Mafiosamente

Capitulo 4- O café da manhã e a revelação

Sentei-me junto à mesa que agora está repleta de pães, bolos, cafés, chás e doces variados. Vejo alguns empregados terminando de fazer os últimos preparativos e aos poucos o movimento diminuir para assim começarmos a fazer nosso desejum. Alguns homens e mulheres se achegam a nós e se sentam também. Não sei se é paranoia minha, mas alguns me encaram e chego até me questionar se tem alguma coisa no meu rosto. Olho para o relógio no meu pulso e vi que são 08h50min.

– Posso me sentar aqui? - ouço uma voz familiar ao meu lado e quando levanto a cabeça, noto que ele me olhava com seus pequenos olhos, como um gato em alerta.. Aquele terno preto invade minha visão novamente fazendo-me ter calafrios pelo corpo.

Eu sentia... Medo e ao mesmo tempo certa angústia. Não sei explicar. Na verdade, o dia de hoje está sendo completamente anormal e parece que tem algo de errado. Parece que ainda estou dormindo e quero acordar desse sonho estranho.

– Posso ou não posso? – indagou com calma, mesmo que sua expressão seja de impaciência e cansaço por estar em pé. Assenti e ele se sentou. Suas mãos permaneciam no bolso e em nenhum momento ele o tirou de lá.

Nunca o vi em toda a minha vida. Nem mesmo sabia seu nome até o dia de hoje. Todos que estão aqui eu conheço já que não é a primeira vez que os vejo em um brunch. O que me aflinge é saber que, toda vez que meu pai reúne seu pessoal aqui, coisa boa não está por vir. Das outras vezes eu até suspeitava, mas agora, não faço a mínima ideia do que estar por vir e quero que acabe logo. É sufocante estar ao lado dele, é como se ele sugasse todo o ar em minha volta e achasse graça nisso.

– Certo – ouço a voz do meu pai ao entrar na sala e todos levantam para se curvar. – Fiquem à vontade, meus caros. Aproveitem bem o café, pois há muito a se fazer hoje.

Ele sentou-se a mesa e no momento em que ele pegou o primeiro pão, os outros começaram a se servir. Nunca os vi apreensivos como estou vendo. Sei que a imagem de meu pai não é uma das melhores, mas mesmo assim, ainda ouvia-se uma piadinha ou outra no qual tornava o café da manhã mais tolerável.

Acordei sem fome alguma, entretanto, seria estranho eu não comer nada enquanto os outros devoram o bolo a minha frente. Então, pego uma xícara de café puro, sem açucar, e bebo observando cada um. Minha mãe se sentava ao lado do meu pai e conversava baixinho com ele. Minha irmã com seu vestido rosa claro sentada ao meu lado. Essa aí come que é uma beleza.

Fico receosa de olhar para o Min Yoongi, mas acabo fazendo mesmo assim e noto que ele continua com as mãos no bolso observando os demais. Talvez eu tenha o encarado demais porque meu coração pulo de susto quando ele direciona uma pergunta para mim.

– Você não vai comer? - pergunta ele virando-se para mim.

– Sim - respondo e a tentativa de parecer natural foi quase pelo ralo já que sua presença me deixa muito nervosa  Limpo a garganta e respiro fundo. Não quero gaguejar na frente dele. – Só acordei sem fome. Você não vai comer? – devolvo a pergunta.

– Vou sim.

– Esses bolinhos são bons, chef... Yoongi! - diz um cara que estava ao lado dele. Ele tem seus cabelos tingidos de ruivo e era tão bonito quanto o Min Yoongi. – Coma um pouco também, Hae Ri.

Por pouco não lhe pergunto como sabe meu nome, mas esqueci que sou filha do meu pai, o senhor Lee. E isso faz com que quase a Coréia do Sul inteira saiba meu nome. Desde o incidente de Jackson, meu nome e de meus familiares foram parar em todos os jonais, fazendo meu pai ficar puto, já que ele odiava que fôssemos alvo de notícias. Em todo esse tempo, ele sempre fez de tudo para mantermos no mais sigilo possível, mas com tudo que aconteceu, praticamente ficou impossível e agora, quando colocam nosso nome na internet, sempre aparece matérias do caso dos Wang's, outra empresa poderosíssima que fazia parceria com a nossa. Outro fator que deixou meu pai puto.