Era uma Vez... Os Bridgerton

Capítulo Treze

Alguns dias se passaram desde minha conversa com John. Não nos encontramos desde aquele dia, mas trocamos bilhetes sobre como prosseguir com nossa missão e combinamos de iniciar nosso plano no baile dado por Daphne e Simon. Tudo que temos que fazer é repassar o que vamos dizer e partir pra ação.

Ele parece empolgado pelo jeito como me escreve, mas digo a mim mesma que isso é o certo a se fazer, então meu coração não sofre tanto.  

Na noite do baile, chegamos pouco tempo antes do horário marcado pois Violet queria dar um beijo de boa noite nos netos, já que faz tempo que não tem essa oportunidade, e o baile é a desculpa perfeita. Mas o tempo passa rápido e logo os convidados começam a chegar. Enquanto aguardo a chegada de John ou de Penélope, aproveito para conversar com Colin. Afinal, ainda quero ajudar meus amigos a se apaixonarem já que não posso.

- Aqui está sua limonada. - Ele fala.

- Obrigada. - Tomo um gole e percebo que ele olha muito ao redor. - Esperando alguém?

- O que? - Ele pisca várias vezes, como se voltasse pra realidade. - Não. Estou distraído, apenas isso.

- Certeza? - Levanto as sobrancelhas ao olhar pra ele.

- Bom... É que... Não é nada.

- Deve ser alguma coisa para te deixar tão pensativo.

- É, mas... Não é nada que precise ser falado com você. Com licença.

Ele sai e se mistura com os outros convidados no salão. Fico sem entender o motivo de suas palavras, mas não vou deixar passar. Na primeira oportunidade vou tocar no assunto de novo.

- Cat. Boa noite. - Penélope para ao meu lado acompanhada de Eloise. - Você está linda.

- Obrigada. - Sorrio. - Você também está linda. Esse vestido lhe caiu muito bem.

- Obrigada.

- Seu conde já está aqui? - Eloise olha ao redor. - Creio que não, ou estaria ao seu lado, certo?

- Ele não é meu conde. E não sei se chegou. Pode estar cumprimentando algum conhecido.

- Acho que não, Penélope. Faz alguns dias que eles mal se veem, o conde deve estar com saudade da companhia da nossa querida Catherine.

- Eloise! Ele é um homem ocupado, não deve ter lembrado da minha existência nos últimos dias.

- Se esse fosse o caso, ele não lhe enviaria bilhetes todos os dias. Ele está apaixonado.

- Não diga bobagens. - Não é de mim que ele gosta de verdade.

- Ela só está dizendo a verdade. - Ela coloca a mão no meu braço e continua: -Tem que ver a maneira com que ele te olha, Cat, como sorri quando está com você. - Ela suspira. E quero dizer que isso já não pode ser verdade. Mas apenas tomo um pouco mais da minha bebida. - Queria ter alguém assim.

Eloise aperta a mão da amiga.

- Pensei que seríamos solteiras para sempre. - Penélope sorri. - Você esqueceu?

- Não. Mas esse é a última opção.

- Você vai encontrar alguém, Penélope. Mas se isso não acontecer, algo que duvido, não precisa ficar triste. Você é incrível e tem muitas pessoas que te amam e que estarão sempre com você. Não precisa de um homem ao seu lado para saber que é amada.

- Isso mesmo. Nunca estará sozinha.

- Vocês são ótimas. Obrigada. Não poderia ter amigas melhores.

Continuamos conversando sobre outros assuntos, mas logo Eloise se ausenta pra ajudar uma das irmãs com o vestido, então tento tirar algo de Penélope sobre sua situação com Colin. Ela parece acreditar que ele não tem interesse, pois nas inúmeras conversas que tiveram ele "não demonstrou interesse".

- Não acho que isso seja verdade. Ele com certeza gosta de você, mas talvez esteja confuso, afinal vocês se conhecem há muito tempo.

- Você acha? - Ela parece não ter cogitado essa ideia antes.

- Na verdade, acho sim. Também acho que você deve dar o primeiro passo. Sei que é assustador, mas se nenhum dos dois fizer nada a respeito nunca ficarão juntos.

- É assustador mesmo. Acho que não consigo falar assim, abertamente, sobre meus sentimentos.

- Não é sobre isso que estou falando. Falo sobre dar o primeiro passo, mas agindo, me entende?

Ela me olha em silêncio por alguns segundos, então sua boca se abre um pouco como se finalmente tivesse juntado os pontos. Suas bochechas ficam rosadas quando isso acontece.

- Não teria coragem de fazer uma loucura dessas. Beijá-lo? É demais.

- Querida amiga, existem poucos momentos na vida que devemos nos permitir fazer loucuras, e acho que no amor é onde estamos mais propensos a fazer isso.

- Você já fez alguma loucura?

- Pelo amor de outra pessoa. - Falo baixinho, olhando pra baixo.

- O que? - Olhe seu rosto e com o movimento acabo reconhecendo uma figura conhecida se aproximando.

- O conde está vindo. Foi isso.

- Certeza? - Ela me olha com o cenho franzido.

- Sim. Atrás de você. - Sorrio.

Ela fica ao meu lado pra não ficar de costas pro recém chegado. John se aproxima com um pequeno sorriso no rosto. Cumprimenta a Penélope com um beijo na mão, depois se dirige a mim.

- Como está, senhorita Ballard? - Ele beija minha mão por um segundo a mais do que o necessário. Sorrio. - Faz tanto tempo.

- Estou bem. Mas fazem apenas alguns dias.

- Não sentiu minha falta?

- Como poderia? Me enviou bilhetes todos os dias. - Fico com vergonha por falarmos sobre isso com Penélope tão perto, então mudo de assunto. Não quero que ela e Eloise falando sobre isso mais do que já falaram. - Como está sua tia e sua mãe?

- Estão bem. Esperam por uma visita sua. Não as desaponte.

- Prometo visitá-las em breve. Gosto muito de conversar com ela e com sua mãe. Elas estão aqui?

- Sim. Minha tia preferiu descansar um pouco e minha mãe está lhe fazendo companhia. Ela está preocupada com meu primo, então não quis pressioná-la.

- Eu entendo.

- Com licença, acho melhor deixar os dois a sós. - Penélope fala.

- De maneira alguma, senhorita Featherington. Gostaria que me concedesse uma dança.

- Eu? - Ela parece surpresa.

-Sim. Não dispensaria a chance de dançar com uma das damas mais lindas desse baile.

- Obrigada. - Ela fica envergonhada. - Seria uma honra dançar com o senhor.

No momento uma nova música se inicia no salão, então ele me olha.

- Se importa se formos agora?

- Não, claro que não. - Sorrio.

- Já voltamos.

Enquanto eles dançam vejo que Penélope sorri muito, e me aquece o coração ver que os dois estão se dando bem. Vou ao encontro de Francesca e Daphne, então conversamos um pouco. Quando John vier ao nosso encontro, daremos início ao plano.