Estávamos andando pelas ruas faziam alguns minutos, somente jogando conversa fora e nos conhecendo melhor. Nayeon parecia à vontade contando todas as suas experiências vividas, ela se abria para mim como se fôssemos amigos de escola que se encontraram por aí. Eu por outro lado, tentava não demonstrar muito meu interesse em suas histórias, fiquei com minha costumeira expressão séria e dizia algumas coisas sobre mim de vez em quando.
Em um dos assuntos, falei sobre uma aventura que tive com Jongin quando éramos menores, ela se interessou bastante sobre o conteúdo, olhava para mim a todo momento. A garota riu alto quando soube do final, também acompanhei sua risada, só que mais baixo que ela.
— Como foi sua infância? — perguntei depois de um tempo.
— É... Digamos que não foi muito boa.
— Sério? Por quê?
Ela olhou para outra direção e apontou para um lugar qualquer chamando minha atenção.
— Eu estou com tanta fome. O que acha de comermos alguma coisa? — questionou, abrindo um sorriso. Dei de ombros.
Nós seguimos rumo a lanchonete 24 horas, entramos no estabelecimento e sentamos em uma mesa vazia. Na verdade o lugar estava praticamente vazio, tinha uma decoração estilo anos noventa e uma música ambiente saía dos alto-falantes. A garçonete entregou os cardápios e aguardou fazermos nossos pedidos, pedi um hambúrguer triplo com batatas fritas e refrigerante e ela quis o tradicional hambúrguer e um milkshake. O silêncio mal começou entre nós e logo foi preenchido pela voz da mulher a minha frente.
— O que te trouxe para Gangnam? — perguntou, olhando para mim.
— Meus tios queriam passar um tempo comigo e minha mãe, então nos convidaram para ficar aqui. E você?
— Só queria sair e me divertir com as minhas amigas.
Nayeon era um mistura de fofura, mistério e loucura, todos em um extremo só, me perguntava se realmente algo daria certo entre nós, mas se ela estava querendo minha companhia, eu devia de estar fazendo algo certo pelo menos. Fiquei curioso para saber o porquê dela querer ficar tanto perto de mim, mas não diria nada até que a mesma resolvesse contar, não era do meu feitio fazer perguntas descaradas.
Nossos pedidos chegaram e começamos a comer, foi engraçado vê-la devorando seu lanche em minutos, realmente estava com fome. Algumas pessoas entraram na lanchonete e deixaram o lugar mais cheio, pareciam quase todos bêbados, deveriam ter saído da festa há pouco tempo. Levei minha atenção para eles, eram todos homens e falavam alto demais, não tinha como não prestar atenção. A garçonete foi até os mesmos e fez seu costumeiro trabalho, porém, os olhares maliciosos sobre a moça me deixaram preocupado.
Quando vi que um deles tentou puxá-la para perto, meu coração bateu mais rápido, todos sorriam de uma maneira nojenta, enquanto a pobre mulher tentava se soltar e finalizar os pedidos em seu bloquinho. Nayeon não percebeu nada porque estava de costas para eles, ela comia seu lanche tranquilamente e eu imaginei como se fosse a própria ali, precisando de ajuda. Será que alguma vez aquilo havia acontecido com a mesma?
Me levantei imediatamente, muito irritado pela atitude brusca que haviam tomado, tirei as mãos daquele patife de cima da garota e olhei com ódio para eles. O mesmo pareceu se irritar com a minha atitude, se levantou meio cambaleante e ficou cara a cara comigo.
— O que pensa que está fazendo com ela? — perguntei, olhando em seus olhos.
— Isso não é... Da sua... Conta. — falou meio embaraçado, senti o cheiro de bebida alcoólica de longe.
— Não pode tratá-la dessa forma!
— Eu faço o que eu quero. — ele fechou um pouco os olhos e apontou o dedo em meu rosto — Vai fazer o quê?
Senti meu sangue ferver mais uma vez, como ele podia dizer coisas absurdas de forma tão normal?
Mesmo que eu estivesse em menor número, não precisaria usar a violência para resolver esse problema, a não ser que fossem idiotas o suficiente para encostar um dedo em mim.
— Nada demais... Só irei falar diretamente com o chefe da Delegacia de Seul, pra pedir que ele mande os policiais daqui e prendam os marginais bêbados na minha frente! — respondi, com uma expressão séria.
O homem ficou preocupado com tudo o que ouviu de mim, me transformei ao ver toda aquela situação e sei que minhas palavras foram duras o bastante para convencê-lo. Todos saíram indo atrás do mesmo, estava envergonhado, então não ficaria mais ali.
— Muito obrigada por me ajudar! — disse a garçonete, se curvando. — Mas... Você realmente conhece o chefe da Delegacia de Seul?
— Não, só falei aquilo para te deixarem em paz. — sorri para a mesma.
Voltei para onde estava Nayeon e me sentei novamente na minha cadeira, a garota me olhava surpresa, deve ter sido um choque enorme para ela me ver tão nervoso, mas não aceito que as pessoas tratem as outras assim, ainda mais, quando estão desprotegidas.
— Você foi incrível, Kyungsoo. — disse, sem me olhar diretamente.
Meus batimentos voltaram a ficar acelerados ao ouvir seu elogio, ela me olhou rápido e sorriu, voltando com sua expressão de sempre. Agradeci a mulher e nós terminamos de comer, passamos quase a noite toda juntos e eu tive a plena certeza de que estava gostando de Im Nayeon.
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Behind the Smile
FanfictiePor detrás do sorriso de Im Nayeon, havia uma dor incurável que se formou em seu coração há vários anos atrás. Por detrás do rosto sério de Do Kyungsoo, existia um garoto tímido e reservado, que somente precisava de afeto. Uma fanfic de @imagineyou...