⚠️Aviso: Esse capítulo contém muitas cenas fofas cheias de mel e os fãs catruchio não estão acostumados. Leia por sua conta e risco.
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Seu estômago estava revirado, estava se sentindo tonta, a vontade que tinha era de gritar e destruir tudo ao redor. A vida era tão injusta, Catarina já sabia disso, mas ver a injustiça acontecer na sua frente, não sendo ela, mas sim com seu afilhado, aquele que de certa forma ela ajudou a criar, que considerava quase como filho, lhe doía demais. Mal colocou os pés para fora do restaurante e se lançou nos braços de Petruchio o abraçando forte. Ele não sabia o porquê dela estar fazendo isso, mas retribuiu o abraço a enlaçando na cintura e deixando que ela encostasse seu rosto em seu peito.
— Me abraça forte, me abraça forte como se me tirasse daqui, como se me transportasse para outro tempo, para outro espaço, para outra vida.
Petruchio estranhou seu pedido, queria entender sua dor e seu desespero, mas a abraçou tão forte que ela retribuiu cravando seus dedos em sua nuca. Parecia desesperada.
Catarina sempre soube que um abraço poderia curar, só nunca tinha experimentado a sensação de cura e acalento quando precisava. Já tinha passado por tantos desencontros, tantas tristezas, tantos sentimentos sufocados dentro de si. As pancadas se acumulando em seu coração e só com um abraço reconstrutor podia voltar a respirar. E era o que fazia no momento, parecia que o abraço de Petruchio era seu respirar. O melhor lugar do mundo era ali, dentro de seu abraço.
Petruchio deixou ela se acalmar, estava tão tensa, ombros rígidos, respiração irregular, acariciou suas costas e sentiu ela relaxando aos poucos, seu corpo amolecendo e sua respiração se normalizando.
— É como se todos os problemas sumissem quando estou em seus braços. - ela confessou num sussurro nos ouvidos dele.
— O que aconteceu? - ele perguntou preocupado ainda com ela enlaçando seu pescoço.
— A vida aconteceu… todos me diziam que não era fácil, todos falavam que doía, mas eu nunca pensei que seria tão difícil, nunca imaginei que massacraria tanto meu coração, nada dói mais que sentir na pele. E senti muito na pele durante esses dias de volta ao Brasil. E tudo se finalizou hoje e agora. Ver o Buscapé sendo humilhado e sofrendo racismo acabou comigo.
Catarina desencostou sua cabeça do peito dele e o encarou, passou seus dedos de sua mão direita em seu rosto o acariciando agradecida.
— A vida é mais fácil quando estou do seu lado. Seu abraço foi um remédio.
— Eu quero ser sua cura meu favo de mel. Conte pra eu o que tá acontecendo.
Ela negou com a cabeça cansada, não queria falar e nem explicar nada, era cansativo explicar como a atitude que presenciou contra Buscapé a feriu, era difícil explicar que o fato de precisar usar sua aliança para se sentir segura, para conseguir simplesmente trabalhar a machucava. Não queria falar nada.
— Seja minha cura me levando para outro lugar? - pediu fugindo do assunto.
— Podemos ir na fazenda.
— Não, Júnior está lá e preciso saber como falarei com ele ainda e além disso, quero ficar a sós com você hoje, só com você. - Petruchio piscou duas vezes estranhando aquela Catarina diferente do que estava acostumado. Mas não reclamaria, não ousaria nunca reclamar. - O que você faria, para que lugar me levaria, se quisesse me conquistar?
Ele tentou pensar uns segundos em uma resposta.
— ...Ocê é rica, num restaurante? - ele arriscou.
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Segunda chance
FanfictionDepois de quinze anos espera-se que uma mentira tenha se repetido vezes suficientes para se tornar uma verdade. Catarina sempre foi decidida e quando algo entrava em sua cabeça dificilmente mudaria de ideia, mal sabia ela que sua filha puxaria exata...