Esta trama se passa na Itália do século XVIII, quando o Cavaleiro de Ouro de Peixes daquela geração, Albafica, em um duelo com um espectro de Hades acaba por um descuido atirando uma de suas rosas diabólicas na direção contrária a de seu oponente, a...
Após seis semanas se recuperando, Louise havia dado os primeiros sinais de melhora. Ainda não conseguia falar normalmente e nem comer, tampouco caminhar e se movimentar sem sentir algumas dores, mas ainda assim tinha feito algum progresso. Conseguia ingerir sopas e caldos, era capaz de mover a cabeça e o tronco, e o melhor de tudo era que estava retomando sua habilidade de falar aos poucos.
Falava aos sussurros, baixo, quase inaudível, mas era alguma coisa. Além disso, a garganta estava se curando e aparentemente não havia risco de sangrar novamente como tinha acontecido semanas atrás.
Sim, parecia que estava tudo dando os primeiros passos de volta para a normalidade, depois de semanas vivendo um verdadeiro tormento.
Enquanto Louise se recuperava ao longo das semanas, Édan tentava aos poucos e cautelosamente extrair tudo que fosse possível dela e tudo que ela se lembrasse, mas a menina se recusava a lembrar ou a dar uma explicação sequer.
Louise pensava que esse era o mínimo a se fazer depois de ser cuidada com tanta cortesia por Édan e toda a sua família. E não era só isso, eles haviam cuidado tão bem de Margot quanto cuidavam dela, e graças a isso sua irmã estava longe do perigo.
Era claro para Louise que tanto ela quanto a mais nova tinham uma dívida com eles, mas o que estava ainda mais claro para ela, era que não poderia nunca revelar o motivo de ter sucumbido a tal enfermidade.
O que eles pensariam? Era certo que Édan e sua família eram ótimas pessoas, e também os moradores do vilarejo adoravam ela e a irmã, mas isso era algo muito sério para ser exposto sem pudor algum.
Além disso, Édan poderia se exaltar e expulsá-las de sua casa, assim que soubesse à que ele e sua família estavam expostos.
Era uma situação delicada e talvez acobertar tudo fosse o melhor a se fazer por ora.
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Enquanto ouvia Margot contando o que vinha aprendendo nas aulas particulares que tinha, Louise tentava levar a colher até a boca sozinha para tomar um caldo de ervas. Às vezes conseguia, outras vezes até a fina colher lhe parecia pesar na mão, dificultando sua refeição. Quando isso acontecia, Margot pegava o talher de sua mão ainda magra e ressecada, e a alimentava com bastante ternura.
Embora estivesse acompanhando de perto a recuperação da irmã e vendo com seus próprios olhos que agora ela parecia minimamente mais saudável, Margot ainda temia que aquele dia voltasse.
A pobrezinha ainda se lembrava do desespero que sentiu por pensar em perder sua irmã, e da imponência de não poder fazer nada além de correr e chamar por ajuda. Eram apenas elas duas e naquele dia chegou a cogitar que ficaria apenas ela.
Pensou que em uma situação complicada que poderia vir a acontecer, ela não poderia fazer nada a julgar pelo seu desempenho naquela vez.
- Já pensou nisso? É incrível! Dominar o zero absoluto com tamanha destreza, e ele dominou isso enquanto lutava com seu mestre. Ouviu isso? com o mestre dele Lou! Ele literalmente superou o mestre! Ah o Cavaleiro de Aquário é realmente um gênio, será que se eu ficar tão inteligente e forte quanto ele vou poder ser a próxima Cavaleira de Ouro de Aquário? - comentava sobre uma informação que estudara na aula daquele dia, sem se importar em fazer pausas ou respirar para contar todas as novidades que tinha.
