Nossa estadia na Escócia está sendo incrível! Passeamos, passamos tardes preguiçosas na cama e ainda convenci John a me ensinar como ele administra tudo. Ele não queria de início, usando a desculpa de que era nossa lua de mel, mas o convenci.
Afinal não podemos passar o dia todo rolando sob os lençóis. Nesse ritmo estarei grávida antes dos vinte e não quero isso agora. Quero John só pra mim, sem dividi-lo com ninguém.
Estou sentada sobre uma das pernas dele no escritório, lendo alguns documentos, quando alguém bate na porta. Me levanto.
- Entre. - John fala.
A criada anda em nossa direção com um envelope na mão.
- Com licença. Acaba de chegar uma carta para a condessa.
- Obrigada. - Pego o envelope e vejo que é de Penélope. - O que será?
Sento no colo dele novamente quando a criada sai.
- Deve ser importante, ou ela teria esperado nosso retorno.
Ele apoia o queixo no meu ombro quando abro, lendo sobre meu ombro.
- Não acredito! - Sorrio, olhando pra John. - Aconteceu! Estou tão feliz!
- Eles irão se casar.
- Você sabia? Como?
- Colin me disse. Queria esperar um pouco para anunciar, por conta do nosso casamento. - Ele me abraça. - Sabia que ficaria feliz.
- Estou, sim. - Levanto. - Mas temos que voltar a Londres logo. Eles irão viajar em breve, não vai demorar a acontecer.
- Teremos tempo, não precisa de pressa. Pedirei que preparem tudo e partiremos o mais breve possível.
- Está bem. - Não consigo parar de sorrir. - Acho que vou passar mal de tanta emoção.
- Não está se sentindo bem?
- Não é isso. É apenas uma maneira de falar. Não se preocupe. Estou transbordando de alegria.
- Então também estou. - Ele vem até mim. - Pedirei que preparem tudo e depois vou me recolher.
- Mas ainda é cedo.
- Estou um pouco cansado, apenas quero me deitar. Mas prometo estar de pé para o jantar.
Ele beija minha bochecha e sai. Fico sem reação. Meu coração está batendo a mil e acho que nunca estive com tanto medo quanto agora.
Foi assim que aconteceu antes. Eu lembro. Ele dormiu e não acordou mais. Não posso deixar acontecer de novo.
O que eu faço? O que eu faço?
Saio do escritório e chamo a primeira criada que encontro.
- Deseja algo, senhora?
- Sim. Pode pedir ao médico da família que venha até aqui? É urgente.
- Não está se sentindo bem?
- Não. Estou bem. Mas... Apenas diga que preciso que venha imediatamente. Por favor.
- Sim, senhora.
Ela se afasta e eu subo até nosso quarto. John parece ter acabado de entrar também. Ele tira a gravata e os sapatos. Sorri quando me vê.
- Veio me fazer companhia? - Assinto, tentando parecer tranquila. - Então, venha.
Me aproximo devagar e tiro os sapatos antes de subir na cama.
- Você está se sentindo bem, de verdade?
- Sim. Só estou com sono. Não sei se a senhora lembra, mas me manteve bastante ocupado nos últimos dias.
Ele beija meus lábios.
- Tem certeza? - Ele assente. - Me deixou preocupada.
- Não precisa. Estou bem.
- Mas nunca podemos ter certeza. Talvez algo esteja acontecendo dentro de você.
- E está. - Ele sorri. - Meu coração está batendo muito forte por você.
- John. Estou falando sério.
- Eu também. - Ele beija meu pescoço. - Sono nunca foi nenhuma doença.
- Mas pode ser um sintoma. Por isso achei melhor chamar o médico.
John me olha com a cabeça inclinada. Então encosta na cabeceira da cama.
- Está exagerando. Não devia ter feito isso, o doutor estará apenas perdendo seu tempo.
- Eu acho melhor prevenir. Li num livro que cansaço pode ser indicação de muitas doenças.
- E porque estava lendo um livro de medicina? Apenas a deixará mais preocupada. - Sua expressão é séria quando fala. - Já disse que é apenas cansaço, não tenho dormido bem.
- O que pode ser outro sintoma. - Ele joga a cabeça pra trás e suspira. - Eu não estou brincando, John. - Sento no colo dele pra ficarmos de frente um para o outro. Seguro seu rosto e o faço olhar pra mim. - Por favor, não quero te perder. Apenas a ideia me deixa aflita.
Ele fecha os olhos por um instante e suspira enquanto apoia as mãos nas minhas coxas.
- Você não irá me perder. Vamos passar a vida toda juntos, por muitos e muitos anos. - O abraço forte e ele faz o mesmo, passando os braços pela minha cintura. - Mas se a faz sentir melhor, deixarei que o médico me examine.
- Obrigada. Me sentirei mais calma se o médico confirmar que não é nada. - Me afasto um pouco para olhar nos seus olhos. - Eu te amo muito.
- Eu também te amo muito. - Ele junta nossos lábios.
Ouvimos uma batida na porta e nos separamos.
O médico chegou.
Nós o cumprimentamos e eu explico o motivo de ter chamado ele. Não demora muito para que John seja completamente examinado.
- Então, doutor, ele está bem mesmo?
- Sim, o conde está saudável.
- Eu te disse. - John apoia a mão no meu ombro.
- Mas o senhor tem alguma recomendação? Alguma vitamina, ou algo do tipo? Para melhorar o sistema imunológico?
- Se a senhora quiser posso lhes recomendar algo para fortalecer seu organismo, mas não tem nada com o que se preocupar.
- Quero, sim, por favor. Quero meu marido o mais saudável possível.
- Então deixarei um lista de alimentos e alguns xaropes.
- Obrigada. - Sorrio.
Ele deixa a lista e alguns frascos, recomendando que tome duas vezes ao dia. Nós despedimos e voltamos ao quarto.
- Mais tranquila?
- Sim. Muito mais.
- Agora posso dormir? Estou mesmo com sono.
- Claro. - Deito ao lado dele. - Vou estar bem aqui com você. Me desculpe por ter te impedido mais cedo.
- Tudo bem.
Ele beija minha testa, com os olhos já fechados. Deixo que caia no sono enquanto o abraço, com a cabeça sobre seu coração, ouvindo as batidas constantes.
*
Estamos nos capítulos finais... Espero que estejam gostando. Qualquer erro podem me falar, eu não fiz a revisão do capítulo. E, por favor, lembre de votar e comentar.Obrigada por ter lido até aqui. Beijão. Até o próximo.

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Era uma Vez... Os Bridgerton
FanficCat Ballard tem a vida mais sem graça de todas. Ela não sai, não tem muitos amigos e sente como se não pertencesse a esse mundo. No seu último ano no colégio, ela não espera que sua vida sofra nenhuma mudança, mas se surpreende quando, de forma ines...