Lullaby

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"Onde está meu suéter branco?", Maya disse enquanto afastava os cabides analisando rapidamente com o olhar. Ela se lembrava de ter visto aquela roupa antes de entrar no banho. Ela estava bem ali onde agora a loira encara, mas nem sinal.

A loira deixou o quarto vestindo uma calça jeans e apenas um top na parte de cima e meias nos pés. Já imaginava onde teria ido parar a sua roupa.

A mulher observou a casa sem encontrar ninguém até ouvir um murmúrio suave vindo de um dos quartos. Andou na ponta dos pés até a porta do cômodo até visualizar a esposa gentilmente balançando a menininha de olhos castanhos exatamente iguais aos de Carina de um lado para o outro enquanto cantava uma canção de ninar italiana. A loira ficou observando a cena estatística. Os olhinhos da filha, tão pláscidos, iam se fechando enquanto a mãe entoava a música suavemente e passava a mão por suas costas. A pequena agarrada em uma "naninha" de ovelhinha descansava a cabeça coberta de cabelos castanhos encaracolados no colo da mãe como se aquele fosse o lugar mais confortável do mundo. E era. Maya sabia disso.

Avrai sorrisi sul tuo viso come ad agosto grilli e stelle
Storie fotografate dentro de um álbum rilegato in pelle
Tuoni di aerei supersonici che fanno alzar la testa
E il buio all'alba che si fa d'argento alla finestra ...
...
Avrai Avrai Avrai
Il tuo tempo per andar lontano
Camminerai dimenticando ti fermerai sognando ...
Avrai Avrai Avrai
La stessa mia triste speranza
E sentirai di non avere amato mai abbastanza ...
Se amore amore amore avrai ...

A morena entoava e continuava a balançar a neném que agora havia adormecido.
Maya nem notou o passar do tempo. Apenas ficou ali gravando em sua mente a perfeição daquela cena.

"Oh, ei...", Carina disse baixo ao virar e ver a mulher observando a. "Há quanto tempo você está ai, stalker?", ela moveu levemente a menina para descansar um dos braços por um instante.

"Eu... nem sei...", a loira riu. "Eu acho que fiquei hipnotizada pela canção de ninar. E vocês duas estavam tão conectadas que... eu estava gravando isso na memória", a loira confessou recebendo um sorriso apaixonado da esposa.
"E é só que ela nunca dorme assim comigo. Sempre tenho que lutar até que ela pegue no sono."

"Deve ser porque você deixa ela fazer tudo o que quer, Maya", Carina disse rapidamente.

"Eu não...", Maya levantou um pouco a voz.

"Shiu", a italiana reclamou apontando com o queixo a bebê que se mexeu um pouco em seu colo.

"Eu não deixo ela fazer tudo", a mulher sussurou.

"Maya!!", Carina fez uma careta.

Maya bufou e admitiu:

"Okay, mas... como você consegue resistir a essas bochechas? E essa gengiva desdentada dela? Ela sorri e eu simplesmente me derreto", a mulher disse aproximando-se das duas e encostando o nariz nos cabelos da menina.

"É difícil. Acredite. Mas uma de nós precisa resistir", Carina riu com Maya.

Ela ficou um silêncio um instante até voltar a falar com o olhar distante.

"Eu cantava essa canção de ninar para Andrea quando o colocava para dormir quando éramos pequenos na Itália. Quando mama e papa brigavam eu o colocava no colo e lhe levava para o quarto e cantava repetidas vezes até que ele dormisse. Quase sem tomar fôlego. O som da minha voz abafava os gritos na sala e rapidamente Andrea pegava no sono e eu podia respirar. Ela parece conhecer essa canção porque imediatamente fica calma quando a canto", a morena ficou um instante em silêncio novamente enquanto Maya passou os braços sobre ela e a neném em seu colo apoiando um instante a cabeça nas costas da bebê. Maya sabia o quanto Carina desejava que Andrea estivesse ali vivendo tudo aquilo com elas. Sendo zio Andrea para a sua bebê.

"Você quer ser ninada também, bambina?", Carina riu abaixando-se para beijar o topo da cabeça da esposa.

"Hmm... não seria uma má ideia, pois aposto que está congelando lá fora, mas temos aniversário de Pruitt, lembra?"

"Sim, mas porque você está pelada?"

"Porque eu estava procurando por este suéter", Maya apontou com o queixo.

"Oh, esse aqui já está em uso. Obrigada", a morena riu enquanto Maya tomava suas bochechas nas mãos para beija-la.

****

AN: Ei, pessoal. Bem... eu estou passando por algumas coisas bem grandes na minha vida pessoal nesse momento e está praticamente impossível ter tempo e cabeça para escrever. Eu vou ficar fora um instantinho, mas não desistam de mim. Eu imploro. Obrigada pela companhia por todos estes anos (para os que estão aqui faz tempo) e bem vindos os que estão chegando. Vem muito mais histórias por aí. Eu juro que volto o mais rápido possível. Sua autora.

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