Capítulo 3 - Sorriso falso

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– Jackson! Jackson! – corro em sua direção ao vê-lo deitado na calçada todo ensanguentado e sinto minhas mãos tremerem ao vê-lo ali, agonizando de dor sem eu poder fazer nada para aliviá-la.

Vejo um carro preto de vidro fumê saindo em disparada. Aquele carro estava o tempo todo ali parado...

– Meu amor... – e choro de desespero, sentindo meus olhos ficar embaçados e não conseguir enxergar nada por isso.

– Hae! – minha mãe, que também está em prantos, se abaixou ao lado dele colocando seus dedos para sentir os sinais vitais e sua cabeça balança em negativo.

- Não! – agarro-me nele e sinto seu sangue em minha pele – Você está bem... Você vai ficar bem – o balancei, tentando deixa-lo acordado, mas Jackson apenas balançava a cabeça e insistia em fechar os olhos – Não!

– Hae Ri... – minha mãe pega em meu braço, mas a afasto com raiva, xingando Deus e o mundo por isso.

– Isso não pode estar acontecendo! – balanço a cabeça, tentando acordar deste terrível pesadelo que me encontro, mas nada me faz acordar dele.

Por que não consigo acordar deste inferno, porra?

– O que... Jackson... – ouço a voz de Ahri atrás de mim e seu grito estridente.

– Alô, é da polícia? – minha mãe diz ao levantar e nada do que ela diga me faz acreditar nisso.

Olho para os lados procurando por alguém que o acuda e os seguranças da casa aparecem assustados, não acreditando no que acaba de ver.

A partir daí, eu não consigo me concentrar em mais nada, nem ao menos lembro como tudo ocorreu. Não sei o que aconteceu. Não sei como parei dentro deste carro e quem está dirigindo. Minha mente está num turbilhão de confusão e me sinto muito mal, muito enjoada. Eu quero muito vomitar, mas nada sai do meu estomago, pois acho que não comi nada hoje.

E quando vejo o Sol já está raiando.

Cadê Jackson? O que houve? Por que estou em um enterro? Quem é o morto? Oh... quem é...? Jackson? O Jackson... morreu?

– Não! Tire ele daí! – grito tentando afastar as pessoas que estão o enterrando – por que estão fazendo isso?

– Irmã – diz Ahri me segurando, com lágrimas nos olhos – ele está morto.

– Não! Ele está vivo!

– Hae!

Sinto lágrimas brotarem de meus olhos e meu coração se agitar cada vez mais. Até que minha visão fica turva e cada vez mais eu perco as forças. Sinto alguém me carregando no colo, mas não faço ideia de quem seja. Seus cabelos são tão loiros que parece branco, mas pelo seu rosto, noto que é jovem demais.

Com certeza minha mãe me deu algum tipo de calmante para alucinar assim.

– Você vai ficar bem – diz ele, cobrindo-me com meu edredom e logo sinto suas mãos em meus cabelos. Só que estou tão dopada que não consigo ao menos raciocinar com o que está acontecendo.

Por quê? Por que estou me sentindo tão fundo do poço neste momento?

Dois anos depois...

Levanto-me da cama e me alongo. Apesar de estar morrendo de preguiça, não tenho escolha a não ser levantar e tomar um banho gelado.

Meus dias parecem ser os mesmo desde que Jackson morreu. É como se tudo tivesse se tornado monótono e sinceramente, não me sinto animada para mudar isso. É claro que eu queria que as coisas fossem diferentes, mas não tenho forças para fazer isso por mim mesma. Então, ao invés de fazer algo útil, passo meus dias deitada no meu quarto olhando para o teto. Às vezes, Ahri vem me ver e tenta me tirar neste fundo do poço que me alojei, mas é em vão, infelizmente. O que me deixa mais triste, já que o rostinho tristonho de minha irmã toda vez que fracassa ao tentar me animar é nítido.

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