Nos encontramos com Francesca e Michael na mesma sala onde nos separamos e vejo que eles sorriem ao nos ver. Esses danadinhos, planejaram isso tudo pelas minhas costas.
- Então, senhorita, finalmente aceitou meu pobre primo de volta?
- Não sei se essas são as melhores palavras para descrever nossa situação, mas... Sim. - Sorrio.
- Não sei de onde veio essa ideia de nos juntar, Cat. - Francesca diz. - Está claro que vocês gostam um do outro, sempre fica mais feliz quando está na companhia dele.
- E meu primo também sempre fica de melhor humor quando está com a senhorita.
- Mesmo? Eu não tinha percebido.
- Se tivesse, teria deixado de lado a ideia que teve.
- Me desculpa por isso. Sei que parece não fazer sentido para vocês, mas realmente achei que seria melhor para todos se ficássemos separados. Eu não sou ninguém especial, você é filha de um visconde, me pareceu mais apropriado.
- Como pode dizer que não é ninguém especial? - John aperta minha mão, apoiada na curva do seus braço. - Você é muito especial para mim, a lembrarei disso sempre que puder.
- Eu digo o mesmo. Me desculpa por não ter te dito antes.
- Tudo bem. Vamos esquecer isso, é passado. Que tal, terminarmos o passeio com uma ida a confeitaria?
- Eu gostaria muito. - Olho pra nossos companheiros. - O que vocês acham?
- Acho que seria bom passarem um tempo juntos. - Francesca se dirige a Michael. - Pode me acompanhar até em casa ,senhor Stirling?
- Será um prazer. Também acho que merecem se divertir juntos. Numa outra oportunidade vamos todos.
- Claro. Se vocês preferem, não insistirei. - Sorrio.
Fazemos nosso caminho pra fora do museu e nos separamos na frente dele. Francesca e Michael levam a carruagem e nós decidimos andar um pouco, já que estamos próximos do lugar onde John quer me levar.
- Então, quer me contar porque estava tentando me juntar a senhorita Bridgerton?
- Não estou mais. - Aperto um pouco mais o braço dele e sorrio. - Quer mesmo falar sobre isso?
- Não. Mas acho que há uma questão maior por trás disso. Não apenas a diferença social, que não sabemos se existe.
Existe, sim. Eu realmente não tenho nenhum antepassado aristocrata. Eu saberia se tivesse. Não é?
- É por esse motivo, mesmo, não tem nenhum outro. De verdade.
- Hum. Tudo bem então. Mas não precisa se preocupar com isso. Você tem a mim, os Bridgerton. Nenhum de nós deixaria que falassem mal de você.
- Eu sei. Estava apenas insegura, me desculpe.
- Apenas se disser que não irá me deixar novamente.
- Novamente? - Sorrio. - Não tínhamos compromisso algum para que o deixasse. Eu diria que o rejeitei.
- Então não me rejeite novamente. Diga sim a todas as minhas propostas.
- Não acho que isso seja prudente. Mas posso prometer ser sincera sobre meus sentimentos a partir de agora e nunca mentir para você novamente.
Ele finge pensar.
- Gostei. - Ele sorri. - Então vamos ser sinceros e nunca mentir um para o outro. Como celamos o acordo? Eu gostaria que fosse com um beijo.
Dou um cotovelada de leve nele.
- Estamos em público, não podemos. Então vamos celar o acordo com uma sobremesa deliciosa. - Paramos na frente da confeitaria. - Também é uma ótima ideia não acha?
- A minha é melhor. Mas como não podemos...
Ele abre a porta e nós entramos. Procuramos uma mesa afastada, pra ficar longe dos ouvidos atentos e da das bocas fofoqueiras.
John puxa a cadeira pra que eu possa sentar e então senta de frente pra mim. Pegamos um cardápio cada um e nos concentramos em escolher.
- Olha, eles tem bolo de coco. Eu amo. - Olho pra ele. - Qual seu preferido?
- Gosto de torta de morango. Não é tão doce, por isso me agrada.
- Também não gosto muito de doces. Eu enjoo rápido.
- Digo o mesmo. - Ele chama o garçom. - Então, o bolo de coco, certo?
- Sim.
- Duas fatias de bolo de coco e duas xícaras. - Ele aponta no cardápio, então o garçom se afasta. - Espero que goste daqui.
- Assim podemos voltar mais vezes?
- Se você quiser. Será um prazer. - Ele coloca a mão sobre a minha e a aperta suavemente. - Estive pensando num assunto desde que nos vimos naquela noite.
Ele não precisa falar, sei a qual está se referindo.
- E sobre o que pensou?
- Você pareceu sentir muita falta do seus pais. Mesmo não lembrando deles. Então queria contratar alguém para encontrá-los, assim podemos fazer tudo como o deve ser. Você estaria com a sua família e eu poderia conhecê-los.
- Encontrar a minha família? - Olho pro lado.
Que família? Eles não estão aqui.
- Sim. Pensei que seria uma boa ideia, mas não queria fazer nada sem falar com você antes.
- Não sei. Ninguém veio me procurar ainda, talvez eu nem tenha família e isso seja perda de tempo. Além do mais... Você não tem motivos para arcar com isso.
- Eu me importo com você. Isso é o suficiente. E faço isso por mim também. Eu quero a aprovação da sua família. Se ela não existir, pelo menos saberemos, sem dúvida alguma.
Eu prometo não mentir, mesmo estando mentindo desde o início. Não posso tirar isso dele. Vamos descobrir que não existe nenhum Ballard por aqui e pronto. Final feliz. Posso fazer isso por ele. Assim todas as dúvidas que possam ter a respeito de mim podem acabar.
- Tudo bem. Se você quer tanto, eu aceito. Mas talvez não leve a lugar algum.
- Pelo menos, teremos feito algo. Não se preocupe, vai dar tudo certo, independente de qualquer coisa.
O garçom trás nossos pedido e coloca duas xícaras de... Hum. Sinto um cheiro que há tempos não sentia. Olho o conteúdo da xícara.
- Café. - John diz. - Vejo como reage sempre que toma chá, então pensei numa mudança. O que acha?
- Acho que não sou tão boa em fingir. - Rio baixinho então tomo um gole do café. - Está ótimo. Obrigada. Não sabia que serviam café.
- Não é tão popular. Mas eu gosto, pensei que poderia gostar também.
- Você acertou.
Ele parece satisfeito por isso. É tão fofo. Espero que eu não estrague tudo.
*
Espero que tenham gostado do capítulo. Comentem e votem se quiserem, esse é meu combustível kk. Beijão, até o próximo.
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Era uma Vez... Os Bridgerton
FanfictionCat Ballard tem a vida mais sem graça de todas. Ela não sai, não tem muitos amigos e sente como se não pertencesse a esse mundo. No seu último ano no colégio, ela não espera que sua vida sofra nenhuma mudança, mas se surpreende quando, de forma ines...