- Não! - gritou a risonha voz infantil, seu pequeno dono se abaixando bem a tempo de escapar dos braços que queriam agarrá-lo. - Não, mamãe! Eu não quero!
- Alberto, volte aqui! - gritou a mulher, também rindo, nadando rapidamente atrás do filho que escapou mais uma vez. - Você precisa comer suas algas ou não vai sair para brincar com o papai hoje!
O menininho de cinco anos espiou por detrás da mesa, seus grandes olhos verdes no rosto de escamas arroxeadas de repente perderam a diversão e se arregalaram de indignação.
- Mas hoje é a primeira vez que ele vai me levar para a superfície, mamãe!
- Eu sei, e é exatamente por isso que você precisa terminar de comer, ou não vai ficar forte o bastante para andar lá em cima.
- Mas eu já comi muito - Alberto choramingou, voltando a se esconder atrás da mesa quando a mãe voltou a se aproximar dele.
Ela sorriu, os olhos verdes tão parecidos com os do seu menino amolecendo em doçura e amor ao se abaixar ao lado dele e puxá-lo para seus braços, lhe dando um beijo na testa.
Alberto sorriu e se aconchegou nos braços dela, enterrando o rosto em seu pescoço e sentindo os carinhos da mãe na cabeça.
- Então vamos fazer assim: você leva alguns saquinhos de algas e peixes e me promete que vai comer quando sentir fome, tudo bem?
- Fechado, mamãe.
Não seria uma promessa difícil de cumprir, porque Alberto sentia fome o tempo todo. Ele era uma criança com muita energia e vivia nadando veloz ao redor da pequena caverna que vivia com seus pais, perseguindo peixes e pregando peças em seus vizinhos.
- Muito bem, então - a mãe dele respondeu, beijando-o no rosto. - E agora o que acha de me ajudar a fazer os saquinhos, meu peixinho fujão?
- Vamos! Eu sou muito bom cozinheiro - ele falou convencido, estufando o peito e fazendo cara de quem entendia muito do assunto, e a mulher riu ao constatar mais uma vez como o filho era parecido com o marido.
- Você é, hein? Então eu quero só ver. Quem terminar primeiro ganha! Valendo!
- Eu vou fazer mais e vou ganhar!
E mãe e filho começaram a preparar o lanche em meio à brincadeiras, não notando quando um homem de escamas roxo escuro chegou no recinto, parando encostado na parede próxima da entrada com os braços cruzados sobre o peito e um sorriso carinhoso nos lábios.
Ele observou a intenção das duas pessoas que mais amava no mundo por um longo instante antes de se anunciar:
- Espero que vocês tenham feito saquinhos para mim também.
- Papai! - Alberto gritou, radiante, deixando seu trabalho incompleto na mesa e se jogando nos braços do pai, que o segurou forte e o girou acima da cabeça, rindo.
- Ei, filhote! Você está ajudando a mamãe a fazer lanche para nós?
- Sim! Para quando formos para a superfície. Você vai me levar, não vai? Para seu forte na ilha?
- Só se você prometer que vai me ajudar a buscar mais... - então ele aproximou o rosto do filho, a voz abaixando para se tornar conspiratória enquanto sorria largamente. - Tesouros humanos!
Os olhos de Alberto brilharam como joias, o corpo diminuto se contorcendo em entusiasmo. O pai já havia mencionado os tesouros humanos para ele, mas nunca mostrou nenhum deles antes. Alberto estava tão animado para vê-los!
- Bruno... - exclamou a mãe de Alberto, repreensora, e os dois se viraram para ela com expressões de quem foram pegos fazendo o que não deviam. - Você sabe o que eu penso sobre mostrar a ele essas coisas. Já não basta levá-lo até a ilha?
- Ciara, meu amor, não há perigo algum - respondeu Bruno, se aproximando dela e lhe beijando a bochecha.
- Eca! - Alberto fez, virando o rosto, e os outros dois riram da reação do filho.
- Os tesouros que levo até a ilha são inofensivos, eu prometo. Sabe que eu não faria nada que pudesse machucar nosso filho.
Ciara entortou a boca, pensativa, mas por fim cedeu, sorrindo para eles e gargalhando quando Alberto se soltou dos braços do pai e começou a nadar veloz ao redor deles.
- Eu vou colecionar tesouros!
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N/A: "Sabe que eu não faria nada que pudesse machucar nosso filho" WHAT A LIE, WHAT A LIE, WHAT A LIE
Tô indo pular da sacada---
Alguém avisa pro baby Alberto que ele é meu amor todinho e eu vou proteger ele de todo o mal?
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Mil Memórias
Fanfiction{Luca x Alberto} Memória. Por definição e conceito, é a capacidade que os seres vivos tem de adquirir, armazenar e evocar informações que ficam guardadas em um - e, às vezes, mais de um - local da mente. A memória pode ser fraca ou forte, pode ser i...