Capítulo Oito

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Colin, ao meu lado, sorri quando o conde para o cavalo, ambos alheios a tempestade que acontece dentro de mim. Tento parecer normal e sorrio quando o conde me olha.

- Bridgerton. - Cumprimenta.

- Kilmartin. Como vai?

- Muito bem. - Ele desce do cavalo e entrega as rédeas pro criado que vem logo atrás dele. - Boa tarde, senhoritas.

- Boa tarde.

- Essas são Penélope Featherington. - Colin apresenta. O conde beija a mão dela. - E Catherine Ballard.

- Muito prazer. - Ele beija minha mão por um segundo a mais e meu coração bobo se revira todo. - Não tivemos tempo de nos apresentar no baile. A senhorita lembra de mim?

Como poderia não lembrar?

- Sim. Me lembro. É um prazer conhecê-lo, senhor.

- Onde está minha educação? - Suas bochechas coram levemente e ele fica ainda mais fofo. - John Stirling. - Se apresenta. - Chegaram há muito tempo?

- Não. Acabamos de chegar, mal iniciamos nossa caminhada. Porque não se junta a nós? - Colin entrelaça o braço de Penélope ao seu. - Não é justo que monopolize a atenção de duas moças tão belas apenas para mim.

- Será um prazer. Se as senhoritas não se importarem.

- Não nos importamos. Certo, Penélope? - Ela sorri e assente. - É ótimo ter mais companhia.

- Que bom. - Ele ergue o braço. - Me permite?

- Sim.

Sei que é bobagem, mas nem mesmo assim minhas bochechas deixam de esquentar. Apoio minha mão na curva do seu braço e não posso deixar de notar o olhar cúmplice de Colin pra Penélope. Eles se juntaram contra mim! Ou a favor. Pelo menos é assim que eles pensam. Mal sabem o que estão fazendo.

Os dois seguem na nossa frente e posso ver que conversam, mas não consigo entender nada apesar de ouvir suas vozes. Isso me distrai um pouco do toque do homem que está do meu lado.

- Então, senhorita Ballard, de onde veio? Não lembro de tê-la visto em outra ocasião.

- Não sei.

- Não sabe oque, especificamente? - Ele franze a testa.

- Não sei de onde sou. Não me lembro. - Abaixo a cabeça. - É uma história complicada.

- Tenho certeza que vou adorar ouvir.

- Mesmo? - Arrisco olhar pra ele, que assente. - Está bem. - Respiro fundo. - Há alguns dias fui encontrada no jardim dos Bridgerton, estava desacordada. Quando acordei, não me lembrava de nada do meu passado, apenas meu nome e coisas pouco importantes. Então eles me abrigaram e estão cuidando de mim até hoje.

- Sua história é realmente muito... - Difícil de acreditar? Quase falo. - Peculiar. Então não se lembra dos seus pais, ou da sua família?

- Sei que tenho pais, eles estão vivos, e que não tenho irmãos. Mais nada.

Ele fica em silêncio por um bom tempo.

- Deve ser difícil. Não sei como seria não lembrar da minha mãe, da minha tia, ou do meu primo.

Primo? AH. Primo! Michael Stirling! Onde ele está nesse ano?

- Você e sua família são muito próximos?

- Sim. Passamos a maior parte do ano na Escócia, mas minha mãe insiste em vir para Londres durante a temporada. Principalmente agora.

- Agora? Tem algum problema?

Era uma Vez... Os BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora