Era uma Vez... Os Bridgerton

Capítulo Dez

A criada, que estava andando pelo quarto, organizando, finalmente sai, então levanto pra tentar me acalmar um pouco. Estou nervosa. Ansiosa. Não sei.

Ouço uma batida na porta e olho pro decote uma última vez antes de abri-la. É Francesca. Sorrio.

- Boa noite. Papai me pediu para ver se está tudo bem com a senhorita. Se está pronta.

- Estou sim. - Sorrio. - Você está linda.

- Obrigada. Você também. Se quiser, podemos descer juntas.

- Claro. Mas... Não sou a última a ficar pronta, sou? Diga que não.

Ela sorri um pouquinho.

- Não, não se preocupe. Hyacinth teve um problema com o vestido e Eloise a está ajudando.

- Menos mau. - Olho uma última vez no espelho, então sigo Francesca pro lado de fora. - Estou tão nervosa. Nenhum garoto jamais me convidou para um jantar. E o conde já é um homem.

- Sim. Mas não se preocupe, se ele lhe convidou é porque a estima. Deve ter boas intenções.

- É o que todos pensam.

- Mas não você? - Ela me olha.

- Ah. Não sei. Os homens costumam ser volúveis com seus sentimentos.

- Diz isso por experiência própria? Ou apenas suposição?

- Eu? Experiência com homens? - Solto uma risadinha. - Não! Acho que por isso estou nervosa. Não quero criar falsas expectativas.

Afinal, me apaixonar não estava no roteiro. Eu só queria conhecer os Bridgerton e ajudar Penélope e Colin. Mas não! Tinha que gostar justamente de John Stirling. Logo dele. E nem sei nada sobre ele que possa me ajudar. Nina me disse que nos livros, não falaram muito sobre ele já que passava mais tempo na Escócia. Mas com certeza não citaram o quanto ele é bonito, ou cavalheiro. Eu saberia se tivessem dito algo, então não tem nada que possa me ajudar. E assim, não sei como agir.

Esperamos pouco tempo pelos membros da família que faltavam. Mas aproveitei esse tempo pra conversar um pouco mais com Francesca. Ela não se abre muito, não fala muito sobre si mesma, mas não fico chateada, pois entendi que ela é mais próxima do pai e é pra ele que conta tudo, o que acho muito legal. Essa conversa também me levou a decisão de não falar com ela sobre John, talvez a confunda devido as circunstancias.

O caminho até a casa dos Stirling também é tranquilo. Vou na carruagem com Eloise e Colin, que não resiste a comida e, claro, não rejeitaria um jantar. Principalmente quando não há nenhuma moça com idade pra se casar na residência dos anfitriões. Ele é muito espertinho.

- Como se sente, senhorita Ballard, sabendo que está prestes a conhecer a mãe e a tia de seu futuro marido?

- Nervosa. Mas não seja precipitado. Ele não me pediu em casamento, apenas nos convidou para um jantar.

- Ainda não lhe pediu em casamento. Ainda. - Eloise o apoia.

- Você também? Não vê que não quero me iludir, Eloise?

- Querida, a única pessoa que não vê as intenções do conde é você. Até nosso pai já percebeu.

- Ele falou sobre isso com vocês?

- Não. Mas não teria encomendado outro vestido para você se não fosse o caso.

- E eu agradeço por isso. - Colin sorri. - Por causa da atenção que está recebendo de Kilmartin, mamãe está se dedicando a você e se esqueceu dessa história de me arranjar uma noiva.