-Eu juro para você, Naomi, que estou tentando entender como que alguém se esquece de mencionar um detalhezinho tão importante quanto esse, sabe? - Fury me olhou com o olhar reprovador.
Senti a base da minha coluna arrepiar.
Eu estava sentada na frente da mesa dele, lutando contra a claridade do Sol que entrava pela janela atrás dele. Ao menos, não conseguia enxergar totalmente o semblante de Fury.
-Eu só achei que não era importante... - Dei de ombros.
-Achou que não seria importante mencionar que você é filha dele?!
Abaixei o olhar para minhas próprias mãos. Ótimo, ele ia me expulsar da Shield.
-Eu achei que você tinha apenas uma síndrome do pânico fortíssima mas agora eu entendo toda a sua paranóia de ficar com capuz direto e odiar sair na rua... Como você pode ser filha dele e mesmo assim, ele ter te obrigado a fazer... Aquilo tudo?
Suspirei, erguendo o olhar novamente.
-Não sei... Mas era essa a premissa que ele usava: "Você é minha filha, Kaya. Fará tudo que eu mandar! Confie em mim, sei o que é melhor para você, para nós! Eu nunca faria nada de mal, Kaya! Preciso que você entenda que deixar os amigos do papai feliz, me deixa feliz! Você pode fazer isso?". - Imitei a voz dele. Cruzou os braços irritada. - Humpft!
Fury não respondeu. Apenas massageou a ponte do nariz.
-Como soube, Fury?
Fury olhou para mim com aquele olho único.
-A questão não é como... A questão é que você deveria ter muito mais supervisão e segurança por ser filha de quem é. A Hydra não vai medir esforços para pevar você de volta, nem que para isso, ela precise eliminar qualquer um na sua frente... O que me faz pensar: Aquele tiroteio ontem... Ele foi aleatório ou proposital?
Abaixei, de novo, a cabeça. Ele tinha razão.
Como se tivesse lido meus pensamentos, ele apenas disse:
-Fugir não é a solução, Naomi.
O encarei, perplexa. Ele continuou.
-Querendo ou não, você sabe muita coisa sobre nós agora. Não vou deixar que vá embora.
Assenti.
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A Herdeira. - Bucky Barnes.
Fanfiction"Desde o início da minha vida, eu sabia que meu nome era Kaya. Só Kaya, sem sobrenomes. Sabia de quem eu era filha e para quê eu existia. A realidade que me foi ensinada, nunca tinha sido a certa. Mas eu não sabia disso. Eu matava, seduzia, roubava...