Ouço batidas na porta e pela voz por detrás dela sei exatamente quem é.
– Entre! – ordenei alto e em bom som, já que ele sabia que eu odiava quando alguém me interrompia.
– Chefe! – Park Jimin entra na sala e se curva numa reverência – Fizemos o que você pediu – ele despeja na mesa ao centro algumas pastas e documentos.
Park Jimin tira suas luvas e seu casaco de couro e as jogas em uma das poltronas de couro do escritório. Seus cabelos negros caem sobre seu rosto e o rosto pálido de Jimin se destaca com todo aquele preto que vestia.
– O que é isso? – demando, levantando-me com calma, indo até os papéis que ele despejou, tirando um Pen Drive dentro de uma daquelas pastas.
– São os áudios e vídeos que o senhor queria – respondeu ainda ofegante. Provavelmente subiu as escadas pela demora do elevador.
Como sempre, Jimin é muito ansioso quando se tratava de trabalho.
– Como conseguiu? – franzi a testa, analisando pasta por pasta, desacreditado com a rapidez e sagacidade do garoto.
– Invadi o sistema dele, senhor. Confesso que não foi fácil, mas com bastante insistência eu consegui e aqui está. – respondeu rápido, arrastando a pasta sobre a mesa de vidro e fiz um gesto com as mãos para que se sentasse e ele o fez, agradecendo logo em seguida.
Abro o envelope, suspendendo-o pelo ar para que o objeto caia em minhas mãos. Observo aquela pequena prova e penso no quão significante ele é.
– Só de pensar que uma belezinha dessas contém tanta merda...
Ansioso – mesmo que eu não demonstrasse emoções – conecto no USB do computador sem demora e na tela, vejo diversas pastas e uma delas está renomeada como "florzinha". O que quase me faz rir.
– Em meio há tantas merdas, como uma pasta dessas poderia estar aqui? – comento ainda imerso pela atrocidade que ele tivera, vendo fotos de um casal e sem dificuldades, reconheço a menina que posa alegre nas imagens. – Essa não é a...
– Sim, chefe. É ela mesma – Park Jimin fala agora mais calmo – Mas pelas minhas informações, ela não sabe de nada.
– Será mesmo que não sabe? – cansado, sento-me em minha cadeira encarando-a na tela.
– O pai dele nos prometeu que não abriu a boca para soltar um A. Disse também que o acordo continua de pé.
– Continua? – após inquiri-lo, senti meu sangue correr com mais intensidade pelo meu corpo.
– Você não leu a mensagem que te mandei? – Jimin pega o copo e a garrafa de Uísque que até então estava no centro na mesa – Olha no seu celular.
Com presa, pego o celular de dentro da minha jaqueta e desbloqueio-o com minha digital. Caminhando pela sala, já agoniado de ficar naquela cadeira, resolvo me sentar de frente à Park Jimin. Coloco o aparelho em meu ouvido para poder escutar o áudio que ele havia me enviado há meia hora.
– Então ele está mesmo disposto a fechar contrato? Sabendo de todos os riscos que corre?
– Sim, chefe. Até mesmo me entregou um contrato por e-mail que imprimi – ele arrasta uma pasta alaranjada em minha direção. Sem mais delongas, tiro o lacre e percebo que só havia apenas o contrato dentro dela.
– Me chame de Min Yoongi, Park Jimin – e discretamente, sorri.
– Tudo bem, Min Yoongi.
– Então tudo bem – em um único gole, termino minha bebida e Jimin faz o mesmo. Levanto-me da poltrona e guardo novamente o celular no bolso interior da jaqueta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mafiosamente
RomanceOs segredos e a ganância as vezes falam alto demais. O poder e a vingança gritam em desespero. Sua vida é realmente do jeito que aparenta ser? As pessoas... Não enganam umas as outras? Com a súbita e misteriosa morte de seu namorado, Jackson, ela se...