Capítulo 8

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*Flashback*

Estavam deitados na cama de casal no quarto de ambos, Petruchio fazia seus dedos percorrerem toda a extensão do ventre de sua esposa, iam e vinham em movimentos suaves. Catarina não conseguia parar de sorrir. Fazia algum tempo em que ela não se sentia assim com Petruchio, completamente estarrecida, boba e sorridente. Demorou a admitir que o amava, mas agora, vendo ele se tornar um pai, se apaixonava mais. Era inevitável sorrir, mesmo para ela, que evitava ao máximo mostrar seus sentimentos.

— Meu filho… - ele depositou um beijo leve sob a camisola que ela vestia em seu ventre.

Catarina estava tão feliz que não conseguiu nem implicar com ele e com a menção a "meu filho". Estava atônita o assistindo ser pai pela primeira vez.

— É ocê que tá me dando a maior alegria da minha vida Catarina… - ela amava ouvir a voz dele suave quando dizia esse tipo de coisa, deixou que ele deitasse a sua cabeça em sua barriga e enlaçou seu dedo indicador em um cacho de seu cabelo, ficou mexendo o dedo enlaçando o fio num vai e vem, com a outra mão acariciava sua testa enquanto ele passava o nariz em seu ventre o acariciando de olhos fechados.  Fazia carinho nele enquanto o sentia ser um pai que não conseguia ficar longe de sua barriga.

— Nunca pretendi ser mãe, mas estou tão feliz que agora acredito que sempre foi meu sonho. - ela respondeu calmamente sentindo ele voltar a beijar seu ventre. - Você sempre o responsável por me permitir fazer coisas inimagináveis.

Ele riu pelo nariz e esticou seu pescoço em direção ao rosto dela. Deu um beijo em sua testa, outros dois em cada lado da bochecha, até alcançar seus lábios, que estavam estranhamente fáceis naquele dia.

Ela retribuiu o beijando suavemente, suas duas mãos segurando seus cabelos pedindo para que ele aprofundasse o beijo e foi o que ele fez. Apesar das constantes brigas, dos desentendimentos, sua raiva por ele a esconder que tinha pegado dinheiro emprestado de Marcela havia se dissipado no ar feito fumaça. Petruchio a desestabilizava virando um pai babão e ela não conseguia não se apaixonar por essa nova versão dele.

Petruchio sempre imaginou-se pai. Apesar de sua juventude intensa entre as mulheres, sabia que em algum momento ele teria seus filhos, queria ser um bom pai como o seu foi para si. Estava feliz de ser com Catarina, a única que o fazia sentir sensações antes nunca sentidas por ele, a única que o fazia sentir amor. Como agora, enquanto a beijava e sentia ela lhe retribuir o beijo, seu coração se explodia em felicidade e parecia que ele tinha engolido o sol.

— Mas eu  avisei ocê que seria mãe de meus filhos não avisei? - ele a provocou quando a parou de a beijar e deitou ao lado dela na cama, permitindo que Catarina se aninhasse nele. - Pequenos jumentos como me disse.

Ela lhe deu um tapa no braço.

— Não chame meu filho de jumento.

— Mas foi ocê mesma que disse, lá atrás enquanto ainda te cortejava. Vamo ter um jumentinho tão bonitinho se ele se parecer com ocê.

Catarina revirou seus olhos sem ter como o contestar.

— Eu sinto que é uma menina.

— Pois eu sinto que é um menino.

— Aí Petruchio, você sempre precisa ir contra mim, não é? - reclamou saindo de seus braços e sentando-se na cama brava.

— Não! É ocê que implica comigo. Quer ver que vai implicar se te falar o nome que queria se fosse menina? - Petruchio sentou-se na cama ao lado dela.

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