| Capítulo 8

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Boa leitura a todxs!

Albafica já podia sentir a brisa fresca da manhã adentrar por uma fresta estreita na janela. Não demoraria a perceber os primeiros raios de sol. O dia começava a amanhecer.

Com as pálpebras pesando e o tronco sendo forçado a ficar ereto, Albafica permanecia sentado na cama próximo a Louise, enquanto esta desfrutava de seu sono tranquilo e sereno.

Após o terrível pesadelo, do qual se lembrava com bastante clareza, Louise foi aos poucos pegando no sono sentindo o olhar de Albafica sobre si.

Não tinha mais medo, pois sentia que o cavaleiro de certa forma a protegeria de qualquer outro sonho ruim que viesse a ter naquela noite. Além disso, ele também não tinha se oferecido para se retirar do quarto.

Sendo assim, exausta como estava aos poucos foi fechando os olhos, tendo apenas uma visão embaçada dos longos cabelos azuis de Albafica e de sua pele pálida.

O cavaleiro de ouro por sua vez, apenas curvou os lábios em um singelo sorriso quando viu que finalmente Louise estava tendo seu devido descanso.

Não tinha a pretensão de sair do quarto. Queria ficar ali, guardando o sono da jovem sem interrupções, pelo tempo que fosse necessário.

É verdade que estava deveras cansado da longa viagem, mas não queria fechar os olhos e se deixar vencer pela fadiga. Não, quando pela primeira vez em muito tempo, teria alguma companhia durante a noite e não dormiria sozinho.

Não queria dormir justamente porque queria aproveitar aquela nova experiência. Queria poder sentir o quanto fosse possível cada parte daquele sentimento que aquecia seu coração e tonificava sua alma.

Apenas estar em um local que não era a casa de peixes e teoricamente um lugar que não era o seu, sentir o calor humano que não fosse o seu próprio, se aproximar de alguém sem culpa, lhe trazia um sentimento inexplicável de estar descobrindo algo extraordinário e muito precioso. A boa companhia de alguém era preciosa. Não era?

Podia sentir os pelos se eriçarem com a onda de ansiedade que percorria todo o seu corpo, só de pensar em se sentir alguém livre de restrições e amarras por conta de seu sangue.

É verdade que se isolar dos outros para proteger as pessoas de seu sangue envenenado era um ato puramente humano. Mas não havia nada mais humano do que rir, tocar, conversar e se aproximar de alguém. Os laços eram puramente humanos, e Albafica percebeu isso naquela noite em que passou em claro, aproveitando seu momento como um rapaz normal de 23 anos.

Imaginar que Louise poderia lhe dar tamanho contento e que futuramente poderia formar laços com ela, lhe deixava euforico ao ponto de perder o ar. Era tão revigorante e bom pensar assim. Se sentia como um adolescente ganhando um novo presente ou um elogio de seu mentor, ou até mesmo um beijo da pessoa que gosta. Isso se não estivesse imaginando demais e aumentando a relação amigável que nem havia começado direito entre eles. Se é que começaria.

No fundo, Albafica estava indeciso, preocupado, exausto, mas feliz.

Sim, estava verdadeiramente feliz.

Sim, estava verdadeiramente feliz

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The Spell | Albafica de Peixes Onde histórias criam vida. Descubra agora