Marquei de encontrar meus falsos pais no parque e esperava que John pudesse me acompanhar, mas ele teve que se encontrar com o detetive. Como quero muito desmascarar aqueles dois, achei melhor não adiar. Então disse a ele que poderia ir sozinha. Em público eles não podem fazer nada comigo.
Agora estou com Mary. Não sei onde o marido dela está.
Ela segura minha mão e olha o anel de noivado no meu dedo anelar.
- É tão bonito. E grande. - A mais velha desvia os olhos pra mim. - Mas poderia ser maior.
- Sim, eu sei. Mas John sabe que não queria nada exagerado, não gosto de coisas espalhafatosas. A senhora não lembra? Mãe.
Me sinto estranha quando a palavra sai da minha boca, mas é por uma boa causa. A mulher fica visivelmente desconcertada, mas logo se recupera.
- Sim, mas todas deveriam ter um anel de noivado espalhafatoso. Antes não pensava nisso. Mas se casará com um conde, é o mínimo que ele pode fazer. - Ela sorri e se afasta. - Talvez se falássemos com ele, o conde trocaria por uma pedra maior.
- Não é necessário. É meu anel de noivado, eu digo o quão espalhafatoso deve ser. Este me agrada, não preciso de outro.
- Estupida. - Resmunga.
- O que disse? - Ela apenas balança a cabeça em negativa, como se não fosse importante. Não insisto no assunto. Entendi bem o que falou. - Acho que meu pai está demorando. Provavelmente se perdeu.
Olho ao redor do parque mas não o vejo no mar de pessoas.
- Ali está ele. - Ergue o queixo na direção contrária a que estou olhando.
- Então, vamos? Consegui uma carruagem.
- Claro. Vamos. - Ela levanta.
- Vamos filha, apoie seu braço no meu.
- Onde estamos indo? Chegamos há pouco tempo.
- Vamos até a estalagem. Preparamos um presente para você, mas nos esquecemos de trazer. Você se importa?
- Não. - Tento sorrir.
Tentando não demonstrar meu desconforto, faço o que ele pede e os acompanho atéo veículo. É a primeira vez que estamos sozinhos, sem nenhum conhecido meu por perto, então quero ver como eles se comportam. Por enquanto, apenas cometeram pequenos deslizes durante a caminhada pelo parque, respondendo de formas diferentes quando lhes faço alguma pergunta sobre "nossa família". Mas nada que possa usar conta eles por enquanto.
Subimos na carruagem e eles fecham as cortinas, deixando apenas pequenas brechas. Acho estranho, mas não falo nada.
- O conde não veio com você dessa vez. Ele vem nos encontrar depois?
- Não. Ele teve um compromisso urgente, não poderá vir.
- Que tristeza. A companhia dele é tão agradável. Você sabe melhor que nós.
- Sei, sim.
Estendo minha mão pra abrir a cortina, mas meu falso pai me impede.
- Acho melhor não.
- Por qual motivo? Só quero um pouco mais de luz.
Puxo o tecido e a luz fria do sol atinge o interior do veiculo. Mas logo percebo não estarmos a caminho da estalagem onde eles supostamenteestão hospedados. E antes de falar qualquer coisa, sinto algo pontudo tocando minhas costas.
- Uma hora ou outra você descobriria nossas intenções. Agora ou quando chegarmos ao nosso destino, não importa.
- Para onde estão me levando?
- Para um lugar onde o conde não poderá encontrá-la. Pelo menos não enquanto pagar uma bela quantia em dinheiro. Vamos ver o quanto você vale.
- Vocês são loucos. John vai descobrir tudo e vocês não vão conseguir nada além de uma passagem somente de ida para a prisão.
- Ele pode ser muito inteligente, mas não é vidente, tenho certeza. Ele não a encontrará até que digamos onde está. Então se acostume a nossa presença, vamos ficar juntas por mais um tempo.
- Vocês não vão se livrar tão facilmente.
O homem se aproxima com uma corda e um pano. Ele cobre minha boca e prende minhas mãos. Com muita força.
Ninguém fala mais nada até a carruagem parar. Eugene, se é que esse é o nome dele, segura meu braço com força e anda perto de mim.
- Não olhe para trás. Não se mexa, apenas ande. - Fala, provavelmente pro cocheiro não desconfiar.
Faço o que ele manda.
Estamos numa rua com casas pequenas e antigas, mas estão em bom estado. Não tem ninguém por perto, então não posso contar com isso. Tudo o que posso fazer é esperar que John venha me procurar.
Mas, mesmo assim, se ele vier, como vai saber que estou aqui? Ele acha que esses dois loucos estão na hospedaria pra onde os levamos há alguns dias.
Acho que, talvez, eu tenha que me livrar dessa sozinha. Agora só me resta descobrir como.
*
Oi,oi,oi. Olha eu aqui. Queria dizer que, tô fazendo o roteiro dos meus próximos livros e toda vez quero escrever 'John' no lugar do nome certo do protagonista. Vê se pode!?
John não quer me largar. Kkk
Espero que estejam gostando. Se quiserem, votem e comentem, isso me deixa muuito feliz. Beijão, até o próximo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Era uma Vez... Os Bridgerton
FanficCat Ballard tem a vida mais sem graça de todas. Ela não sai, não tem muitos amigos e sente como se não pertencesse a esse mundo. No seu último ano no colégio, ela não espera que sua vida sofra nenhuma mudança, mas se surpreende quando, de forma ines...