| Capítulo 41

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(Seis meses depois....att nova) 🤝🏾
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Boa leitura

Os longos cabelos azuis de Albafica perdiam-se no vento, ao passo que o espanto tomava suas feições. Ele queria atrasar os fatos, mas acabou dando pistas para que a verdade fosse descoberta.

Fora tolo.

-Parece que você ainda não me contou tudo que "pode me contar", Albafica. - provocou Manigold, fazendo o gesto de aspas no ar e caminhando para mais perto do amigo. - Isto você pode me esclarecer ou eu preciso ir atrás de Louise pra saber? - desafiou.

Peixes o encarou atordoado. Estava inseguro por dentro. Agora precisava pensar rápido no que iria dizer antes de seu colarinho voltar a ser puxado novamente.

-Vamos Albafica, me diga como passou tanto tempo junto dela com seu sangue envenenado, sendo que nós, cavaleiros de ouro, que somos um pouco mais resistentes que ela e seus companheiros de patente, não temos nem sequer a cortesia de uma hora na sua presença, fora das missões - questionou impaciente.

Albafica suspirou cutucando a carne do dedo com a unha. Observava com receio o impasse que aquele treino havia se tornado. Decerto, para esse questionamento não havia desculpa que conseguisse ludibriar Manigold.

Estava encurralado.

°°°°°

Quando já era quase final de tarde, Louise já esperava por Albafica na casa de peixes e ficou aliviada quando nenhum outro cavaleiro ou servo do santuário a parou no meio do percurso para fazer perguntas. Logo iria anoitecer e um cavaleiro iria descer para fazer a guarda da noite.

Ainda estava anestesiada pelas sensações que teve durante o dia, ainda não queria por para fora tudo que sentiu indo até o vilarejo, mas sabia que Albafica iria compreender e esperar o seu tempo de conversar. Sendo assim, se escorou na porta da casa de peixes e pôs-se a esperar por ele, que a propósito parecia estar um pouco atrasado.

Observou o céu limpo e o quanto o jardim de rosas ganhava uma visão diferente e mais bela com a luz amarelada da tarde. Tentou imaginar o quão importante aquele espaço seria para o cavaleiro e quanto da sua força ele tirava daquele jardim, já que tudo se iniciou ali.

Um espaço que dolorosamente era o conforto de Albafica.

Se distraiu de suas ideias quando ouviu duas vozes rumando da escadaria. Conforme iam se aproximando, ela pôde distinguir de quem eram.

Albafica e Manigold pareciam estar em uma séria discórdia a julgar pelo tom e pelas falas se sobressaindo uma à outra.

-Albafica não fuja e me conte a verdade!

-Manigold por favor, podemos falar sobre isso outro dia.

-Que dia? O dia que você decidir sumir novamente sem dar satisfações? Você disse que ia compartilhar as coisas comigo como compartilha com ela, então diga!

-Isso precisa partir dela e não de mim!

-Então onde ela está?

-Já é final de tarde, não a atormente com isso.

-Eu quero respostas!

-Por que vocês estão discutindo a essa altura? O que houve?

Instantaneamente Albafica se assustou ao perceber que Louise desceu a escadaria e fora de encontro a eles, bem no momento em que a última coisa que ele queria era que ela aparecesse na frente de Manigold.

- Que bom te ver Louise, como está? - perguntou câncer, passando na frente de peixes e cumprimentando a jovem. - Estávamos pontuando alguns assuntos e fico feliz que tenha te encontrado por aqui

- Manigold.... - repreendeu Albafica

- Me deixe falar com ela. Não acha que eu tenho o direito de saber? Hum? Não acha que as coisas já ficaram encobertas demais? - indagou ríspido

- Por favor, se contente com o que você sabe, ela acabou de chegar e ainda está se acomodando por aqui - respondeu curto verificando a reação de Louise para depois voltar seus olhos para a causa de seu nervosismo

O homem de cabelos curtos tinha a respiração acelerada e olhos afiados como se não estivesse com a intenção de ir embora sem antes sanar sua dúvida. Seus olhos, o corpo trêmulo de ansiedade e o suor escorrendo no canto da testa, pediam por respostas. Respostas que Albafica estava se recusando a dar, mas sabia que com Louise ali entre eles ele não poderia mais fazer muita coisa. Agora era a parte que ela revelava,se assim quisesse.

- Do que discutem? - interrompeu. O silêncio dos cavaleiros a deixou ainda mais perdida. Pareciam se comunicar com olhares e expressões a deixando de fora da conversa, mesmo que estivessem falando sobre ela.

- Estávamos discutindo sobre como você conseguiu ficar perto de Albafica por esse longo tempo sem ser afetada pelo veneno do sangue dele, mas ele não quer me contar toda a verdade e prefere que você me diga - confessou Câncer destemido instigando a ambos. - E então? Agora vão desembuchar?

Peixes murmurou em desagrado e quando Louise intercalava o olhar entre os dois pasma. Manigold foi rápido demais.

- Manigold não estrague tudo, e aguarde o momento certo para saber.

- E este não seria o momento certo? Estão os dois aqui, fizeram uma boa viagem, estão saudáveis e com todos os membros do corpo, e Louise não está morrendo de dentro pra fora, o que é bastante curioso. Ora essa - soprou um riso -, vamos começar logo pelo começo, sim?

Louise olhou cúmplice para Albafica. Estavam em uma situação ruim. Ninguém deveria saber daquele segredo e ainda que Manigold merecesse saber, estava muito cedo para revelar.

O silêncio da incerteza se fez presente, deixando ambos os três aflitos e ansiosos.

O que quer que Câncer estivesse supondo em sua cabeça naquele momento, estava sendo reforçado por aquela falta de palavras avassaladora.

- Não me diga que você também é resistente ao veneno, Louise.

°°°°°

Fim
Depois de seis meses a sujeita aparece 🥴
E vamos de novo!!! 💥















The Spell | Albafica de Peixes Onde histórias criam vida. Descubra agora