Kyungsoo— Você está ocupada agora? — perguntei, querendo muito que a resposta fosse negativa.
— Não, não estou. — respondeu, um barulho de panela caindo soou do outro lado da linha — Aí!
— Nayeon? O que aconteceu?
— Ah, eu deixei cair a água quente no meu braço. Agora está ardendo!
Senti meu coração falhar a batida, não queria que ela se machucasse de nenhuma forma.
— Eu vou até aí para cuidar de você!
— O quê?! — ela exclamou, me fazendo sorrir — Kyung, não seja dramático... Eu consigo me virar sozinha.
— Consegue tanto que até derrubou água quente no próprio braço! — ela murmurou algumas palavras que eu não entendi muito bem — Estarei te esperando pra abrir a porta pra mim daqui uns vinte minutos, tá bem?
— Tá bem...
Rapidamente fui até meu quarto para arrumar minha aparência, ao invés da camiseta larga e escura que eu estava usando, coloquei uma blusa branca e meu moletom cinza, calcei meus tênis e arrumei meu óculos de grau no rosto. Andei rápido até a cozinha e peguei a chave do carro, aproveitei que minha mãe estava ali e dei um beijo em seu rosto.
— Aonde está indo com tanta pressa? — perguntou, se virando para me ver melhor.
— Vou até a casa da Nayeon!
— Você deveria trazê-la para cá. Quero muito conhecer sua namorada.
Engoli em seco, olhando para ela surpreso, ainda estávamos com uma relação complicada e explicar isso para minha mãe demoraria muito.
— Nós não estamos namorando, mãe.
— Não? — ela me olhou desapontada — Você parece tão feliz quando fala com ela.
— É.
Saí de casa e fui direto para o carro, liguei o mesmo e comecei a dirigir. No caminho, senti meu coração bater forte, quanto mais eu me aproximava, mais ficava ansioso. Seria a segunda vez que estaríamos juntos no apartamento dela, mesmo que eu não quisesse, fico nervoso. Continuei pensando no que minha mãe disse e um sorriso bobo apareceu ao ter o pensamento de Im Nayeon sendo minha namorada.
Eu estava disposto em conquistá-la agora que as coisas estavam melhorando, mas ainda respeitaria o tempo necessário para que a mesma não se sentisse pressionada.
Assim que cheguei ao destino, parei o carro na esquina do prédio e saí, indo direto para dentro. Mandei uma mensagem avisando a garota que eu havia chegado, ela somente visualizou e não respondeu. Andei pelos corredores procurando pelo número correto até encontrá-lo, fiquei de frente para a porta e bati duas vezes, sendo atendido rapidamente.
Sorri com a visão do rosto dela aparecendo em meu campo de visão, cada vez que a vejo, fica ainda mais linda. Entrei dentro e a observei passar por mim, um sorriso fechado estava em sua face. Olhei para o seu braço e percebi a marca vermelha nele, me aproximei, pronto para tocá-la, mas ela se afastou.
— Está doendo muito? — perguntei, preocupado.
— N-Não... E-Eu passei uma pomada, vai melhorar! — ela abaixou o olhar e segurou as mãos - Você não precisava vir até aqui só por causa disso...
— Você tem algum pano que eu possa usar?
— O-O quê? Pano? — concordei levemente com a cabeça — Ah, tenho.
Ela andou para outro lugar e eu fui até a cozinha, peguei a caixinha de primeiro socorros que Nayeon disse estar no armário e tirei de lá um soro fisiológico. Também peguei uma tigela e enchi de água junto com gelo para deixar gelada, eu esperava que isso passasse um pouco a dor.
Ela retornou para a cozinha e me entregou dois panos, peguei um e molhei naquela água. Fiz um sinal para que a garota sentasse, assim fez, apreensiva. Passei o outro pano junto com o soro em seu braço e logo tirei da água e torci o que estava na tigela, também deixando em seu braço. Sua expressão de alívio me fez ficar satisfeito, ela parecia melhor do que quando a vi antes.
Me sentei na cadeira que estava ao seu lado e deixei minha mão segurando o pano. Nayeon me olhou de repente, nossos olhares se encontraram e meu coração acelerou mais rápido, ela me encarava de um modo diferente.
— Eu gostei da sessão de terapia, acho que fiz um bom progresso hoje. — contou, ainda me olhando.
— Que ótimo! Fico feliz em saber disso. — sorri e ajeitei o óculos em meu rosto — Vai continuar indo? — ela concordou, mexendo a cabeça — Que bom.
Silêncio novamente e nossas respirações juntas, eu estava quente, tê-la tão perto me fazia lembrar do dia em que nos beijamos. Mesmo que não fosse o momento certo, eu precisava dizer o que sinto, ela já contou sua parte da história, e agora, precisava ouvir a minha.
— Nayeon, eu quero te confessar uma coisa.
— O quê? — perguntou curiosa.
Respirei fundo e abaixei o olhar, não podia amarelar agora que a chance estava tão perto.
— É que... Eu deveria ter dito desde o momento em que nos conhecemos, mas não tive coragem... — seu olhar se fixou ao meu quando levantei a cabeça — Eu gosto muito de você! Mas, não é como um “gostar” de amigos ou irmãos, eu realmente quero ser mais do que isso pra você, só que... Entendo que esse não seja o momento perfeito para te fazer pensar nisso.
Ela me olhou completamente atônita e continuou calada, eu sabia que deveria ter deixado isso para lá, agora estamos em uma situação embaraçosa.
— Então... — disse, quebrando o silêncio — Vamos ser namorados.
— C-Como?
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Behind the Smile
FanfictionPor detrás do sorriso de Im Nayeon, havia uma dor incurável que se formou em seu coração há vários anos atrás. Por detrás do rosto sério de Do Kyungsoo, existia um garoto tímido e reservado, que somente precisava de afeto. Uma fanfic de @imagineyou...