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3 dias para conhecê-la










Dois dias depois do ocorrido na biblioteca, não vi mais Nayeon sorrindo como de costume, ela me cumprimentava e não dizia nada além do que o protocolo de sempre dos funcionários. Eu estava me sentindo estranho, queria ter coragem para perguntá-la sobre, mas não conseguia dizer nada nesses dias. Eu não sabia o porquê de ser assim, não tem nada demais em uma simples pergunta e era isso o que eu ensaiava mentalmente enquanto me olhava pelo vidro da janela de uma loja.

Você consegue Do, você consegue.

- Oi, estranha que eu não conheço. Por que está triste assim? - questionei, gesticulando com as mãos - Ridículo...

Balancei a cabeça negativamente, isso nunca iria dar certo, eu com certeza gaguejaria ou ficaria parado feito uma pedra. Abaixei o olhar e me observei por aquele reflexo, meus óculos de grau tampavam boa parte do meu rosto, meu cabelo curto estava para baixo e eu vestia as mesmas roupas básicas, Nayeon nunca iria olhar para mim desse jeito. Dei passos lentos até a cafeteria, tentando reunir coragem para conseguir dizer alguma coisa. Eu esperava pelo menos vê-la um pouco mais alegre, doía ver seu belo rosto tão para baixo.

Assim que eu vi o letreiro enorme, empurrei a porta de entrada e ouvi o famoso sininho. Olhei ao redor como de costume e para a minha surpresa, ela não estava no balcão, e sim, uma outra atendente. Andei confuso até a mesma, que me cumprimentou e logo perguntou o meu pedido.

Quero a Nayeon de volta.

Foi o que eu pensei no momento, mas não falei pela vergonha imensa, então somente olhei para os olhos dela e tentei ser o mais direto possível.

- O-Onde e-está a... - hesitei antes de falar, ela me olhou confusa - A-Atendente Nayeon?

- Nayeon? - perguntou, eu concordei timidamente - Ah, sim. Ela tirou uns cinco dias de folga, voltará na semana que vem.

Admito que aquilo me deixou abalado, porém tentei não demonstrar ao máximo, fiz um pedido para a garota e ela anotou tudo, me dando a famosa senha. Me sentei na cadeira frustrado, será que isso tem a ver com aquele homem da biblioteca? Eu não entendi absolutamente nada, gostaria de saber tudo o que estava acontecendo, mas não conseguia nem ao menos falar com ela, o que torna tudo mais difícil. Meu pedido não estava tão delicioso assim igual das outras vezes, eu me sentia amargo por dentro, gostaria de conhecê-la melhor e saber os seus verdadeiros motivos.

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- Então você finalmente teve coragem de ir até lá para falar com ela e ela não estava? - perguntou Jongin surpreso, eu concordei - Uou, você é um grande azarado!

Eu sabia disso, mas ouvi-lo falar em voz alta era ainda mais humilhante, revirei os olhos e cruzei os braços. Jongin estava na cidade para passar alguns dias e escolheu minha casa como hotel para se hospedar, mas minha mãe não se importou tanto, adorou a ideia de ter mais alguém em nosso lar. Ele sabia de toda a história, tínhamos conversado muito sobre isso em chamada telefônica, o mesmo é meu melhor amigo desde o jardim de infância, mas as circunstâncias fizeram com que nos separassemos um pouco.

O Kim é o único que consegue arrancar mais de uma palavra de mim, sabia de todo o meu medo e das minhas inseguranças, porém não me forçava a mudar isso e me dava o tempo necessário por isso eu penso que nossa amizade continua bastante fortalecida.

- O que vai fazer a respeito? - perguntou, colocando uma almofada do sofá em seu colo.

- Como assim?

- O quê? Quer dizer que quando ela voltar você não vai dizer pelo menos alguma coisa?

- N-Não pensei nisso...

Jongin me olhou desapontado e cruzou os braços, eu sabia o que queria significar aquela expressão, mas ele também sabia muito bem que eu não teria coragem duas vezes dessa maneira. Nós ficamos ali, sentados e assistindo a programação da televisão, em silêncio e muito concentrados. O mesmo podia estar prestando atenção, mas eu somente conseguia pensar no dia de hoje e nela.

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