─ ❝Eu vivi a minha vida inteira seguindo um único lema: A gangue na frente. Sempre.
Mas isso foi quando eu não conhecia Nailea Devora
A Baixinha com aqueles maravilhosos olhos castanhos e um corpo que faria todo homem rastejar. Foi idiota achar que...
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Vinnie Hacker
Alguma coisa sobre aquela menina me cativou. Talvez seja o jeito como ela entrou no pátio, como se fosse dona do lugar, e ninguém a intimidasse. Sei lá. Mas ela me chamou atenção.
"Novata..." Ouço Kio sussurrar ao meu lado, enquanto eu e a garota ainda estávamos naquele joguinho de olhares.
Não era sua aparência... Apesar de tirar fôlegos. O cabelo, e os olhos castanhos eram marcantes, além daquele corpo ela era bem baixinha e isso me encantou . Não que eu estivesse vendo tudo que queria, a camisa verde musgo e a calça jeans dava a um ar de curiosidade enorme. Eu quero descobrir o que vou encontrar debaixo dessas roupas. Mas não era isso que me surpreendeu.
Normalmente, quando uma garota encarava a mim, Kio e até Chase, encaravam com luxúria, ou até medo.Mas ela nos encarava com nada mais do que curiosidade. Nada de desejo e com certeza nem um pingo de medo. Talvez um pouquinho de... irritação? É, essa era uma nova.
"Essa aí é minha." Falo aos dois, em um tom firme, sem desviar o olhar dela . Por algum motivo, não queria eles brincando com ela. A menina me chamou atenção, e eu queria saber o porque.
"Vamos lá cara! Todas são suas..." Kio reclama, mas eu sabia que era zoeira. Rolo os olhos.
"Não, Kio, todas são suas." Digo, e ele apenas me envia seu sorrisinho torto, a marca registrada do meu melhor amigo.
Não sei o que foi... Talvez seja o fato de nos conhecermos desde que temos sete anos. Ou talvez seja a gangue... Mas Kio e Chase são como meus irmãos. Quando meus pais e minha irmã mais velha morreram, eu não tinha para onde ir. Harold, um homem de cinquenta e cinco anos, me adotou. Mas acontece que algum tempo depois, ele criou uma gangue. Nunca tive nada contra. Aqueles caras se tornaram minha família, eles eram a única coisa que tinha. E eu faria tudo por eles.
Para falar a verdade, nunca vi muita diferença da minha vida desde os sete anos para os últimos três, o tempo em que fomos uma gangue oficial. Mais costumes, mais trabalhos, talvez. Mas nós já temos esse estilo de vida muito antes de sermos chamados de Death of Angels.
Então, sei que Kio está brincando. Quando falo, no tom que usei, que aquela garota era minha, é porque ela era minha.
O sinal tocou, fazendo a baixinha ser puxada por uma outra garota para dentro do prédio. Esta decidido. Eu estaria passando um tempo com ela. Isso vai ser fodidamente interessante...
Levantei da mesa, seguido por Kio e Chase, e fui em direção a física. Deus eu odeio física. E biologia, química, inglês, matemática... Tudo bem, a escola meio que não era a minha coisa. Que seja. Me despeço dos meninos e entro na sala.Sinto alguns olhares em mim na medida que ando para o fundo da sala. Um pequeno sorriso de lado aparece em meu rosto. Os olhares de medo são particularmente meus favoritos. São um pouco cômicos na verdade.
Resolvi me divertir, e assim que sentei, dei meu melhor olhar intimidante a um menino duas cadeiras a minha direita. Ele rapidamente olha para frente, sua pele ficando pálida e seus olhos arregalados. Uma risadinha escapa de meus lábios.
A aula começa, e eu ignoro completamente. Pelo menos era o que eu planejava, até que a baixinha de mais cedo, uns dez minutos depois de começar a aula, entra na sala. Depois que ela murmura algo para o professor, analisa os lugares vazios na sala. Um meio sorriso aparece em meu rosto. O único lugar vazio é ao meu lado.
Ela se locomove devagar para a cadeira a minha direita. Acompanho descaradamente seus movimentos. Não sou do tipo que finge não estar olhando, e nunca tive nenhuma reclamação.
Continuo a encarando depois que senta, com um sorriso irônico no rosto. Em algum ponto da aula, ela suspira e vira um olhar irritado para mim. Arqueio as sombrancelhas.
"Sabe, você podia tirar uma foto. Dura mais tempo." Ela resmunga, e eu solto uma pequena risadinha, me aproximando.
"Não me tente, baixinha." Sussurro bem perto de seu ouvido, e vejo sua pele arrepiar. Um sorriso volta a meu rosto.
"Meu nome é Nailea." Ela fala secamente, como se estivesse se sentindo desrespeitada. Aí está aquela irritação que me intrigou tanto.
"Prazer, baixinha. Sou Vinnie."
Ela revira os olhos, o que a torna bem fofa, na verdade. A encaro de cima a baixo novamente, e vejo seu corpo ficar tenso. Percebo imediatamente que tenho poder sobre essa garota. Bom. Se era um poder de irritá-la ou algo mais eu não sabia, mas iria me divertir descobrindo."Sra Devora e Sr Hacker. Se estão fazendo dessa aula um intervalo, acho melhor ficarem estudando na detenção." O professor fala para mim e para baixinha.
"Mas..." Ela começa, sendo interrompida pelo professor
"Detenção. Depois da escola." Ele fala, sem se comover com o olhar de Nailea.
O professor continua sua aula, e baixinha me envia um olhar, que eu juro, mataria alguém na hora. Apenas sorrio e dou de ombros. Ela faz uma cara furiosa, bufa e olha novamente para frente. Dou uma risadinha. Ela fica fofa quando está brava.
Assim que o sinal bate, minutos depois, me levanto da cadeira, em direção ao corredor. Sinto uma mão ao redor de meus braços, e me viro rapidamente, apenas para encontrar o rosto furioso de Nailea. Reprimo um sorriso.
"Qual é seu problema? Eu converso com você por cinco minutos e já estou com problemas!" Ela resmunga, sua voz cortante. Dou a ela meu meio sorriso."Não fui eu que falei primeiro, baixinha. E, você tem estado nessa escola por cinco minutos e eu já estou em problemas..." Ela parece querer me esganar, mas apenas respira fundo, fazendo mais difícil o meu trabalho de reprimir um sorriso.
"Tenho um pressentimento que a minha presença não fez muita diferença em relação a isso, Hacker." Eu me surpreendo com a ousadia na sua resposta, e ela sai antes que eu possa responder. Fico com um sorrisinho no rosto. Isso vai ser muito mais divertido do que eu pensei.
Solto uma risadinha, e vou direto para a próxima aula que tenho com Chase. Biologia. O encontro lá no fundo e sento ao seu lado, sem tirar meu sorriso do rosto. Ele me encara com um sorriso e com a testa franzida.
"O que aconteceu?" Ele me pergunta. Dou de ombros, meu sorriso crescendo mais ainda.
"Estou em detenção."
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