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Dois anos atrás

Nayeon










Eu me pegava pensando todos os dias sobre o ocorrido de semanas atrás, de como fui idiota ao deixá-lo fazer aquilo comigo. Mesmo que eu estivesse alterada pela bebida, consegui me lembrar perfeitamente dos seus toques pelo meu corpo e a sonolência invadir meu cérebro. Kim Junmyeon não tinha o direito de me usar daquela forma, sabendo que era a minha primeira vez e que não haveria mais volta.

Não importava se ele era meu namorado, não possuía esse poder de escolher algo precioso para mim. Meus pensamentos estavam todos bagunçados, dias atrás eu também vi mensagens suspeitas de outra garota em seu celular, porém não consegui descobrir muito, por causa da rapidez que o aparelho foi tirado de minha mão. Ele estava agindo de maneira fria comigo, mesmo depois de tudo o que aconteceu, parecia que não se importava.

Pensar que anos de dedicação foram jogados fora me assustava, eu estava começando a entrar em pânico com toda essa situação fora de controle.

Nayeon, você está bem? — perguntou Tzuyu, olhando preocupada para mim.

— A-Ah, e-estou...

Você não parece bem... Me conte o que aconteceu.

Ela me olhou com aqueles olhos redondos e meigos, esperando que alguma resposta fosse proferida, mas eu não conseguiria contar sem chorar e estávamos no nosso local de trabalho. Olhei para os lados constrangida, fazendo a mesma entender o motivo do meu silêncio, a garota segurou firme em meu braço e me puxou para a cozinha, onde não tinha ninguém.

— Ficou maluca, Tzuyu? — perguntei, arregalando os olhos — Nós estamos no horário de trabalho.

— Não temos clientes agora, então não há problemas.

— Mas e se...

Tzuyu inesperadamente chacoalhou meus ombros e olhou firme em meus olhos, como se quisesse me acordar de um transe. Essa foi a gota d'água para mim, desabei em lágrimas e não escondi mais os meus sentimentos, as emoções desabrocharam como flores. Era confortante ter alguém ao meu lado num momento tão difícil, eu agradecia mentalmente por ter uma amiga tão boa assim.

— Agora você pode me contar o que aconteceu? — questionou mais uma vez a menina, afagando minhas costas.

Foi Junmyeon, ele... — mordi os lábios nervosa — Me forçou a dormir com ele... Mas eu também fui uma idiota, fiquei bêbada e não percebi o que fazíamos.

A garota a minha frente parecia ter paralisado, enquanto eu não conseguia parar de chorar, meus ombros subiam e desciam trêmulos somente por recordar daquele dia.

— Nós vamos denunciá-lo! — exclamou a mesma de repente.

— O-O quê? Não! Não, vamos.

— Por que não?

— Você sabe que ele é agressivo e eu não quero que se intrometa nisso. — falei preocupada, Tzuyu não podia fazer aquilo.

Percebi que um cliente tinha chegado, então apontei para a porta aberta, chamando a atenção imediatamente da mesma. Ela disse mais algumas palavras antes de ir até a pessoa para atendê-la, tentei me controlar e parar de pensar em tudo novamente, senão eu não sairia daquele lugar igual antes.






Loja de conveniência

19:28 pm














— Eu te deixei pra baixo, não é? — perguntei, observando os olhos arregalados do garoto.

— Por que não me contou isso antes, Nayeon?

Dei um pequeno sorriso antes de pegar o pacote de salgadinhos da mesa, ele continuava me olhando, esperando a resposta para a sua pergunta.

— Porque você não precisava saber sobre o meu trágico passado.

— Mas, isso não está certo! — Kyungsoo tinha uma expressão triste em seu rosto — Você passou por tanta coisa, não é justo que uma garota incrível como você tenha sofrido por um cara como aquele.

— Eu o amava, então qualquer coisa que fizesse não me afastaria.

Ele se calou com a minha última fala, eu gostaria de saber às vezes o que se passa em sua mente, seu olhar parecia tão distante. O vento começou a bater mais forte, somente o seu barulho pôde ser ouvido, sem contar com os latidos dos cachorros pela mudança repentina no clima. Me senti uma tola por contar aquilo para ele, mas eu tinha uma confiança absurda em Do Kyungsoo, confiança essa que jurei a mim mesma que nunca mais teria em um homem.

Ele me fazia ficar estranha, uma sensação incomoda e boa ao mesmo tempo, como andar descalço pela areia da praia ou beber um chocolate quente num dia frio. Isso me assustava, pois faziam anos desde a última vez que senti algo parecido.

— Ele continua te perseguindo? — questionou, me tirando dos devaneios. Concordei rapidamente com a cabeça — Então, a partir de hoje, eu irei te levar e buscar do seu trabalho.

— O quê? Você não precisa fazer isso, Kyung, eu sei o quanto é ocupado.

— Não importa! Eu quero fazer tudo para te ajudar, você não estará mais sozinha, Nayeon.

O mesmo inesperadamente segurou em uma das minhas mãos que estavam na mesa, abriu um sorriso fofo e continuou me olhando, esperando alguma reação minha que por um momento, não apareceu.

Behind the Smile Onde histórias criam vida. Descubra agora