Behind the Smile

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Nayeon

Eu estava planejando há algum tempo dar um presente em agradecimento para o meu namorado. Ele demonstra tanto amor por mim, só gostaria de retribuir tudo o que fez e todo apoio que me deu, me sinto uma pessoa muito melhor.

As sessões de terapia passaram de incomodo para necessidade, quando não consigo ir, me sinto estranha e vazia. A Sra. Lim consegue me entender e me acalma de uma forma muito boa, nunca imaginei que precisava de um profissional para conseguir me ajudar a me livrar do meu passado, mas fico feliz que esteja dando certo.

Escolhi chamar a Sana para me ajudar, ela é uma das minhas antigas amigas e tem um senso de humor perfeito, com certeza sair com ela me animaria mais ainda. Fazia muito tempo que não nos encontrávamos, ela tinha se mudado de cidade junto do seu noivo, Oh Sehun. Por isso, nosso contato estava pouco, a mesma não sabia de muita coisa que aconteceu, mas agora, ela veio até Seul para tratar de alguns negócios e me ver também.

— O que acha disso? — perguntou a mesma, mostrando um bichinho de pelúcia.

— Não, é muito infantil.

Ela deixou de volta na bancada com uma expressão triste, eu queria que o presente realmente fosse significativo. Sabia de poucas coisas que Kyungsoo gostava, ele não é um cara que se possa surpreender, mas eu tentaria dar o meu melhor.

— Eu gostaria de conhecê-lo, acho que nunca a vi tão bem assim! — disse Sana, sorrindo em seguida.

— Nós podemos combinar de sair, Tzuyu ia adorar ir também.

— Nossa, faz tanto tempo desde a última vez que nos vimos!

Sorri concordando, continuámos andando e olhando todas as barraquinhas que tinha por perto. Porém em um momento, me afastei de Sana para olhar uma vitrine que me chamou muito a atenção por ter roupas tão bonitas. Eu não me dava muito ao luxo de comprar roupas, a maioria que tenho são as que trouxe de casa, meu salário não é tão grande para ficar gastando com o que quero.

Às vezes me sentia triste por não poder pagar uma faculdade aqui em Seul, sei que não conseguiria ganhar nenhuma bolsa por mérito da escola, então tudo tornava-se ainda mais complicado. Enquanto olhava, percebi que uma sombra pela vidraça, me virei sorrindo, achando ser Sana, mas quando meu olhar se encontrou com o daquele homem, meu coração quase parou.

Como ele sabia que eu estava aqui?

Meus olhos estavam arregalados e eu comecei a me sentir sufocada, como se alguém estivesse pondo a mão em meu pescoço e não soltasse.

Seu olhar maléfico sobre mim me deixava ainda mais preocupada, ele possuía um sorrisinho no canto dos lábios e uma expressão maliciosa. Não tinha controle sobre meu corpo naquele momento, somente conseguia olhá-lo, torcendo para que a imagem na minha frente não passasse de um pesadelo.

— Achei que nunca mais ia conseguir ter um momento a sós com você! — disse, passando uma mão pelos cabelos.

— O-O-O q-que vo-você quer?

Eu estava tão nervosa, manter algum controle sobre mim estava muito difícil.

— O que eu quero, Nayeon? — perguntou, como se a resposta fosse óbvia — Eu quero você! — sorriu fechado, aquilo me deu enjôo — Mas... Parece que realmente não me quer de volta, está até mesmo saindo com outro...

Voltei a arregalar os olhos, ele sabia de Do Kyungsoo? Fazia tanto tempo que o mesmo não voltava a aparecer, achei que tinha desistido de me infernizar. Não podia nem imaginar o que ele faria ao meu namorado, ele não ousaria relar um só dedo nele.

— Fique longe de Kyungsoo! — exclamei, arranjando alguma coragem em mim.

— Então esse é o nome dele? — questionou, passando uma mão no queixo — Você sabe que me pertence, não vou admitir que esteja nos braços de outro!

— Você é um babaca, Junmyeon! — falei, olhando bem em seus olhos — Acha mesmo que depois de tudo o que fez, eu estaria te esperando de braços abertos? Nosso relacionamento acabou! Você me usou o quanto podia, eu não sou mais aquela garota inocente e boba, sou uma mulher que irá chamar as autoridades caso você resolver por um mísero dedo no meu namorado!

Ele me encarava de um modo surpreso, empurrei seu corpo com toda a força que consegui e saí de perto do mesmo. Porém, ele não deixou barato, segurou meu pulso com força, me forçando a olhá-lo. Mexi meus braços tentando tirar aquele aperto, gostaria de saber para onde Sana foi, eu precisava muito dela agora.

— Isso não vai ficar assim! — disse entre dentes.

— Tem razão... Vai ficar pior se você não me soltar agora, seu idiota!

Puxei novamente, fazendo-o soltar dessa vez, andei até uma barraquinha, perdendo-o de vista. Quando percebi ter me livrado de tudo aquilo, respirei fundo e coloquei uma mão em meu coração. Eu nunca havia falado daquele modo com ele, geralmente, ele dava a última palavra e eu somente obedecia, mas dessa vez, consegui dizer tudo o que queria.

Um sorriso orgulhoso apareceu em meu rosto, eu estava tão feliz e estranha ao mesmo tempo. Sana apareceu ao meu lado falando terminando uma chamada telefônica, não precisei dela, afinal.

— Me desculpe ter afastado, Sehun me ligou dizendo que era uma emergência.

— Tudo bem... — sorri — Vamos voltar para a nossa missão!

Ela entrelaçou seu braço no meu e andamos, não contei nada para a mesma, seria melhor assim.