Baby making

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"Ai", Carina reclamou puxando o ar entre os dentes enquanto fazia cara de dor. A mão da morena repousava sobre o local da última aplicação de hormônios feita ainda na noite passada. Não via a hora de se livrar de todas aquelas injeções doloridas e que faziam o seu humor ficar uma bagunça. Ela se via chorando pelos momentos mais bobos, sem contar que qualquer pequeno motivo lhe deixava profundamente irritada.

Depois de muito conversar e considerar todas as opções, as duas decidiram que a forma mais confortável de fazer o procedimento seria a inseminação em casa. Carina era ginecologista e isso facilitava bastante as coisas. Além disso, em casa poderiam ter mais liberdade e privacidade para tornar o processo mais natural e pessoal como tudo o que vinham fazendo desde que decidiram ter um filho.

Queriam que o seu bebê fosse feito envolvido pelo amor das duas. Que as duas estivesse juntas na cama se amando e se preparando para aquilo. Que cada uma fosse parte indispensável daquilo. Carina não queria que Maya segurasse sua mão e observasse enquanto ela passava pelo processo em uma sala fria de uma clínica. A italiana queria transar com sua mulher e sentir-se amada enquanto passava por tudo aquilo. Queria esquecer por um instante que precisavam de um homem para fazer um bebê e apenas olhar a sua linda esposa e imaginar existiam apenas as duas. Ninguém mais.

"Carina? Carina, eu preciso da sua ajuda. Eu estou queimando os waffles."

Carina foi desperta pelo grito de Maya da cozinha.

"Argh!", ela exclamou um segundo antes de gritar um "eu estou indo" de volta para a esposa.

A morena deixou o banheiro e foi em direção a cozinha ainda fechando os botões da calça.
"Oh, está tudo bem", a morena exclamou quando deu de cara com Maya derrubando uma frigideira desastrada. Aquela nem parecia Maya.

"Eu estou bem. Eu só... acho que estou um pouco mais nervosa do que eu imaginei", a loira explicou apanhado a panela e atirando a na pia.

"Oh, você está nervosa? Eu é que vou ser preenchida que nem um peru?", Carina disse enquanto recebia um waffle das mãos da esposa.

"Sim, mas você faz isso o tempo todo. Você é uma médica que é literalmente especialista nisso", a bombeira depositava uma travessa com waffles na mesa enquanto falava quase sem respirar.

"Sim, mas hoje eu sou a paciente que esta com o mês de remédios para fertilidade no corpo e os hormônios da injeção de ontem a noite", Carina explicou. Era diferente. Mesmo que ela fosse médica e conhecesse todo aquele processo de cor dessa vez era diferente.

"Você quer remarcar?", Maya sugeriu.

"Não, porque então nós teríamos que esperar um mês inteiro novamente", Carina disse imediatamente.

"Sim, mas está tudo bem. Sem pressa", Maya falava enquanto continuava a dispor as comidas sobre a mesa.

"Então por que nós apressamos o exame genético e as injeções de hormônios e... tudo mais?", a morena começava a ficar nervosa também.

"Porque nós estamos animadas", Maya disse balançando os braços no ar.

"Exatamente. Então nós temos que fazer isso hoje. Nós queremos fazer isso hoje, certo? Porque eu estou cansada de esperar, esperar, esperar por tudo. A reunião sobre o meu visto ainda não foi agendada, mas sobre isso nós temos controle", Carina explicava eufórica.

Neste momento ouviram-se baridas na porta. Jack chegara.

"Nós queremos fazer isso hoje. Nervosismo não é ruim", a morena continuou a falar com a boca cheia de waffle enquanto seguia até a porta.

"Não é", Maya confirmava como se dissesse a si mesma que o nervosismo era normal seguindo a esposa até a entrada para receber o doador.

***

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