Guardiões - A Colisão

30'S

Ainda calados e sem comentar o que havia acontecido, os Guardiões prosseguem para o próximo local.

Um emaranhado de confusão e loucura. O lugar era estranho, mas nada que os assustasse. As cores desbotadas e os sorrisos enormes nem pareciam algo anormal perante tudo que já vivenciaram.

--Achar o pico de magia de Fricção-T foi fácil... Aqui vai ser quase impossível-- Bella diz lendo o livro.

--Por quê?-- Rush pergunta abobado olhando envolta.

--Já olhou o tamanho desse lugar? Vai demorar muito pra acharmos-- Maggie responde.

--Fora que os nativos estão olhando torto pra nós-- Anne fala apontando discretamente para o lado direito.

Da lado direito havia uma casa de madeira, uma senhora estava sentada em sua cadeira de balanço do lado de fora. Seus cabelos eram brancos, olhos esbugalhados e um sorriso enorme, estava tricotando enquanto olhava fixamente para os garotos.

Eles se entreolham assustados e continuam andando, o mais rápido que conseguiam sem parecer suspeitos.

Tentavam se misturar no meio das "pessoas" de lá, mas era difícil, já que os nativos eram todos baixinhos e os mais altos, ainda eram bem menores que os Guardiões.

--Estou me sentindo desconfortável com os olhares das pessoas daqui. Ainda vai demorar pra sairmos desse lugar?-- Anne pergunta receosa.

--O quê você quer que eu faça, que eu ache o pico de magia num estalar de dedos?-- Bella pergunta impaciente lendo continuamente o capítulo sobre aquele lugar.

--Miche, você consegue rastrear a magia dessa dimensão?-- Felp pergunta se abaixando.

--Eu não sou bem um "rastreador de magia" mas eu posso tentar, a garota parece que vai vomitar se passar mais tempo aqui...-- Michelangelo fala impaciente.

O felino sobrevoa as casas guiado pelo vento e as ''correntes de magia''.

Assim como as correntes dos mares, que ajudam os seres aquáticos a sobreviverem e a estarem em movimento, as correntes de magia são emaranhados das mais puras formas de encanto, que pairam e fornecem magia para todas as formas de vida.

Cada planta, animal, pessoa, fada, monstro, espectro... Todos esses seres estão vivos graças as correntes que os conectam, se as correntes param, a magia para de ser magia, e então, tudo se apaga.

Michelangelo desce e fala que sentiu um acúmulo enorme de magia em um local daquela cidadela.

--Onde exatamente era?-- Felp pergunta.

--É uma tenda enorme erguida perto de uma pracinha, ambos rodeados de árvores, não fica longe daqui-- O bichano diz guiando-os.

Michelangelo os leva para lá, os olhares fixos e sem expressão e os sorrisos macabros assustavam Anne intimamente, estava zonza, enjoada e perdendo suas forças com as sensações que aquelas pessoas lhe causavam.

--Isso não é uma tenda qualquer, parece mais um circo-- Ricardo fala levantando uma beiradinha da lona para olhar dentro.

--Tenho fobia de palhaços...-- Bella diz com um olhar de nojo.

--Mas o nosso, digo, meu pai se veste todos os dias como um palhaço...-- Anne fala.

--E por quê você acha que eu disse? Tenho asco das roupas dele, nem sei o motivo dele se vestir assim...-- Bella responde.