Capítulo Vinte e Quatro

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Fazem dois dias desde a chegada do casal desconhecido a cidade. Eles dizem se chamar Mary e Eugene Ballard e vieram de algum lugar do sul cujo nome não me lembro. Essas foram as únicas informações que deram. Logo foram para a hospedaria onde estão hospedados, no intuito de descansar da longa viagem.

Claro que não acreditei. E queria saber mais, que falassem algo questionável que eu pudesse usar contra eles. Não fizeram isso. Mas marcamos de no encontrar para um chá e esclarecer tudo, então deixei passar. Vou descobrir algo nesse encontro. 

A minha estratégia será me fingir de idiota. Vou fazer com que os dois pensem que caí nessa história de pais e tentar descobrir algo desse jeito. 

- Pronta, Cat? - John toca minha mão. 

Pedi que ele viesse comigo a casa de chá onde marquei de encontrar meus falsos pais porque não me sento segura perto deles e ele aceitou vir.

- Não muito. Mas vamos logo. Quanto antes acabar melhor.

- Não diga isso. Pode estar tirando conclusões precipitadas.

Ele falou de forma tão calma e doce. Mas por dentro tudo o que eu queria era gritar pra ele que eu sabia que aqueles dois estavam mentindo. Que meus pais de verdade estavam em 2019 provavelmente me procurando feito loucos. 

Infelizmente não posso. Então só digo:

- Pode ser. Já contratou o detetive? 

- Nos encontraremos no fim da tarde. Não se preocupe. 

- Confio em você. Sei que vai dar tudo certo.

- Vai sim. - Ele beija minha mão no exato momento em que a carruagem para.

- Acho que uma hora é o suficiente. Não vamos ficar muito, hum?

- Como quiser. - Diz, sempre compreensivo. - Posso dizer que tenho algum compromisso importante. 

Sorrio e lhe dou um beijo rápido antes do cocheiro abrir a porta. John desce e me ajuda em seguida. 

A casa de chás é bonita e espaçosa. Algumas pessoas estão lá dentro, vejo pela janela, e o casal também está entre elas. Sentados longe e conversando animadamente. Ainda não pediram nada pelo que vejo.

Nos aproximamos devagar. Eles nos veem quando estamos a uma distancia curta e param de conversar no mesmo instante, se levantando pra nos cumprimentar. Sorrio quando paramos perto da mesa.

- Primeiramente, gostaria de me desculpar pela maneira como agi no nosso primeiro encontro. - Digo, logo após os cumprimentos. - Acho que estava muito nervosa. Não pensei que alguém viria atrás de mim após tantos meses. - Sento na cadeira que John puxa pra mim. - Obrigada. - Sorrio pra ele.

- Tudo bem, querida. - A mulher diz. - Nós entendemos. Também não pensamos que a encontraríamos depois de tanto tempo. 

- E como a encontraram? - John, ao meu lado, pergunta. - Não lembro de terem nos falado sobre isso. 

- Um conhecido que estava em Londres nos trouxe um jornal onde falava sobre uma senhorita Catherine Ballard que estava com os Bridgerton em um baile. - Eugene responde. - Ele ficou em duvida, mas a reconhecemos pela descrição. Ter o mesmo nome é características, só podia ser nossa Cate. - Cate? Ninguém nunca me chamou desse jeito. - Então assim que possível viemos procurá-la.

Era uma Vez... Os BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora