Capítulo Trinta e Dois

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Nossa estadia na Escócia está sendo incrível! Passeamos, passamos tardes preguiçosas na cama e ainda convenci John a me ensinar como ele administra tudo. Ele não queria de início, usando a desculpa de que era nossa lua de mel, mas o convenci.

Afinal não podemos passar o dia todo rolando sob os lençóis. Nesse ritmo estarei grávida antes dos vinte e não quero isso agora. Quero John só pra mim, sem dividi-lo com ninguém.

Estou sentada sobre uma das pernas dele no escritório, lendo alguns documentos, quando alguém bate na porta. Me levanto.

- Entre. - John fala.

A criada anda em nossa direção com um envelope na mão.

- Com licença. Acaba de chegar uma carta para a condessa.

- Obrigada. - Pego o envelope e vejo que é de Penélope. - O que será?

Sento no colo dele novamente quando a criada sai.

- Deve ser importante, ou ela teria esperado nosso retorno.

Ele apoia o queixo no meu ombro quando abro, lendo sobre meu ombro.

- Não acredito! - Sorrio, olhando pra John. - Aconteceu! Estou tão feliz!

- Eles irão se casar.

- Você sabia? Como?

- Colin me disse. Queria esperar um pouco para anunciar, por conta do nosso casamento. - Ele me abraça. - Sabia que ficaria feliz.

- Estou, sim. - Levanto. - Mas temos que voltar a Londres logo. Eles irão viajar em breve, não vai demorar a acontecer.

- Teremos tempo, não precisa de pressa. Pedirei que preparem tudo e partiremos o mais breve possível.

- Está bem. - Não consigo parar de sorrir. - Acho que vou passar mal de tanta emoção.

- Não está se sentindo bem?

- Não é isso. É apenas uma maneira de falar. Não se preocupe. Estou transbordando de alegria.

- Então também estou. - Ele vem até mim. - Pedirei que preparem tudo e depois vou me recolher.

- Mas ainda é cedo.

- Estou um pouco cansado, apenas quero me deitar. Mas prometo estar de pé para o jantar.

Ele beija minha bochecha e sai. Fico sem reação. Meu coração está batendo a mil e acho que nunca estive com tanto medo quanto agora.

Foi assim que aconteceu antes. Eu lembro. Ele dormiu e não acordou mais. Não posso deixar acontecer de novo.

O que eu faço? O que eu faço?

Saio do escritório e chamo a primeira criada que encontro.

- Deseja algo, senhora?

- Sim. Pode pedir ao médico da família que venha até aqui? É urgente.

- Não está se sentindo bem?

- Não. Estou bem. Mas... Apenas diga que preciso que venha imediatamente. Por favor.

- Sim, senhora.

Ela se afasta e eu subo até nosso quarto. John parece ter acabado de entrar também. Ele tira a gravata e os sapatos. Sorri quando me vê.

- Veio me fazer companhia? - Assinto, tentando parecer tranquila. - Então, venha.

Me aproximo devagar e tiro os sapatos antes de subir na cama.

- Você está se sentindo bem, de verdade?

- Sim. Só estou com sono. Não sei se a senhora lembra, mas me manteve bastante ocupado nos últimos dias.

Ele beija meus lábios.

- Tem certeza? - Ele assente. - Me deixou preocupada.

- Não precisa. Estou bem.

- Mas nunca podemos ter certeza. Talvez algo esteja acontecendo dentro de você.

- E está. - Ele sorri. - Meu coração está batendo muito forte por você.

- John. Estou falando sério.

- Eu também. - Ele beija meu pescoço. - Sono nunca foi nenhuma doença.

- Mas pode ser um sintoma. Por isso achei melhor chamar o médico.

John me olha com a cabeça inclinada. Então encosta na cabeceira da cama.

- Está exagerando. Não devia ter feito isso, o doutor estará apenas perdendo seu tempo.

- Eu acho melhor prevenir. Li num livro que cansaço pode ser indicação de muitas doenças.

- E porque estava lendo um livro de medicina? Apenas a deixará mais preocupada. - Sua expressão é séria quando fala. - Já disse que é apenas cansaço, não tenho dormido bem.

- O que pode ser outro sintoma. - Ele joga a cabeça pra trás e suspira. - Eu não estou brincando, John. - Sento no colo dele pra ficarmos de frente um para o outro. Seguro seu rosto e o faço olhar pra mim. - Por favor, não quero te perder. Apenas a ideia me deixa aflita.

Ele fecha os olhos por um instante e suspira enquanto apoia as mãos nas minhas coxas.

- Você não irá me perder. Vamos passar a vida toda juntos, por muitos e muitos anos. - O abraço forte e ele faz o mesmo, passando os braços pela minha cintura. - Mas se a faz sentir melhor, deixarei que o médico me examine.

- Obrigada. Me sentirei mais calma se o médico confirmar que não é nada. - Me afasto um pouco para olhar nos seus olhos. - Eu te amo muito.

- Eu também te amo muito. - Ele junta nossos lábios.

Ouvimos uma batida na porta e nos separamos.

O médico chegou.

Nós o cumprimentamos e eu explico o motivo de ter chamado ele. Não demora muito para que John seja completamente examinado.

- Então, doutor, ele está bem mesmo?

- Sim, o conde está saudável.

- Eu te disse. - John apoia a mão no meu ombro.

- Mas o senhor tem alguma recomendação? Alguma vitamina, ou algo do tipo? Para melhorar o sistema imunológico?

- Se a senhora quiser posso lhes recomendar algo para fortalecer seu organismo, mas não tem nada com o que se preocupar.

- Quero, sim, por favor. Quero meu marido o mais saudável possível.

- Então deixarei um lista de alimentos e alguns xaropes.

- Obrigada. - Sorrio.

Ele deixa a lista e alguns frascos, recomendando que tome duas vezes ao dia. Nós despedimos e voltamos ao quarto.

- Mais tranquila?

- Sim. Muito mais.

- Agora posso dormir? Estou mesmo com sono.

- Claro. - Deito ao lado dele. - Vou estar bem aqui com você. Me desculpe por ter te impedido mais cedo.

- Tudo bem.

Ele beija minha testa, com os olhos já fechados. Deixo que caia no sono enquanto o abraço, com a cabeça sobre seu coração, ouvindo as batidas constantes.

*
Estamos nos capítulos finais... Espero que estejam gostando. Qualquer erro podem me falar, eu não fiz a revisão do capítulo. E, por favor, lembre de votar e comentar. 

Obrigada por ter lido até aqui. Beijão. Até o próximo.

Era uma Vez... Os BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora