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Nayeon









Acordei completamente atordoada assim que o pesadelo tinha terminado, foi tudo tão real e meu coração batia forte como se ainda estivesse vivendo aquilo. Olhei para trás e Kyungsoo dormia tranquilamente enquanto repousava um dos seus braços em minha cintura.

Me virei em sua direção e observei seus olhos fechados e uma expressão serena em seu rosto. Pude sentir sua tensão quando pedi para dormir comigo ontem, mas eu precisava, não queria acordar de outro sonho e não ter ninguém para me ajudar.

Porém, tudo mudaria agora que ele vai morar comigo, não me sentiria mais sozinha e desprotegida. Isso nunca me ocorreu, era sempre eu quem dava passos importantes na minha “relação” com Junmyeon, ele somente me iludia para conseguir me ter ao seu lado. Mas Kyungsoo é diferente, ele não me força a fazer coisas que não quero e todas as vezes sabe o que eu estou pensando.

Ter uma conexão tão boa assim com alguém me faz repensar em tudo o que suportei por achar que a pessoa errada fosse o “amor da minha vida”. Não era aquele tratamento que eu merecia, mas em minha mente, eu precisava aguentar calada, pois foi por minha decisão sair da casa dos meus pais. Meus pais...

Sinto tanta falta deles, mais do que consigo imaginar, mas não posso voltar assim e mostrar essa mulher tão patética e quebrada. Não sinto que esse seja o momento perfeito para esse reencontro, porém espero que eles me perdoem por tudo o que fiz.

Os olhos do garoto a minha frente começaram a se abrir, eu sorri fechado e deixei um beijo em sua bochecha, o que o fez sorrir envergonhado.

— Se isso for um sonho, não me acorde. — disse baixo, escondendo seu rosto no travesseiro.

— Não, não é um sonho... — acariciei seus cabelos macios — É a mais pura é perfeita realidade.

Nossos olhares se encontraram, senti meu estômago gelar, ainda continuava tendo os mesmos sentimentos desde quando descobri estar gostando dele. Seus olhos possuíam uma mistura de carinho e preocupação, ninguém nunca me olhou assim. Kyungsoo surpreendentemente me abraçou e encaixou sua cabeça no meio dos meus seios, mesmo desnorteada, retribui o abraço um pouco desajeitada.

— Está melhor hoje? — perguntou, começando um carinho discreto nas minhas costas.

— Sim. Obrigada por ficar aqui comigo hoje.

— Hoje e para sempre!

Ele levantou o olhar para me encarar e sorriu aberto, um sorriso que me desestabilizou por inteira. Quem diria, que aquele misterioso e sério Do Kyungsoo seria alguém assim tão carente e romântico. Não foi fácil para ele e muito menos para mim, mas fico feliz que agora tudo esteja correndo bem entre nós, mesmo que os problemas não tenham acabado.

— Vou preparar algo pra gente comer. — tentei tirar os braços dele de mim e ameacei sair.

— Não, fica aqui, meu amor.

Kyung me puxou novamente, só que mais forte e apertado, dei risada da sua infantilidade. Ele se aninhou em meu peito de novo e não deixou de sorrir, fiquei parada observando aquela cena tão lindinha e especial. Deixei um beijo em sua bochecha e o mesmo tornou a ficar vermelho, ri mais alto e ele se escondeu entre as cobertas.

●○●○●○●○

















Tínhamos muitas coisas para resolver, mas a mais importante, era ajudá-lo com a mudança. Por isso, enquanto Kyung estava trabalhando no período da tarde, eu e sua mãe organizamos algumas caixas para poder colocar todas as suas coisas dentro. Saí um pouco mais cedo do trabalho para conseguir terminar tudo hoje.

Pegamos sua mãe de surpresa, mas ela aceitou bem a situação e estava feliz por nós. Enquanto dobrava e empacotava algumas de suas roupas, a mulher guardava os objetos mais importantes para ele. Gosto da companhia dela, me faz lembrar muito da minha mãe, as duas teriam muitos assuntos para tratar juntas.

— E os seus pais, Nayeon? — perguntou, continuando seu serviço sem olhar pra mim — Vocês mantêm contato?

— Bem... Com os meus pais é um pouco... Complicado.

— Por que, querida?

Mordi meus lábios, não queria ter que explicar tudo, prefiro deixar no passado as escolhas erradas que fiz. Mas, me sinto tão segura com ela – assim como com Kyungsoo – não vejo o porquê de não contar.

— A senhora já sabe sobre Kim Junmyeon, não é mesmo?

— Sim, aquele maníaco! — ela se virou para mim, com raiva nos olhos — O que ele tem a ver?

— Quando eu o conheci, me apaixonei perdidamente por ele, mas sua reputação não era muito boa entre as pessoas. Meus pais sabiam disso e sempre me alertavam, só que eu não dei ouvidos e acabei fugindo para Seul com ele, então tudo começou a dar errado e eu nunca mais falei com ninguém da minha família por vergonha.

Meus olhos lacrimejaram, ainda era difícil, eu não conseguia me perdoar por tudo. Senti dois pares de braços me rodeando e um carinho lento em meus cabelos, era como o abraço da minha mãe.

— Não se preocupe, Nayeon. Tudo vai ficar bem, você faz parte da nossa família agora!

Sorri entre aquela tristeza que estava sentindo, ela tinha razão, tudo ficará bem agora que estou encontrando a cura para todos aqueles dias de sofrimento.

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