Capítulo Trinta e Cinco

2.2K 166 32
                                    

Eloise abre a cortina da janela e já conseguimos ver as ruas de Londres. A deixaremos em sua casa primeiro, depois seguiremos para a nossa.

- Sentirei saudades da nossa convivência. Estava me acostumando a ter vocês por perto. - Minha amiga sorri fraco.

- Você pode vir nos visitar sempre que quiser. - John fala. - Agora que estamos aqui não precisa se locomover tanto para isso.

- Verdade. Mas ainda assim, não será a mesma coisa.

- Você não tem jeito, Eloise. - Sorrio. - Não pode evitar os bailes para sempre. Sei que não quer se casar com qualquer um e está certa. Mas pode aproveitar para se divertir com alguns rapazes enquanto o certo não a encontra.

- Fácil falar quando não tem que manter uma conversa com eles. Todos tem a sensibilidade de uma pedra.

- Não fale com eles, então. Apenas dance. - John sugere. - Diga que prefere apreciar o momento em silêncio, assim não se chateia com assuntos supérfluos.

- Boa ideia. A manterei em mente. - A carruagem para. - Acho que chegamos. - Ela me abraça. - Em breve faremos uma visita. - O cocheiro a ajuda a descer. - Até logo.

- Até logo.

Apoio a cabeça no ombro do meu marido e entrelaço nossos braços.

- Estou tão cansada. Tudo o que quero fazer é dormir quando chegarmos em casa. - Paro um instante quando algo vem a minha cabeça. - Não, espera.

- O que? - Ele beija minha cabeça. - Não está sentindo nada está?

- Não, não se preocupe, estou bem. - Olha pra ele por entre o cílios. - Estava apenas me perguntando se não poderíamos parar para comer uma torta de chocolate antes. De repente, me deu essa vontade.

- De repente? - Ele sorri. - Você está cheia de desejos esses dias, me surpreende esse ser o primeiro de hoje. Mas podemos parar, sim. Só um instante.

Ele fala com o cocheiro e volta para o meu lado.

- Eu já disse que te amo muito?

- Hoje, não. - Ele sorri. - Mas se soubesse antes que te levar para comer torta a deixaria tão carinhosa, eu mesmo faria uma.

- E você sabe fazer torta?

- Não. - Solto uma risadinha. - Mas posso aprender, apenas para você.

- Eu gostaria de te ver tentando.

- Então vamos fazer isso acontecer. Pedirei que a cozinheira me ensine quando tiver um tempo.

Paramos na confeitaria e aproveitamos o lanche. Como o cocheiro nos espera, peço que separem um pouco pra ele. Mas não demoramos muito, depois de comer a minha vontade de descansar aumentou.

- Sabe o que estava pensando? - Falo quando paramos em frente a casa.

- Não faço ideia. Em que?

- Sua família tem quadros espalhados por todas as propriedades, mas ainda não temos o nosso. Queria ter essa lembrança, para nossos filhos, netos, bisnetos... O que acha?

- Acho que está certa. Podemos falar com o pintor que fez o retrato dos meus pais.

- Não. Eu sei exatamente a quem pedir. - Sorrio.

- Creio que faço alguma ideia de quem seja. Quando deseja fazer isso? Posso falar com ele essa semana se quiser.

- Não precisa. - O mordomo nos recebe e entramos na casa. - Estou com essa barriga enorme, não quero ser retratada assim. Estou muito inchada.

Era uma Vez... Os BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora