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Nayeon












Sentei no colchão da cama, me espreguicei rapidamente com os braços pra cima e passei uma mão pelos cabelos, tentando arrumá-los um pouco. Saí apressada e fui até o banheiro, passei uma água pelo rosto e peguei minha escova de dentes. Não demorei muito para acabar minha higiene pessoal e sair dali, andei velozmente do meu quarto e vesti o uniforme habitual do trabalho, coloquei apenas um sobretudo em cima para não passar frio.

Resolvi não preparar um café da manhã, e sim, comer por lá mesmo – esse era o lado bom de trabalhar em uma cafeteria. Apenas peguei minha mochila e tranquei a porta do apartamento com a chave, guardei no bolso do sobretudo e comecei a andar para fora. Todos do prédio se conheciam, é um lugarzinho pequeno, mas aconchegante para se morar. Quando virei o corredor, dei de cara com a Sra. Wei e seu pequinês caramelo, cumprimentei ambos com um sorriso.

A cafeteria não ficava muito longe, então todas as manhãs eu ia de a pé para a mesma, mas não me importo muito, apenas quando estou cansada demais até para tirar a cabeça do travesseiro. Minha costumeira vida voltou ao normal, os dias que tirei de folga foram necessários para por minha mente no lugar. Mas, o que eu não contava, era encontrar o meu cliente favorito naquela festa.

Do Kyungsoo é um homem extremamente adorável e respeitoso, admito que gosto de provocá-lo algumas vezes, mas sua forma de responder é diferente de todos os outros homens que já cruzaram meu caminho. Me senti melhor com a amizade dele, tantas coisas ruins aconteceram e ele foi como um escape para os meus problemas. Pensar desse jeito me fez sorrir animada, dei passos mais rápidos para conseguir chegar logo e preparar todo o pedido dele antes que chegasse.

É verdade que eu comecei a ter um sentimento mais forte por ele do que pelos outros clientes, ele parecia sempre tão misterioso e apenas falava o necessário, aquilo atiçou mais minha curiosidade. Abri a porta, fazendo o sininho tocar como sempre, olhei em volta e me surpreendi ao ver o mesmo sentado em uma mesa. Meu corpo todo gelou e eu senti um nó se formar em meu estômago, uma sensação horrível se fez presente em meu peito.

Junmyeon foi meu namorado por bastante anos, faz meses que estou tentando me livrar dele, porém não é totalmente aceito pela sua parte. Ele se virou para me olhar e sorriu fechado, aquele rosto já me causou ainda mais problemas, eu não entendia o motivo de sua insistência. Quanto mais ele se aproximava de mim, mais eu me sentia apavorada, era como se eu estivesse presa em uma gaiola, não tinha para onde correr.

Seus olhos percorreram todo o meu corpo e eu me lembrei daquela maldita noite, que sinceramente, tentei esquecer de várias formas. A partir desse acontecimento, decidi não permanecer naquela relação abusiva, bastava para mim e para o meu cérebro ter que conviver com todas as crises que me assombravam.

— Olá, Nayeon! — sorriu mais ainda, como se a situação fosse engraçada.

— O-O que está fa-fazendo aqui? — perguntei surpresa.

Ele deu mais um passo e ficou perto de mim, o suficiente para que apenas eu ouvisse o que teria para dizer. Senti um calafrio ao ter seu rosto tão perto do meu, meu corpo todo tremia de medo, ninguém estava por perto para me ajudar.

— Você tem que voltar pra mim e esquecer dessa ideia boba de terminar...

Arregalei meus olhos surpresa, ele só podia estar brincando. Neguei rapidamente com a cabeça, tentando não me descontrolar mais ainda, Junmyeon tinha passado de todos os limites possíveis.

— Se você não sair da minha frente agora, eu vou gritar! — ameacei, dando mais um passo para trás.

— Tudo bem... — se afastou um pouco, colocando as mãos nos bolsos — Mas, isso não vai ficar assim.

Ele passou por mim, trombando de propósito em meu ombro, fechei meu punho com força e revirei os olhos. Não posso deixar que isso me abale, afinal, meu dia mal tinha começado e não seria estragado facilmente por uma pessoa que não tinha tanta importância para mim.

Entrei dentro da cozinha ainda um pouco desnorteada pelo ocorrido, mesmo que eu tentasse esquecer suas míseras palavras, elas continuavam insistindo em aparecer. Cumprimentei Tzuyu – minha colega de trabalho e fora dele, uma das minhas melhores amigas –, ela logo percebeu minha expressão.

— O que foi, Unnie? — perguntou a mais nova.

— Não é nada...

— Não parece que é nada. Pode me contar, se quiser.

Olhei bem para a garota e ela sorriu aberto, eu sabia que poderia dizer qualquer coisa para ela, então não hesitei.

— Junmyeon esteve aqui.

— O quê?! — exclamou alto — Então ele era o primeiro cliente que a nossa chefe estava falando... Por que ele quis te perturbar dessa vez?

— O de sempre, não aceita que nosso namoro tenha terminado.

Ela me olhou triste, disse mais algumas coisas antes da chefe nos mandar preparar as máquinas de café. Tentei me controlar emocionalmente para poder ver Kyungsoo, não gostaria que ele me visse tão deplorável, o mesmo não tinha nada a ver com minhas adversidades da vida.

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