Behind the Smile

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Eu achei que ela estava blefando, mas sua expressão séria negava isso, ela continuava me encarando e aguardando uma resposta.

— Você me ouviu... — se aproximou um pouco, ficamos a centímetros de distâncias — Vamos namorar!

Abri a boca surpreso novamente, isso não podia ser verdade, ela fazia parecer tão fácil e simples. Meu coração parecia que ia sair do peito a qualquer momento, tive que segurar na cadeira para não cair, meus pensamentos se embaralharam todos.

— T-T-Tem cer-certeza? — questionei, ela concordou, balançando a cabeça — N-Não brinque comigo assim, Nayeon...

Abaixei a cabeça, não acreditando em um só momento que aquilo fosse verdade. Mas, assim que senti lábios macios sobre minha bochecha, olhei de volta para a causadora de toda aquela bagunça em meu interior, ela sorria aberto e me olhava esperançosa.

Nayeon se aproximou mais um pouco, segurou uma das minhas mãos e não não parou de me encarar, parecendo curiosa para saber quais seriam os meus movimentos. Porém, eu não conseguia nem ao menos mexer minha cabeça, tudo estava petrificado.

— Não estou brincando, Kyung. — ela ficou séria dessa vez, alternando seu olhar para os meus lábios e meus olhos — Se nós gostamos um do outro, não há motivos para não tentar algo...

Nisso a mesma tinha razão, mas parecia tão arriscado, ela ainda está se recuperando do seu velho relacionamento. A última coisa que eu quero é magoá-la e me magoar, essa decisão parecia mais difícil do que imaginei que seria.

— T-Tudo bem... - ela sorriu mais ainda, me abraçando — Mas... — me soltou, me olhando fixamente — Me prometa que irá me contar tudo! Eu quero saber como foi seu dia, se está bem, se algo que eu faço te incômoda, até os mínimos detalhes.

Ela concordou balançando a cabeça positivamente e soltando gritinhos histéricos. A mesma veio até mim e me abraçou apertado, uma felicidade absurda estava presente entre nós. Em nenhum dos meus sonhos, imaginei que namoraria uma garota tão incrível como Nayeon, não sei o que ela viu em mim, não a mereço.

Sem aviso algum, ela se aproximou mais de mim e deixou um curto selar em meus lábios. Arregalei os olhos espantado, não estava esperando por isso, meus batimentos aceleraram e eu não consegui dizer nada.

— Você vai ter que se acostumar comigo uma hora ou outra! — disse, dando risada da minha expressão.

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— Não está mais doendo? — perguntei, com uma voz arrastada de sono.

— Não, estou bem melhor. Obrigada por cuidar de mim!

Sorri e respondi que não era necessário me agradecer, ela se calou e ficamos em um silêncio confortável. Eu podia dormir somente ouvindo sua respiração do outro lado da linha, era como se ela estivesse aqui comigo. Estávamos há quase trinta minutos conversando por telefone, sem contar na minha visita em seu apartamento. Quando eu disse que cuidaria dela, eu estava sendo o mais sincero possível, olhei para o relógio digital no criado mudo e suspirei.

Já era 01:45 da madrugada, mas eu não estava cansado, precisava ficar ali e ouvi-la, o que a garota mais precisa agora é de um ombro amigo.

— Eu vou desligar, você com certeza deve estar cansado de me ouvir falando.

— O quê? Não! — pedi, arrumando minha postura no colchão da cama — Desligue quando você quiser ir mesmo embora, não porque eu estou cansado.

— Você é impressionante! — deu risada, me fazendo rir junto — Por que se sacrifica tanto por mim, Kyung?

Dessa vez, me sentei e encostei as costas na parede, refletindo sobre sua pergunta. Nem mesmo eu entendia o porquê, não dava para explicar como me sentia quando a vejo triste ou calada, pois essa não foi a Im Nayeon que eu conheci na cafeteria. Eu queria vê-la sempre com um sorriso, se divertindo mais do que podia, mas sei que essa felicidade não depende apenas de mim, a garota precisa tomar uma atitude diferente.

— Porque, Nayeon, eu não quero que viva pra sempre do mesmo jeito! — passei uma mão pelos cabelos, bagunçando-os — Quando uma pessoa realmente gosta da outra, ela cuida, protege e até mesmo se sacrifica... Eu não posso mudar nada do que aconteceu com você, mas posso dar lembranças que a farão esquecer de tudo o que passou.

Um absoluto silêncio se alastrou na linha, fiquei nervoso por ter dito essas coisas, mas era preciso, para que ela parasse de pensar em si mesma de forma ruim. Um choro abafado me deixou preocupado, me perguntei o que poderia ter acontecido, eu com certeza tinha feito besteira.

— Obrigada... De verdade...