"Desde o início da minha vida, eu sabia que meu nome era Kaya. Só Kaya, sem sobrenomes. Sabia de quem eu era filha e para quê eu existia. A realidade que me foi ensinada, nunca tinha sido a certa. Mas eu não sabia disso.
Eu matava, seduzia, roubava...
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Demorou cerca de mais uma hora para que Fury aparecesse no Quinjet com cerca de mais 100 agentes. Eu sempre ia me surpreender com o tamanho daquele avião e estava, justamente, pensando sobre isso quando Natasha sentou ao meu lado, com uma xícara de chá quente e esticou para mim.
Fiz uma careta negando, mas ela simplesmente ignorou e pegou minhas duas mãos, fazendo eu segurar a xícara.
-É só chá de camomila, Naomi!
-Isso não tem cheiro de chá de camomila. - Reclamei.
-Eu coloquei hortelã para dar um gosto. Só isso.
Revirei os olhos e assoprei um pouco, antes de deixar o líquido entrar pela minha garganta e descer, quente, pelo esôfago. Suspirei.
-Está nervosa? - Natasha pôs a mão na minha perna, atraindo minha atenção. Neguei. - Olha, tudo bem se tiver. É o momento da sua vida, não é?
-Não estou nervosa.
Natasha me encarou, meio incrédula, meio curiosa. Beberiquei mais um pouco do meu chá e dei de ombros, explicando:
-Eu estou meio anestesiada, Nat. Talvez ainda não tenha caído a ficha do que eu pretendo fazer. Talvez, seja só a Kaya que existe dentro de mim. Eu não sei... De qualquer forma, não sinto nada. Não por mim.
Ela assentiu, sorrindo de leve e pegando a minha mão. Encaramos o anel de noivado e eu sorri, encarando ela.
-Nat?
-Sim?
-Você tem noção disso? Eu vou casar!
Natasha riu e concordou, me abraçando contra ela.
-Você merece ser feliz, Naomi. Você e o Bucky!Só o que sofreram nesse tempo separados... Eu teria enlouquecido se o Sam não lembrasse de mim!
Concordei, soltando mais um suspiro. Eu odiava suspirar, mas parecia que nem mesmo isso tirava o peso das minhas costas.
Meu olhar passeou pelo quinjet e achei Bucky conversando com Steve, Sam, Hannah e Wanda. Ele estava tenso. E eu sabia que a culpa era minha. Eu nunca devia ter pedido para fazer o que ele ia fazer. Bucky vivia tentando fazer eu esquecer meu passado e seguir em frente e, na primeira oportunidade, eu pedia para ele abraçar o passado dele e se por em risco por mim. Que tipo de pessoa eu era?
Como se estivesse lendo meus pensamentos, Natasha comentou:
-Sabe? Eu acho que foi muito fofo que o Bucky tenha aceitado fazer isso por você.
-Eu acho que não vou deixar mais ele fazer, Natasha. - Falei.
-Como assim?
-Não é justo com ele!
-Naomi, você tem que acabar com isso, custe o que custar.
-Eu sei. Mas eu não quero arriscar o Bucky. Eu nem sei se o Barão ainda tem medo dele! Ele vai morrer, Nat, e eu não posso suportar saber que matei o amor da minha vida e...