Capítulo 2 - Noticia

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Ouço batidas na porta e pela voz por detrás dela sei exatamente quem é.

– Entre! – ordenei alto e em bom som, já que ele sabia que eu odiava quando alguém me interrompia.

– Chefe! – Park Jimin entra na sala e se curva numa reverência – Fizemos o que você pediu – ele despeja na mesa ao centro algumas pastas e documentos.

Park Jimin tira suas luvas e seu casaco de couro e as jogas em uma das poltronas de couro do escritório. Seus cabelos negros caem sobre seu rosto e o rosto pálido de Jimin se destaca com todo aquele preto que vestia.

– O que é isso? – demando, levantando-me com calma, indo até os papéis que ele despejou, tirando um Pen Drive dentro de uma daquelas pastas.

– São os áudios e vídeos que o senhor queria – respondeu ainda ofegante. Provavelmente subiu as escadas pela demora do elevador.

Como sempre, Jimin é muito ansioso quando se tratava de trabalho.

– Como conseguiu? – franzi a testa, analisando pasta por pasta, desacreditado com a rapidez e sagacidade do garoto.

– Invadi o sistema dele, senhor. Confesso que não foi fácil, mas com bastante insistência eu consegui e aqui está. – respondeu rápido, arrastando a pasta sobre a mesa de vidro e fiz um gesto com as mãos para que se sentasse e ele o fez, agradecendo logo em seguida.

Abro o envelope, suspendendo-o pelo ar para que o objeto caia em minhas mãos. Observo aquela pequena prova e penso no quão significante ele é.

– Só de pensar que uma belezinha dessas contém tanta merda...

Ansioso – mesmo que eu não demonstrasse emoções – conecto no USB do computador sem demora e na tela, vejo diversas pastas e uma delas está renomeada como "florzinha". O que quase me faz rir.

– Em meio há tantas merdas, como uma pasta dessas poderia estar aqui? – comento ainda imerso pela atrocidade que ele tivera, vendo fotos de um casal e sem dificuldades, reconheço a menina que posa alegre nas imagens. – Essa não é a...

– Sim, chefe. É ela mesma – Park Jimin fala agora mais calmo – Mas pelas minhas informações, ela não sabe de nada.

– Será mesmo que não sabe? – cansado, sento-me em minha cadeira encarando-a na tela.

– O pai dele nos prometeu que não abriu a boca para soltar um A. Disse também que o acordo continua de pé.

– Continua? – após inquiri-lo, senti meu sangue correr com mais intensidade pelo meu corpo.

– Você não leu a mensagem que te mandei? – Jimin pega o copo e a garrafa de Uísque que até então estava no centro na mesa – Olha no seu celular.

Com presa, pego o celular de dentro da minha jaqueta e desbloqueio-o com minha digital. Caminhando pela sala, já agoniado de ficar naquela cadeira, resolvo me sentar de frente à Park Jimin. Coloco o aparelho em meu ouvido para poder escutar o áudio que ele havia me enviado há meia hora.

– Então ele está mesmo disposto a fechar contrato? Sabendo de todos os riscos que corre?

– Sim, chefe. Até mesmo me entregou um contrato por e-mail que imprimi – ele arrasta uma pasta alaranjada em minha direção. Sem mais delongas, tiro o lacre e percebo que só havia apenas o contrato dentro dela.

– Me chame de Min Yoongi, Park Jimin – e discretamente, sorri.

– Tudo bem, Min Yoongi.

– Então tudo bem – em um único gole, termino minha bebida e Jimin faz o mesmo. Levanto-me da poltrona e guardo novamente o celular no bolso interior da jaqueta.

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