente dou um passo para trás. Não posso ficar tão perto assim dela. Não posso correr esse risco.
Ela fica em silêncio com a mão estendida no ar como se fosse me segurar pelo braço. Parece ter medo que eu vá embora.
"Maya.., por que você não quer que eu me aproxime de você?", ela diz impressionada com o meu afastamento. Não olho para o seu rosto, mas sei que ela tem lágrimas nos olhos pelo som choroso da sua voz. Eu não queria machuca-la.
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Home│a series of Marina One shots
FanfictionPequenas histórias de Maya e Carina para rir, chorar, surtar e ficar ainda mais apaixonada por elas.