Behind the Smile

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— É... — foi a única coisa que eu respondi para ela.

As mesmas garotas que antes estavam sentadas se levantaram e foram até Nayeon, perguntar se a garota queria dançar com elas, mas a reposta dela me deixou ainda mais nervoso.

— Não... Podem ir sem mim. — disse, olhando para minha direção e dando um sorriso.

Engoli em seco ao ter seus olhos pousados em meu rosto, a mulher se aproximou mais um pouco, abaixei meu olhar para baixo, entrelaçando meus dedos uns nos outros, completamente ansioso.

— Você ainda não disse o que te traz aqui.

— S-Só quis sair com alguns amigos... E você? — perguntei, ainda não olhando para ela.

— Eu também queria me divertir... — senti sua mão passar em meu ombro, fiquei ainda mais estático — Não sabia que gostava de estar em um lugar como esse, parece sempre tão... Reservado.

Seus dedos perambulando por mim me deixavam totalmente surpreso, eu sabia que Nayeon era uma pessoa nada introvertida, mas aquilo me deixou ainda mais espantado. Virei meu olhar para sua face e senti meu coração bater forte novamente, seus olhos são lindos, seu nariz fofo e seus lábios... Ah, seus lábios.

— Ei, está me ouvindo? — perguntou preocupada, tentando buscar minha atenção.

Neguei com a cabeça, não tinha ouvido sequer uma palavra do que a mesma disse, estava ocupado demais com sua beleza tão próxima de mim.

— O que foi que... — passei a mão no cabelo, nervoso — Acabou de dizer?

— Eu perguntei qual o seu nome!

Arregalei os olhos surpreso, por que ela queria saber sobre alguém como eu? Todas as vezes que eu fazia o meu pedido, não era necessário por o nome, então fazia sentido a curiosidade dela, mas ainda permaneci da mesma forma.

— M-Me chamo... Do Kyungsoo.

— É um prazer conhecê-lo, Kyungsoo! — sorriu aberto para mim — Sou a Im Nayeon.

Estendeu a mão ainda sorrindo, não entendi muito bem o que ela queria fazer, não tinha sido nem de longe a primeira vez que nos vimos. Porém, apertei sua mão para não ser não mal educado, mas quando ia deixar, percebi que a mesma ainda segurava com força.

— Você quer dançar? — perguntou, mas não deixou que eu respondesse — Eu adoraria dançar com você!

Ela me puxou para a pista de dança, meus olhos se arregalaram mais uma vez e meus batimentos ficaram alterados, a qualquer momento eu teria um ataque cardíaco se continuasse assim. A mulher começou a se remexer ao som da música, eu a observei apreensivo, nunca tinha feito aquilo, na verdade, nunca tinha estado em um lugar como aquele.

Nayeon cortou meus pensamentos quando colocou uma mão em meu braço, me puxando para mais perto de si, fazendo nossos rostos ficarem próximos. Porém a garota não parou de dançar, começou a se balançar novamente perto de mim, enquanto eu continuei petrificado feito uma árvore. A música eletrônica alta me deixava incomodado, sem contar nas luzes coloridas que subiam e desciam, fazendo minha visão ser embaralhada.

— Está tudo bem, Kyungsoo? — perguntou a garota, perto do meu ouvido.

— Ah... — fechei a boca que estava aberta — N-Não... Você não acha que é melhor... Nós...

Olhei para seus olhos que esperavam uma frase completa sair da minha garganta, mas eu não conseguia dizer aquilo, ainda era inacreditável que estávamos no mesmo lugar e agora “dançando” juntos.

— Você está me chamando pra sair? — ergueu uma sobrancelha, com um sorriso de lado no rosto. Eu concordei, balançando a cabeça afirmativamente — Ótimo, então vamos!

Fui puxado mais uma vez para fora, não compreendendo a maneira tão liberal da garota, ela me tratava como se fosse um amigo de longa data. Nos vimos fora daquela agitação pela primeira vez, fiquei preocupado em sair assim sem falar para os meus amigos, mas não consegui achá-los, por isso teria que mandar alguma mensagem depois.

Ainda meio desnorteado, andei lado a lado com a mesma, coloquei minhas mãos na frente do corpo e tentei não transparecer muito nervosismo. Nayeon virou seu rosto na minha direção e sorriu mais uma vez, percebendo meu desconforto. A maneira que ela ficava perfeita em qualquer ângulo me deixava assustado e ainda mais apaixonado, como uma garota conseguia ser tão linda assim?

— Você deve estar me achando uma louca!

— Não, claro que não! — sim, bastante! — Só achei seu jeito um pouco... Diferente.

— Hum, essa é nova...

— O quê? — perguntei confuso, nós atravessamos a rua, olhando para os lados.

— As pessoas geralmente me ignoram ou pensam errado sobre mim, mas você não parece estar fazendo nenhum dos dois.

Eu sorri fechado e ela deu um pulo, parando na minha frente, com o dedo indicador apontado na minha face. Eu a olhei espantado, não entendendo o que aquilo significava.

— É a segunda vez que te faço sorrir! — alegou, pondo um dedo sobre o canto dos meus lábios — Deveria fazer isso mais vezes, fica muito bonito.

Meu coração pode ter parado por alguns segundos por causa dessa confissão, mas aquilo não causou tanto efeito nela, pois voltou a andar como se não tivesse dito nada demais.