Acordei com um despertador forte e levei um grande susto. Esfreguei meus olhos e me espreguicei, jogando os lençóis para o lado e esticando a mão para desligar aquele barulho irritante.
Mas paralisei, com a mão no ar.
Aquele não era meu quarto na Shield. E aquela não era a minha cama.
As lembranças da noite anterior vieram com um pouco de força e senti minha cabeça doer.
Eu estava no apartamento de Bucky.
Um rápido olhar pela janela depois de ter desligado o alarme do relógio na cabeceira, me fez vez que o Sol ainda estava nascendo.
Mas de alguma forma, eu sabia que ele já tinha acordado e estava na cozinha. Mesmo sem barulho nenhum que indicasse isso, eu daria minha vida apostando nessa premissa.
Joguei o resto dos lençóis para o lado e levantei, sentindo o chão frio sob eles. O frio não me incomodava como eu achei que incomodaria.
Eu era alemã.
Tinha esquecido disso.
Pé ante pé, fui andando até o final do corredor, devagar. O cheiro de café e de mais alguma coisa invadiu meu nariz e minha barriga roncou de fome. Parei na porta, observando Bucky.
Ele tentava fazer alguma coisa no fogão. Talvez uma panqueca ou uma omelete. O café tinha ficado pronto e a torrada, também. Mas ele ainda parecia enrolado com o fogão.
-Você quer ajuda?
Bucky levou um susto tão grande, que acabou deixando a (agora eu tinha visto) panqueca cair no chão e a encarou, friamente, durante alguns segundos, antes de erguer o olhar para mim.
-Não precisa. Eu só... Merda! - Bucky quase escorregou na panqueca e eu tive que morder a boca para reprimir a vontade de rir. - Enfim... Eu vou dar um jeito aqui. Vai tomar banho! A máquina de lavar fica nessa portinha à direita. Suas roupas estão secas e em cima dela.
Assenti e dei meia volta, ainda segurando a vontade de rir enquanto Bucky balançava o pé e tentava tirar a massa de panqueca que tinha grudado nele.
Achei minha roupa e fui para o banheiro, usando uma outra toalha que estava junto com ela mas...
Assim que abri a porta, um outro morador veio falar comigo. Abaixei e acariciei o gato listrado cinza com Laranja, bem gordinho, que se esfregou em mim. Puxei a coleira dele, mas não tinha nome, só o endereço. Ele miou alto, subindo pelas minhas pernas e o peguei no colo, encarando ele. Parecia Kitty.
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A Herdeira. - Bucky Barnes.
Fanfic"Desde o início da minha vida, eu sabia que meu nome era Kaya. Só Kaya, sem sobrenomes. Sabia de quem eu era filha e para quê eu existia. A realidade que me foi ensinada, nunca tinha sido a certa. Mas eu não sabia disso. Eu matava, seduzia, roubava...